tag:blogger.com,1999:blog-19200274726130479872024-03-13T07:23:51.684-03:00Saneamento AmbientalA Educação Ambiental e a informação como instrumentos de proteção e Desenvolvimento SustentávelFabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.comBlogger601125tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-73894435542713386462017-05-05T10:40:00.005-03:002017-05-05T10:40:54.747-03:00Geração de energia eólica no Brasil cresce 55% em 2016<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: Montserrat; font-size: 14px; line-height: 1.9; margin-top: -5px; padding-bottom: 7px; padding-top: 7px; text-align: justify;">
A ABEEólica lançou, no dia 4 de maio de 2017, seu Boletim Anual de Geração Eólica 2016, publicação que reúne os principais dados da indústria eólia no Brasil e analisa o cenário de desenvolvimento desta fonte renovável de energia. No ano passado, foram adicionados à matriz elétrica brasileira mais 2 GW de energia eólica em 81 novos parques, fazendo com que o setor chegasse ao final de 2016 com 10,75 GW de capacidade instalada em 430 parques, representando 7% da matriz. Foram gerados mais de 30 mil postos de trabalho em 2016 e o investimento no período foi de US$ 5,4 bilhões. Também importante mencionar que, em 2016, a geração de energia eólica cresceu 55% em relação a 2015, de acordo com a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: Montserrat; font-size: 14px; line-height: 1.9; padding-bottom: 7px; padding-top: 7px; text-align: justify;">
Em 2016, a energia eólica gerou energia equivalente ao abastecimento mensal de uma média de 17,27 milhões de residências por mês,o equivalente a cerca de 52 milhões de habitantes, tendo registrado crescimento de 58% em relação ao ano anterior, quando a energia eólica abasteceu 33 milhões de pessoas.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: Montserrat; font-size: 14px; line-height: 1.9; padding-bottom: 7px; padding-top: 7px; text-align: justify;">
O ano de 2016 também foi de recordes para a eólica. Um exemplo: conforme dados do ONS (Operador Nacional do Sistema), no dia 5 de novembro de 2016, um sábado, 52% da energia do Nordeste veio das eólicas.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: Montserrat; font-size: 14px; line-height: 1.9; padding-bottom: 7px; padding-top: 7px; text-align: justify;">
Importante destacar ainda como foi o desempenho da energia eólica em relação aos demais países. De acordo com dados do GWEC (Global Wind Energy Council), o Brasil ultrapassou a Itália e ocupa agora a nona posição no Ranking Mundial de capacidade instalada de energia eólica. Já ranking de nova capacidade instalada no ano, Brasil caiu uma posição e está em quinto lugar.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: Montserrat; font-size: 14px; line-height: 1.9; padding-bottom: 7px; padding-top: 7px; text-align: justify;">
<span style="line-height: 26.6px;">“Os números apresentados no Boletim refletem um setor vigoroso e com grande capacidade de captação de recursos e de investimentos. Em 2017, vamos instalar uma considerável nova capacidade e devemos terminar o ano com cerca de 13 GW. Será um bom resultado, mas sempre é bom lembrar que ele é consequência de leilões realizados em anos anteriores. Como sabemos, o cancelamento do Leilão de Reserva no final do ano foi uma notícia muito negativa para a indústria e tirou o setor de sua trajetória positiva: 2016 foi o primeiro ano, desde que as eólicas começaram a participar de leilões, em que não houve contratação de energia dessa fonte. Por isso, todos os nossos esforços neste momento estão num diálogo transparente e técnico com governo sobre a necessidade de novos leilões. A contratação de energia eólica em 2017 é indispensável para o futuro da fonte no Brasil”, analisa Elbia Gannoum, presidente executiva da ABEEólica.</span></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: Montserrat; font-size: 14px; line-height: 1.9; padding-bottom: 7px; padding-top: 7px; text-align: justify;">
<span style="line-height: 26.6px;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: Montserrat; font-size: 14px; line-height: 1.9; padding-bottom: 7px; padding-top: 7px; text-align: justify;">
<span style="line-height: 26.6px;">Fonte: Revista Meio Ambiente</span></div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-70573131552525252522016-09-21T15:40:00.001-03:002016-09-21T15:43:30.966-03:00Passivo Ambiental Da Indústria Brasileira É Estimado Em R$ 16,6 Bilhões, Aponta Abetre<br />
<div style="text-align: justify;">
<strong style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #3d3d3d; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 17px; line-height: 25.5px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Segundo estudo encomendado à consultoria Tendências, o País possui um estoque de 58 milhões de toneladas de resíduos fabris não tratados.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #3d3d3d; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 17px; line-height: 25.5px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><br /></strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #3d3d3d; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 17px; line-height: 25.5px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><br /></strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #3d3d3d; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 17px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
A Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre) aponta que o estoque de passivos ambientais a partir de resíduos industriais no Brasil é da ordem de 58 milhões de toneladas. O estudo, encomendado à consultoria Tendências, revela que seriam necessários investimentos de R$ 16,6 bilhões nos próximos dez anos para a remediação e recuperação de áreas impactadas.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #3d3d3d; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 17px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Para chegar no volume de passivos ambientais da indústria brasileira, a Consultoria Tendências contabilizou os passivos gerados nos 20 anos anteriores a 2012. Durante este horizonte de tempo, assumiu-se que a taxa de crescimento média da indústria foi da ordem de 3% ao ano, e que 50% dos resíduos foram descartados de forma irregular, com algum grau de risco. Sob estas premissas, obteve-se o estoque atual de passivos ambientais decorrentes da geração de resíduos industriais.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #3d3d3d; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 17px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
De acordo com a pesquisa, a recuperação dos passivos ambientais representa um mercado potencial de tratamento de R$ 1,67 bilhão por ano ao longo dos próximos 10 anos. A partir dessa estimativa, acredita-se que o setor de tratamento de resíduos industriais no Brasil deve crescer 26% nos próximos cinco anos para solucionar a questão.</div>
<strong style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #3d3d3d; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 17px; line-height: 25.5px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></strong><br />
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #3d3d3d; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 17px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Segundo Carlos Fernandes, presidente da Abetre, o País precisa, entretanto, de mecanismos de controle mais eficientes para evitar o aumento do passivo ambiental. Embora a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) tenha sido um avanço na área de regulação, as autoridades ainda carecem de sistemas de controle e fiscalização junto ao setor produtivo brasileiro, comenta.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #3d3d3d; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 17px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
O sistema declaratório, obrigação da PNRS e implantado em meio digital em Santa Catarina com a colaboração da Abetre, é uma importante ferramenta para a rastreabilidade de resíduos, trazendo segurança para todos os geradores, acrescenta.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #3d3d3d; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 17px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Fernandes lembra ainda que o Brasil possui tecnologia de ponta e empresas altamente capacitadas para o tratamento de resíduos e recuperação de áreas contaminadas. O setor privado de tratamento de resíduos no País é hoje a solução ambiental mais viável e segura economicamente para as empresas geradoras e para os gestores públicos, conclui.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #3d3d3d; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 17px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #3d3d3d; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 17px; line-height: 25.5px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Fonte: EcoDebate</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-39497807537699228372016-07-18T13:54:00.002-03:002016-07-18T14:04:32.783-03:00BRASIL: Lider Mundial no uso de agrotóxico.<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Além de permitir o uso de pesticidas proibidos em outros países, o Brasil ainda exonera os impostos dessas substâncias.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
O morango vermelho e carnudo e o espinafre verde-escuro de folhas largas comprados na feira podem conter, além de nutrientes, doses altas demais de resíduos químicos.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Estamos em 2016 e no Brasil ainda se consomem frutas, verduras e legumes que cresceram sob os borrifos de pesticidas que lá fora já foram banidos há anos. A quantidade de agrotóxicos ingerida no Brasil é tão alta, que o país está na liderança do consumo mundial desde 2008.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Desde este ano, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de consumo de agrotóxicos.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
A Abrasco alerta que 70% dos alimentos in natura consumidos no país estão contaminados por resíduos de pesticidas</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Os números falam por si nos últimos dez anos o mercado mundial desse setor cresceu 93%, já no Brasil, esse crescimento foi de 190%, de acordo com dados divulgados pela Anvisa.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Segundo o Dossiê <a href="http://abrasco.org.br/dossieagrotoxicos/" style="color: #0a6b0a; outline: none; text-decoration: none; transition: all 0.3s ease-in-out;">Abrasco</a> (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) – um alerta sobre o impacto dos agrotóxicos na saúde, 70% dos alimentos in natura consumidos no país estão contaminados por agrotóxicos.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Desses, segundo a Anvisa, 28% contêm substâncias não autorizadas.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
“Isso sem contar os alimentos processados, que são feitos a partir de grãos geneticamente modificados e cheios dessas substâncias químicas”, diz Karen Friedrich, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz, ao lado).</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
De acordo com ela, mais da metade dos agrotóxicos usados no Brasil hoje são banidos em países da União Europeia e nos Estados Unidos.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre os países em desenvolvimento, os agrotóxicos causam, anualmente, 70.000 intoxicações agudas e crônicas.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
A boa notícia, é que naquele mesmo ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) iniciou a reavaliação de 14 pesticidas que podem apresentar riscos à saúde.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
A má notícia é que até agora os estudos não terminaram.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Governo concede reduções e isenções de impostos para produção e comercialização de agrotóxicos</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
A essa morosidade somam-se incentivos fiscais.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
O Governo brasileiro concede redução de 60% do ICMS (imposto relativo à circulação de mercadorias), isenção total do PIS/COFINS (contribuições para a Seguridade Social) e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) à produção e comércio dos pesticidas.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
A constação é de João Eloi Olenike (ao lado), presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
O que resta de imposto sobre os agrotóxicos representam, segundo Olenike, 22% do valor do produto. “Para se ter uma ideia, no caso dos medicamentos, que não são isentos de impostos, 34% do valor final são tributos”, diz.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Bela Gil liderou movimento contra carbofurano usado em lavouras de algodão, feijão, banana, arroz e milho</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Recentemente, o consumo de agrotóxicos esteve novamente no centro da discussão. A apresentadora Bela Gil, que tem mais de 590.000 seguidores no Facebook, liderou um movimento para que a população se mostrasse contrária ao uso do carbofurano, substância usada em pesticidas em lavouras de algodão, feijão, banana, arroz e milho.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Isso ocorreu quando a Anvisa colocou em seu site uma consulta pública sobre essa substância.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Antes de Bela Gil (abaixo) publicar um texto engajando seus seguidores, o resultado se mostrava favorável à continuação do uso desse agrotóxico.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Mas em poucas horas, a apresentadora conseguiu reverter o resultado da consulta, mostrando que os brasileiros querem que essa substância seja proibida também no Brasil, assim como já é em países como Estados Unidos, Canadá e em toda aUnião Europeia.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Por e-mail, a chefe de cozinha adepta da culinária natureba disse por que liderou a campanha. “Já existem estudos revelando a toxicidade e os perigos do carbofurano”, disse.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
“Essa substância é cancerígena, desregula o sistema endócrino em qualquer dose relevante e afeta o sistema reprodutor”.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Na bula do produto consta a informação de que essa substância é “muito perigosa ao meio ambiente e altamente tóxica para aves”. Orienta o usuário a não entrar nas lavouras que receberam o produto por até 24 horas após a aplicação “a menos que se use roupas protetoras”.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<strong>2,4-D e a polêmica do ‘agende laranja’ usado na Guerra do Vietnã</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Há exatos dez anos, desde 2006, a Anvisa está reavaliando os riscos à saúde que o herbicida 2,4-D pode causar.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
De nome estranho, essa substância era uma das que formavam o chamado Agente Laranja, uma química que foi amplamente utilizada pelas Forças Armadas norte-americanas durante a guerra do Vietnã.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Seu uso, naquele momento, era para destruir plantações agrícolas e florestas que eram usadas como esconderijo pelos inimigos. Mas, segundo a Cruz Vermelha, cerca de 150.000 crianças nasceram com malformação congênita em consequência dessa substância. Os Estados Unidos contestam esse número.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Por meio de nota, a Anvisa afirmou que o parecer técnico de reavaliação do 2,4-D foi recentemente finalizado e deverá ser disponibilizado para consulta pública no portal da Anvisanos próximos meses.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
A consulta pública faz parte do processo de reavaliação das 14 substâncias realizado pela Anvisa (veja o quadro abaixo).</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<strong>Seis pesticidas foram banidos e dois permanecem</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Desde o início dos estudos, em 2008, seis pesticidas foram banidos e dois foram autorizados a permanecer no mercado sob algumas restrições. Resta a conclusão dos estudos de outras seis substâncias – dentre elas o carbofurano.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<strong>OMS considera glifosato cancerígeno</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
O glifosato, usado para proteger lavouras de milho e pasto, e que no ano passado foi considerado cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde, também está nesta lista que aguarda conclusões.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
A demora para finalizar essa reavaliação fez o Ministério Público entrar com uma ação, em junho do ano passado, pedindo maior agilidade no processo. Na época, a Justiça acatou o pedido e estabeleceu um prazo de 90 dias para que todos os estudos fossem concluídos. Mas o <a href="http://brasil.elpais.com/brasil/2014/02/27/economia/1393516233_642071.html" style="color: #0a6b0a; outline: none; text-decoration: none; transition: all 0.3s ease-in-out;" target="_blank">setor do agronegócio</a> também se moveu.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
O Sindicato Nacional das Indústrias de Defesa Vegetal (Sindivag) entrou com um recurso alegando que o prazo não era suficiente.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Em nota, o Sindivag afirmou ser “favorável ao procedimento de reavaliação”, mas que “o prazo concedido para conclusão da reavaliação não era suficiente para que fossem adotados todos os procedimentos previstos nas normas vigentes”.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
O processo está agora na Justiça Federal, que informou não haver prazo para o julgamento.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Em nota, o Sindivag afirmou ser “favorável ao procedimento de reavaliação”, mas que “o prazo concedido para conclusão da reavaliação não era suficiente para que fossem adotados todos os procedimentos previstos nas normas vigentes”.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
O processo está agora na Justiça Federal, que informou não haver prazo para o julgamento.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Apesar da demora, as reavaliações dos agrotóxicos são um passo importante para a discussão do consumo dessas substâncias no Brasil.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
“A consulta pública da Anvisa sobre o carbofurano foi importante para que o órgão e os especialistas envolvidos obtivessem conhecimento do que a população pensa”, diz Bela Gil.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
“A Anvisa pode se sentir mais inclinada a tomada de decisão de realmente banir esse agrotóxico”.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Para Wanderlei Pignati, professor de Medicina da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), a lentidão desse processo ocorre porque há uma forte pressão de setores interessados na comercialização dessas substâncias.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
“As empresas querem fazer acordo, mas não deveria caber recurso”, diz. “Queremos proibir todos os [agrotóxicos] que são proibidos na União Europeia”, afirma. “Por que aqui são consumidos livremente? Somos mais fortes que eles e podemos aguentar, por acaso?”.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Agrotóxicos deveriam ter altos tributos e não ser isentos, o governo deveria fazer uma revisão</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Segundo João Olenike, do IBPT, os agrotóxicos deveriam ter altos tributos, e não ser isentos. “Existe uma coisa chamada extra-fiscalidade, que significa que, além da arrecadação, o tributo tem também uma função social”, explica.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
“Por isso, tributa-se muito a bebida alcoólica e o cigarro: para desestimular seu consumo”.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Para ele, deveria-se fazer o mesmo com os pesticidas. “O que valia na década de 70, [quando foi lançado o Plano Nacional da Agricultura], não vale para hoje. O Governo deveria fazer uma revisão”.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Os alimentos mais contaminados pelos agrotóxicos</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Em 2010, o mercado brasileiro de agrotóxicos movimentou 7,3 bilhões de dólares e representou 19% do mercado global. Soja, milho, algodão e cana-de-açúcar representam 80% do total de vendas nesse setor.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<strong>Perguntas e respostas sobre os agrotóxicos</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<strong>Lavar os alimentos antes de consumi-los retira os agrotóxicos?</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Não. Lavar os alimentos pode contribuir para que apenas parte das substâncias sejam retiradas, mas eles continuarão contaminados pelos agrotóxicos.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<strong>Água sanitária retira os agrotóxicos dos alimentos?</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Não. Segundo a Anvisa, até o momento não existem evidências científicas que comprovem a eficácia da água sanitária ou do cloro na remoção ou eliminação de resíduos dos agrotóxicos nos alimentos. A Anvisa orienta que se use uma solução de uma colher de sopa de água sanitária diluída em um litro de água com o objetivo apenas de matar agentes microbiológicos que possam estar presentes nos alimentos.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Selo Brasil Certificado – Agricultura de Qualidade não garante isenção do uso de agrotóxicos, mas que os alimentos são controlados</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<strong>Como diminuir a ingestão de agrotóxicos?</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
O ideal seria optar pelos alimentos orgânicos, que venham com o certificado Produto Orgânico Brasil, um selo branco, preto e verde.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Como esses alimentos são mais caros e não estão disponíveis em todo mercado, há outras possibilidades, como escolher produtos com o selo Brasil Certificado: Agricultura de Qualidade.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Esse selo não garante a isenção do uso de agrotóxicos, mas significa que a origem do alimento é controlada, o que aumenta o comprometimento de produtores com a qualidade do alimento.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Além disso, recomenda-se o consumo de alimentos da época que, normalmente, recebem menos agrotóxicos para serem produzidos.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Fonte:Envolverde.</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-54874303534243550632016-07-18T13:53:00.002-03:002016-07-18T13:57:31.208-03:00Estudo revela que 30% dos solos do mundo estão degradados.<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Ameaças como compactação, desequilíbrio de nutrientes e perda de matéria orgânica atingem quase um terço das terras do Planeta. Um amplo estudo envolvendo 600 pesquisadores de 60 países mostrou que mais de 30% dos solos do mundo estão degradados. Coordenado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o trabalho publicou seus resultados no livro “Estado da Arte do Recurso Solo no Mundo” (<em style="margin: 0px; padding: 0px;">Status of the world´s soil resources</em>).</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
O relatório traz uma perspectiva global sobre as condições atuais do solo, seu papel na prestação de serviços ecossistêmicos, como produção de água e sequestro de carbono, bem como sobre as ameaças à sua contribuição para a produção desses serviços. Segundo a pesquisadora da Embrapa Solos, Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin, membro do comitê editorial e coordenadora da publicação para a América Latina e Caribe, a perspectiva é de que a situação possa piorar se não houver ações concretas que envolvam indivíduos, setor privado, governos e organizações internacionais. “A principal conclusão do livro não é boa. O índice de degradação no mundo é alto e provocado principalmente por erosão, compactação, perda de matéria orgânica e desequilíbrio de nutrientes”, revela a pesquisadora.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
“Essas quatro ameaças têm a mesma origem: a exploração cada vez maior da terra por parte do ser humano, geralmente combinada com as mudanças climáticas”, afirma Miguel Taboada, diretor do Departamento de Solos do argentino Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA).</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Perdas anuais de culturas causadas por erosão foram estimadas em 0,3% da produção. Se o problema continuar nesse ritmo, uma redução total de mais de 10% poderá acontecer até 2050. A erosão em solo agrícola e de pastagem intensiva varia entre cem a mil vezes a taxa de erosão natural e o custo anual de fertilizantes para substituir os nutrientes perdidos pela erosão chega a US $ 150 bilhões.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Outro problema que ameaça o solo é sua compactação, que pode reduzir em até 60% os rendimentos mundiais das culturas agrícolas. “No mundo, a compactação tem degradado uma área estimada de 680.000 km2 de solo, ou cerca de 4% da área total de terras”, revela Lourdes, que também compôs o grupo de 27 especialistas do Painel Técnico Intergovernamental do Solo (ITPS) da Organização das Nações Unidas. O pisoteio dos rebanhos e a cobertura insuficiente do solo pela vegetação natural ou pelas culturas são responsáveis pela compactação de 280.000 km2 na África e Ásia, uma área maior do que o território da Nova Zelândia.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Os danos causados pela compactação do solo são de longa duração ou mesmo permanentes. Uma compactação que aconteça hoje pode levar à redução da produtividade das culturas até 12 anos mais tarde.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
No entanto, o maior obstáculo para melhorar a produção de alimentos e as funções do solo em muitas paisagens degradadas é a falta de nutrientes, especialmente nitrogênio e fósforo, bem como insumos orgânicos. Toda a África, à exceção de três países, retira mais nutrientes do solo a cada ano do que é devolvido por meio do uso de fertilizantes, resíduos da produção, estrume e outras matérias orgânicas.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Em outras áreas, a oferta excessiva de nutrientes contamina o solo e os recursos hídricos e contribui para as emissões de gases de efeito estufa. Em 2010, as emissões de óxido nitroso dos solos agrícolas provocadas pela adição de fertilizantes sintéticos foram equivalentes a 683 milhões de toneladas de CO2.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Pesquisa e legislação são a solução</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;"><br /></strong></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
O livro não aponta só os problemas. O relatório mostra caminhos sobre como lidar com essas ameaças ao solo, tanto no âmbito de políticas públicas como trazendo recomendações técnicas.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Para interromper a degradação do solo é necessário focar em quatro pilares definidos pela União Europeia: aumento do conhecimento, pesquisa, integração da proteção do solo na legislação existente e um novo instrumento legal (lei). “Um bom exemplo de instrumento legal é o Ato de Conservação do Solo, promulgado em 1935, nos Estados Unidos”, revela o italiano Luca Montanarella, cientista do Centro Conjunto de Pesquisa da União Europeia. “O Ato reverteu a tendência negativa de erosão massiva no Meio-Oeste americano nos últimos 80 anos,” diz.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Especialistas afirmam que os instrumentos legais precisam ser reforçados pelo aumento das atividades de conscientização e educação, assim como é preciso reforçar o investimento em pesquisa e tecnologias de recuperação. Para eles, desenvolver essa estratégia pode reverter a tendência de degradação do solo no mundo e deve ser o objetivo para o manejo sustentável da terra.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
“Existe evidência de que a humanidade está perto dos limites globais para fixação total de nitrogênio e os limites regionais para o uso de fósforo”, diz Maria de Lourdes. “Portanto, devemos agir para estabilizar ou reduzir o nitrogênio e uso de fósforo de fertilizantes, aumentando simultaneamente o uso de fertilizantes em regiões com deficiência de nutrientes”. De acordo com a cientista da Embrapa, aumentar a eficiência de nitrogênio e a utilização de fósforo pelas plantas é um requisito fundamental para atingir esse objetivo.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Evitar a degradação</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;"><br /></strong></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
A publicação recomenda oito técnicas para evitar a degradação do solo: minimizar o revolvimento, evitando a colheita mecanizada; aumentar e manter uma camada protetora orgânica na superfície do solo, usando grãos de cobertura e resíduos desses grãos; cultivo de uma grande variedade de espécies de plantas – anuais e perenes − em associações, sequências e rotações que podem incluir árvores, arbustos, pastos e grãos; usar espécies bem adaptadas para resistir aos estresses bióticos e abióticos e com boa qualidade nutricional, plantadas no período apropriado; aumentar a nutrição dos grãos e a função do solo, usando rotação de grãos e uso criterioso de fertilizantes; assegurar o manejo integrado de pestes, doenças e sementes usando práticas apropriadas e pesticidas de baixo risco quando necessário; gerenciamento correto do uso da água e, por último, controlar as máquinas e o tráfego nas propriedades a fim de evitar a compactação. Essas oito práticas combatem com eficiência a erosão, o desequilíbrio de nutrientes, a perda de matéria orgânica e a compactação.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Ações no Brasil</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;"><br /></strong></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
A Embrapa, ao lado do Tribunal de Contas da União (TCU), reuniu em 2012 em Brasília, autoridades brasileiras e mundiais durante três dias de debates sobre solos. Na ocasião foi elaborada a Carta de Brasília, com recomendações aos tomadores de decisão sobre o manejo e conservação da terra.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Outra importante ação estratégica é a implementação do Programa Nacional de Solos do Brasil (Pronasolos), que reúne um grupo de especialistas a fim de criar instrumentos para a governança dos solos no Brasil. O Programa é capitaneado pela Embrapa Solos atendendo a uma resolução do TCU e envolve dez centros de pesquisa da Embrapa, quatro universidades, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
De acordo com Maria de Lourdes Mendonça, o Pronasolos será um marco da retomada do País no conhecimento mais detalhado de seus solos. O Programa também possibilitará a construção e a gestão de uma infraestrutura de dados de solos unificada, a formação e o resgate de competências em pedologia, o fortalecimento das instituições envolvidas e uma estratégia eficiente de transferência de tecnologias. A Embrapa Solos procura parceiros privados para implantar o programa.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
O documento elaborado pelos membros do projeto prevê a inclusão do Pronasolos no Plano Plurianual do Mapa, com recursos diretos por meio de uma Fundação e contratação, pela Embrapa, de equipe mínima permanente de pedólogos. O programa ainda será incluído na nova Lei de Conservação de Solos e Água.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Fonte:</strong> Embrapa</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Informe da <strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas – FAPEAM</strong>, in EcoDebate</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-45669142297516714682016-07-18T13:45:00.004-03:002016-07-18T13:45:34.072-03:00Pulverização aérea de agrotóxico provoca danos persistentes, dizem especialistas<br />
<span style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 16.8px;">Por Edwirges Nogueira</span><br />
<br />
<br />
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Em 2006, uma nuvem tóxica oriunda da pulverização aérea em plantações de soja chegou à área urbana e provocou intoxicação aguda em crianças e idosos de Lucas do Rio Verde (MT). Já em 2013, quase 100 pessoas, entre professores e alunos, tiveram intoxicação depois que um avião jogou defensivos agrícolas sobre uma escola de Rio Verde (GO).</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
O professor do Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Wanderley Pignati, que participou da perícia dos dois casos, acredita que a poluição causada por agrotóxicos pode ser considerada intencional, uma vez que, para atingir o alvo, afeta também o solo e a água.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
“Não é acidente. O avião passa ao lado e, de qualquer jeito, o vento vai levar para um lado ou para outro. Essa história de que o vento não leva o veneno para outro lugar fere os princípios da aviação, inclusive, pois se o vento estiver parado, o avião nem levanta voo”, disse o especialista durante uma palestra na Assembleia Legislativa do Ceará, em Fortaleza, em maio deste ano.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Um dos principais argumentos contra a pulverização aérea é a chamada deriva, quando a aplicação de defensivo agrícola não atinge o local desejado e se espalha para outras áreas. O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Aldemir Chaim, no artigo Tecnologia de aplicação de agrotóxicos, de 2004, declara que a aplicação de agrotóxicos no século atual não é muito diferente da forma como era praticada no século passado. A principal característica dessa aplicação é o desperdício de produto químico.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Em 1999, Chaim e outros pesquisadores desenvolveram uma forma de quantificar esse desperdício em diferentes formas de aplicação de agrotóxicos. Dependendo da altura das plantas, apenas metade do produto aplicado atinge o alvo. O restante cai no solo ou se perde pela deriva. Em 2013, a Embrapa desenvolveu o Programa Gotas, um software que ajuda na calibração das pulverizações.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Segundo Pignati, no caso da pulverização aérea, a deriva pode atingir áreas mais distantes devido ao espaço entre o alvo e o avião: quanto mais alto a aeronave estiver da lavoura que receberá os defensivos, maior será a deriva por conta da ação do vento.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
A professora do Departamento de Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) Raquel Rigotto participou de um estudo que identificou princípios ativos de agrotóxicos no solo da região da Chapada do Apodi – uma das áreas mais ocupadas pelo agronegócio no Ceará. Segundo a especialista, as substâncias encontradas – difenoconazol e epoxiconazol – são muito tóxicas: o difenoconazol, por exemplo, pode comprometer seriamente o fígado e é tido como possível causador de câncer, segundo classificação da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês).</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
A especialista acredita que as substâncias podem chegar até mesmo às cisternas que abastecem as casas durante a seca.Também foram encontrados princípios ativos de agrotóxicos no aquífero Jandaíra, localizado entre o Ceará e o Rio Grande do Norte. As águas subterrâneas são usadas tanto pelo setor produtivo como pelas populações dos oito municípios cearenses, incluindo Limoeiro do Norte, e potiguares que abrangem o aquífero.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
“Esses contaminantes são transportados pelo vento, podem se depositar no telhado das casas e, quando vem a chuva, ela lava os telhados e é essa a água que as calhas recolhe e se dirige para as cisternas. Temos uma preocupação muito grande se essas águas, que muitas vezes garantem o abastecimento hídrico das famílias nos períodos de seca, podem também estar contaminadas com esses produtos”, indaga Raquel.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Fonte: EcoDebate</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-16034623723454590932016-04-24T17:44:00.000-03:002016-04-24T17:44:16.865-03:00Má gestão de água e desperdício de recursos hídricos<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por Roberto Naime.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
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<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 1.4em;">Que ocorrem má gestão de água e desperdício de recursos hídricos em geral, não existe mais a menor dúvida. E não é só por causa das perdas astronômicas na distribuição.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 1.4em;">Milhões de pessoas vivem em regiões em que os níveis dos reservatórios estão abaixo do normal e a quantidade de chuvas é menor que a <a href="http://www.cursos24horas.com.br/parceiro.asp?cod=promocao124898&url=cursos/amb.asp" rel="nofollow" target="_blank">média histórica.</a></span></div>
<br />
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Ao longo de 2014, a seca levou 1.265 municípios de 13 estados do Nordeste e do Sudeste a decretarem situação de emergência, de acordo com dados do Ministério da Integração Nacional. Racionamento, problemas de abastecimento ou reservatórios em níveis de alerta já são realidade em muitas regiões metropolitanas do país.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Diante desse cenário de crise hídrica, Glauco Kimura de Freitas, especialista em Recursos Hídricos e coordenador do Programa Água para a Vida do WWF-Brasil, analisa, entre outros aspectos, as <a href="http://www.cursos24horas.com.br/parceiro.asp?cod=promocao124898&url=cursos/amb.asp" rel="nofollow" target="_blank">principais causas do problema</a>, os impactos do racionamento de água na vida dos cidadãos, e as medidas que a agricultura, indústria e os consumidores domésticos devem adotar com urgência para economizar esse recurso.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Glauco Kimura de Freitas é biólogo e atuou como gerente do Programa Aliança dos Grandes Rios pela “The Nature Conservancy”. Tem experiência na área de Biologia Geral, com ênfase em Biologia da Conservação, atuando principalmente no manejo e controle de espécies invasoras; Cerrado; Pantanal; regimes hidrológicos naturais em rios; conservação de ecossistemas aquáticos e sua adaptação às mudanças climáticas.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Perguntado sobre quais as principais razões da crise hídrica que o país parece que eterniza, manifestou que é “má gestão por parte dos órgãos responsáveis, anos consecutivos de seca atípica, falta de preservação de mananciais e de medidas concretas de combate ao desperdício de água tratada.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Quando interrogado sobre que impactos racionamentos podem provocar na rotina dos cidadãos, da cidade e das atividades econômicas, argui que “para os cidadãos interfere de forma muito negativa no seu cotidiano, principalmente daqueles que moram em regiões mais altas onde a água acaba primeiro e é dos últimos lugares a voltar. Ou seja, a condição de até cinco dias semanais sem água afeta até mesmo a dignidade das pessoas. Mas a cidade como um todo pode ser impactada pela redução do movimento do comércio, interrupção de serviços de lazer, desaceleração da economia e desemprego. Algumas empresas estão migrando suas fábricas para outras regiões sob menor grau de risco hídrico no Paraná e Mato Grosso, por exemplo”.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Sabendo que 10% da água abastecida são destinadas ao uso doméstico, 20% para a indústria e 70% para a agricultura, como tornar a agricultura e a indústria mais sustentáveis no uso da água, ele responde que “a agricultura precisa inovar com técnicas mais eficientes de irrigação. Para ser mais sustentável deveria empregar métodos de irrigação localizada, como por exemplo, o gotejamento e a microaspersão. Embora tenham um custo inicial mais alto e requeiram mudanças no tipo de trato do solo e sementes, são mais conservadores de água porque a distribuem de forma lenta, uniforme e diretamente na zona radicular. Já na indústria, onde os processos normalmente são de circuito fechado e por isso mais controláveis, as fábricas e unidades de produção precisam investir em medidas de reuso e em plantas próprias para tratamento de efluentes. Portanto, o que é mais urgente para a agricultura é coibir o desperdício e a ineficiência, de fato reduzindo a aspersão com pivô central, ou mesmo a interrompendo em casos mais extremos, e para o setor industrial cabe instaurar a tecnologia de reuso de água imediatamente”.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Quanto ao<a href="http://www.cursos24horas.com.br/parceiro.asp?cod=promocao124898&url=cursos/amb.asp" rel="nofollow" target="_blank"> consumo doméstico</a>, quais medidas deveriam ser implementadas para reduzir o consumo e mudar hábitos ele pondera, “nas residências, além de hábitos básicos como não se barbear e escovar os dentes com a torneira aberta ou tomar banhos muito prolongados, reutilizar a água da máquina de lavar para regar as plantas, a água do banho para a descarga e acumular de forma adequada a água das chuvas, são medidas que levam a redução do consumo”.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Provocado sobre relatório do governo federal divulgado recentemente que mostra que 37% da água tratada para consumo é perdida antes de chegar às torneiras da população, especialmente por falhas nas tubulações, fraudes e ligações clandestinas. Como mudar esse quadro, aduz que “as autoridades responsáveis pelo abastecimento devem investir na reforma das tubulações antigas, no caso de São Paulo alguns pontos possuem mais de 40 anos. Além de fiscalizar e combater seriamente as ligações clandestinas e promover campanhas de redução de consumo e uso racional da água”.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
A população deve sempre denunciar vazamentos e fraudes na rede, consertar vazamentos em suas casas, além de se conscientizar de que o consumidor também é responsável por gerir os problemas hídricos das grandes cidades sendo, portanto, parte da solução.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Sobre a Lei de Recursos Hídricos define que a governança da água deve ser por bacias, por meio dos Comitês de Bacias. Provocado a se manifestar se estes comitês estão operando bem, manifesta finalizando que “infelizmente, dos cerca de 200 comitês de bacias (estaduais ou federais) instaurados no Brasil, no máximo 15% operam bem. O comitê de bacia é o espaço onde a <a href="http://www.cursos24horas.com.br/parceiro.asp?cod=promocao124898&url=cursos/amb.asp" rel="nofollow" target="_blank">sociedade civil</a> possui voz quanto à gestão dos recursos hídricos. No momento atual de crise hídrica nacional, devem, além de viabilizar a cobrança pelo uso da água dos usuários da bacia (mecanismo previsto em lei), exigir a rápida implementação de medidas emergenciais, tais como, reuso, redução do consumo e interrupção da renovação ou emissão de novas outorgas de uso da água”.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Fonte: EcoDebate</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-6750517420043805222015-12-11T16:41:00.004-03:002015-12-11T16:41:49.365-03:00Estudo indica que Zika vírus está cada vez mais eficiente para infectar humanos<div style="text-align: justify;">
Por Karina Toledo - Agência Fapesp</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="border: none; color: #666666; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px; margin-bottom: 20px; margin-top: 20px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify;">
Durante o caminho que percorreu do continente africano até a América – passando pela Ásia e cruzando o oceano Pacífico –, o Zika vírus (ZIKV) passou por um processo de adaptação ao organismo humano, adquirindo certas características genéticas que tornaram cada vez mais eficiente sua replicação nas células do novo hospedeiro.</div>
<div style="border: none; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px; margin-bottom: 20px; margin-top: 20px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;">A conclusão é de um </span><b style="border-image-outset: initial; border-image-repeat: initial; border-image-slice: initial; border-image-source: initial; border-image-width: initial; border: none; margin: 0px; padding: 0px;"><a href="http://marketdesucesso.com.br/"><span style="color: red;">estudo</span></a></b><span style="color: #666666;"> divulgado no site bioRxiv (pronuncia-se "bio-archive") por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Institut Pasteur de Dakar, no Senegal, que chamam a esse processo adaptativo do vírus de “processo de humanização”.</span></div>
<div style="border: none; color: #666666; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px; margin-bottom: 20px; margin-top: 20px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify;">
"O ZIKV é um agente zoonótico africano que infecta principalmente macacos e mosquitos. Estudos anteriores sugerem que teriam ocorrido casos esporádicos de infecção em humanos no passado e o vírus teria saído da África por volta da segunda metade do século 20. Em 2007 ele causou um primeiro surto em humanos e parece ter havido um processo concomitante de adaptação pelo qual o código genético do vírus passou a mimetizar os genes humanos mais expressos para produzir em maior quantidade proteínas que tornam eficiente sua replicação no novo hospedeiro”, contou Paolo Marinho de Andrade Zanotto, professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP e coautor do artigo.</div>
<div style="border: none; color: #666666; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px; margin-bottom: 20px; margin-top: 20px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify;">
Entre os genes que o ZIKV passou a mimetizar de forma mais evidente destaca-se o da proteína NS1, cujo papel é modular a interação entre o vírus e o sistema imunológico humano.</div>
<div style="border: none; color: #666666; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px; margin-bottom: 20px; margin-top: 20px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify;">
“A NS1, produzida em grande quantidade, funciona como um sistema de camuflagem para flavivírus, como o vírus da dengue, de quem o ZIKV é o parente mais próximo. Ela deixa o sistema imunológico desorientado. É o mesmo princípio usado por aviões de guerra ao liberar pequenos fogos para despistar os mísseis guiados pelo calor da turbina”, explicou Zanotto.</div>
<div style="border: none; color: #666666; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px; margin-bottom: 20px; margin-top: 20px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify;">
Os resultados da pesquisa mostram ainda que o chamado “valor adaptativo” da espécie (<i style="border: none; margin: 0px; padding: 0px;">fitness</i>) – que é capacidade de sobreviver e gerar uma progênie também capaz de sobreviver e de se reproduzir – cai drasticamente por volta do ano 2000, quando estaria ocorrendo forte seleção possivelmente associada ao processo de tráfego entre espécies. A partir desse ponto, o <i style="border: none; margin: 0px; padding: 0px;">fitness</i> do Zika vírus passa a crescer exponencialmente. Os gráficos do artigo sugerem que o patógeno já se tornou tão (ou mais) eficiente para sobreviver e se reproduzir em humanos quanto era antes em macacos.</div>
<div style="border: none; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px; margin-bottom: 20px; margin-top: 20px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;">A investigação foi conduzida com </span><b style="border-image-outset: initial; border-image-repeat: initial; border-image-slice: initial; border-image-source: initial; border-image-width: initial; border: none; margin: 0px; padding: 0px;"><a href="http://marketdesucesso.com.br/"><span style="color: red;">apoio</span></a></b><span style="color: #666666;"> da FAPESP durante o doutorado de Caio César de Melo Freire, sob a orientação de Zanotto.</span></div>
<div style="border: none; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px; margin-bottom: 20px; margin-top: 20px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;">O grupo analisou dados de 17 sequenciamentos completos do genoma viral – que continham informação sobre o ano e o local em que o vírus foi isolado – depositados no </span><b style="border-image-outset: initial; border-image-repeat: initial; border-image-slice: initial; border-image-source: initial; border-image-width: initial; border: none; margin: 0px; padding: 0px;"><a href="http://marketdesucesso.com.br/"><span style="color: red;">GenBank</span></a></b><span style="color: #666666;">, um banco público mantido pelo National Center for Biotechnology Information (NCBI), nos Estados Unidos.</span></div>
<div style="border: none; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px; margin-bottom: 20px; margin-top: 20px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;">Com base nessas análises e também em um trabalho anterior do grupo, </span><b style="border-image-outset: initial; border-image-repeat: initial; border-image-slice: initial; border-image-source: initial; border-image-width: initial; border: none; margin: 0px; padding: 0px;"><a href="http://marketdesucesso.com.br/"><span style="color: red;">publicado</span></a></b><span style="color: #666666;"> em 2014 na revista </span><i style="border-image-outset: initial; border-image-repeat: initial; border-image-slice: initial; border-image-source: initial; border-image-width: initial; border: none; color: #666666; margin: 0px; padding: 0px;">PLoS Neglected Tropical Diseases</i><span style="color: #666666;">, foi possível determinar o caminho percorrido pelas linhagens africanas e asiáticas e também as alterações genéticas sofridas no percurso.</span></div>
<div style="border: none; color: #666666; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px; margin-bottom: 20px; margin-top: 20px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify;">
Conforme explicam os autores no artigo mais recente, a linhagem africana ainda infecta predominantemente macacos e mosquitos do gênero <i style="border: none; margin: 0px; padding: 0px;">Aedes</i>. Já a linhagem asiática está se espalhando por meio de uma cadeia de transmissão entre humanos nas ilhas do Pacífico e na América do Sul.</div>
<div style="border: none; color: #666666; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px; margin-bottom: 20px; margin-top: 20px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify;">
Além da picada do mosquito, os cientistas apontam as relações sexuais e as infecções perinatais como rotas alternativas de transmissão.</div>
<div style="border: none; color: #666666; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px; margin-bottom: 20px; margin-top: 20px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify;">
<b style="border: none; margin: 0px; padding: 0px;"><a href="http://marketdesucesso.com.br/">Mundo em alerta</a></b></div>
<div style="border: none; color: #666666; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px; margin-bottom: 20px; margin-top: 20px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify;">
O primeiro surto significativo conhecido em humanos, causado pela linhagem asiática em 2007, ocorreu nos Estados Federados da Micronésia. Entre 2013 e 2014 o vírus emergiu novamente e causou uma significante epidemia na Polinésia Francesa, espalhando-se pela Oceania e chegando à América pela Ilha de Páscoa, no Chile, em 2014. Agora, em 2015, já foi reportado em pelo menos 14 estados brasileiros, a maioria na Região Nordeste, e também em outros países da América do Sul.</div>
<div style="border: none; color: #666666; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px; margin-bottom: 20px; margin-top: 20px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify;">
“As análises feitas com base em dados genéticos sugerem que o vírus está se tornando mais eficiente para produzir suas proteínas em humanos, mas agora precisamos confirmar essa hipótese com ensaios <i style="border: none; margin: 0px; padding: 0px;">in vitro</i>, colocando linhagens africanas e asiáticas em culturas de células humanas para estabelecer comparações”, comentou Zanotto.</div>
<div style="border: none; color: #666666; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px; margin-bottom: 20px; margin-top: 20px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify;">
O pesquisador também está organizando uma parceria com cerca de 25 laboratórios de diferentes regiões do Estado de São Paulo para monitorar como está sendo o espalhamento do vírus na região. Várias unidades dessa rede vão trabalhar diretamente na questão das malformações cerebrais congênitas em associação com serviços de neonatologia.</div>
<div style="border: none; color: #666666; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px; margin-bottom: 20px; margin-top: 20px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify;">
“Estamos ajustando protocolos comuns para identificar, caracterizar e isolar o vírus. Dada a experiência de nossos colegas na África, o isolamento do vírus em humanos pode apresentar problemas e provavelmente teremos de isolar também de mosquitos. Também pretendemos somar esforços no desenvolvimento da expressão de proteínas virais para facilitar a detecção da doença e estamos articulando ações conjuntas e trocando informações diariamente grupos internacionais. Será uma tarefa pesada, mas não temos outra opção, uma vez que o vírus parece de fato estar envolvido nos casos de microcefalia”, disse Zanotto.</div>
<div style="border: none; color: #666666; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px; margin-bottom: 20px; margin-top: 20px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify;">
Na última terça-feira (01/12), a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta mundial reconhecendo a relação entre a epidemia de Zika vírus e o crescimento dos casos de microcefalia e da síndrome Guillain-Barré no Brasil. No documento, a OMS recomendou que seus mais de 140 países-membros reforcem a vigilância para o eventual crescimento de infecções, sugeriu o isolamento dos pacientes e disse para as nações ficarem atentas à necessidade de se ampliar o atendimento de serviços neurológicos e de cuidados específicos a recém-nascidos.</div>
<div style="border: none; color: #666666; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px; margin-bottom: 20px; margin-top: 20px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify;">
“Recebemos de nossos colegas do Institut Pasteur, há alguns dias uma notificação do Serviço de Vigilância Sanitária em Papeete, na Polinésia Francesa, dizendo que após reavaliar os dados relacionados a crianças gestadas durante o surto local de ZIKV em 2014 e 2015 foram encontrados 12 casos de mulheres que tiveram filhos com complicações neurológicas sérias. Destas, quatro foram testadas e apresentaram anticorpos contra ZIKV, mas nehuma manifestou sintomas da doença durante a gravidez”, contou Zanotto.</div>
<div style="border: none; color: #666666; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px; margin-bottom: 20px; margin-top: 20px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify;">
De acordo com o pesquisador, é preciso investigar se há uma interação entre o vírus da dengue e o ZIKV no desenvolvimento da microcefalia. “É possível que o vírus da dengue – por ser muito comum nessas regiões – seja apenas um fator de confusão”, avaliou.</div>
<div style="border: none; color: #666666; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px; margin-bottom: 20px; margin-top: 20px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify;">
Além de causar sintomas parecidos, explicou Zanotto, os vírus da dengue e Zika são muitos próximos filogeneticamente. No estudo mais recente, o grupo mostrou que ambos compartilham pedaços da proteína NS1 considerados epítopos, ou seja, que são capazes de serem reconhecidos pelos anticorpos humanos.</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-66499231333511763042015-12-11T16:18:00.005-03:002015-12-11T16:18:52.371-03:00Onda de rejeitos da Samarco atingiu 663 km de rios e devastou 1.469 hectares de terras<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 16.8px;">A catástrofe socioambiental provocada pelo rompimento de barragem da mineradora Samarco em Mariana (MG), no último dia 5/11, atingiu 663 km de rios, com a destruição de 1.469 hectares de terras, incluindo Áreas de Preservação Permanente (APP), aponta laudo técnico preliminar do Ibama. No distrito de Bento Rodrigues, 207 das 251 edificações (82%) foram soterradas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 16.8px;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="color: #565656;">Os rejeitos de </span><b><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">mineração</span></a></b><span style="color: #565656;"> formaram uma onda de lama que afetou diretamente 663 km no Rio Doce e seus afluentes, chegando ao oceano em 21/11, no município de Linhares, no Espírito Santo. A destruição de Áreas de Preservação Permanente ocorreu no trecho de 77 quilômetros de cursos d’água da barragem de Fundão até o Rio do Carmo, em São Sebastião do Soberbo (MG). Os impactos no ambiente marinho ainda estão em curso e não foram avaliados neste relatório.</span></div>
<div style="background-color: white; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="color: #565656;">O volume total da barragem era de 50 milhões de metros cúbicos de rejeitos de </span><b><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">mineração</span></a></b><span style="color: #565656;"> de ferro, e pelo menos 34 milhões de m³ foram lançados no meio ambiente. “É indiscutível que o rompimento da barragem de Fundão trouxe consequências ambientais e sociais graves e onerosas, em escala regional, devido a um desastre que atingiu 663,2 km de corpos d´água nos estados de </span><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">Minas Gerais e Espírito Santo,</span></a><span style="color: #565656;"> além de impactos ao estuário do Rio Doce e à região costeira”, aponta o laudo. “O nível de impacto foi tão profundo e perverso, ao longo de diversos estratos ecológicos, que é impossível estimar um prazo de retorno da fauna ao local, visando o reequilíbrio das espécies na bacia.”</span></div>
<div style="background-color: white; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="color: #565656;"> </span><span style="line-height: 1.4em;"><span style="color: #565656;">Das mais de 80 espécies de peixes apontadas como nativas da bacia antes da tragédia, 11 são classificadas como ameaçadas de extinção e 12 são endêmicas do </span><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">Rio Doce </span></a><span style="color: #565656;">– ou seja, existiam apenas lá. “A mortalidade instantânea é apenas um dos impactos aos organismos aquáticos”, apontam os técnicos. “Muito mais do que os organismos em si, os processos ecológicos responsáveis por produzir e sustentar a riqueza e a diversidade do Rio Doce foram afetados.”</span></span></div>
<div style="background-color: white; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="color: #565656;">Laudos técnicos do Ibama, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Agência Nacional de Águas (ANA) sobre os impactos decorrentes do rompimento da barragem da Samarco, controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP, subsidiaram a Ação Civil Pública ajuizada nesta segunda-feira (30/11) pela Advocacia-Geral da União (AGU) em conjunto com os estados do </span><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">Espírito Santo e de Minas Gerais.</span></a><span style="color: #565656;"> O objetivo é que as empresas sejam condenadas a destinar pelo menos R$ 20,2 bilhões para reparação dos danos ambientais e indenização das comunidades atingidas.</span></div>
<div style="background-color: white; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="color: #565656;">Foram constatados danos ambientais e sociais diretos, tais como morte e desaparecimento de pessoas; isolamento de áreas habitadas; desalojamento de comunidades pela destruição de moradias e estruturas urbanas; fragmentação de habitats; destruição de áreas de preservação permanente e vegetação nativa; mortandade de animais de produção e impacto à produção rural e ao turismo, com interrupção de</span><span style="color: red;"> <a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">receita</span></a> </span><span style="color: #565656;">econômica; restrições à pesca; mortandade de animais domésticos; mortandade de fauna silvestre; dizimação de ictiofauna silvestre em período de defeso; dificuldade de geração de energia elétrica pelas hidrelétricas atingidas; alteração na </span><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">qualidade</span></a><span style="color: #565656;"> e quantidade de água, bem como a suspensão de seus usos para as populações e a fauna, como abastecimento e dessedentação; além da sensação de perigo e desamparo da população em diversos níveis.</span></div>
<div style="background-color: white; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="color: #565656;">De acordo com o documento, a força do </span><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">volume</span></a><span style="color: #565656;"> lançado com o rompimento da barragem pode ter revolvido e colocado novamente em suspensão os sedimentos de fundo dos rios afetados, que pelo histórico de uso já continham metais pesados.</span></div>
<div style="background-color: white; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="color: #565656;">As medidas para reparação dos danos à vegetação e dos impactos à fauna, à </span><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">qualidade</span></a><span style="color: #565656;"> da água e socioeconômicos, entre outros, deverão ser realizadas por pelo menos dez anos, avaliam os técnicos do Ibama. “Cabe ressaltar que os impactos ambientais não se limitam aos danos diretos, devendo ser considerado que o meio ambiente é um sistema complexo, no qual diversas variáveis se interrelacionam, especialmente no contexto de uma bacia hidrográfica, sendo que as medidas de reparação dos danos, tangíveis e intangíveis, quando viáveis, terão execução a médio e longo prazo, compreendendo neste caso pelo menos dez anos.”</span></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
O cálculo da área atingida foi realizado com imagens do satélite Landsat8. A avaliação do Centro de Sensoriamento Remoto vai embasar novo auto de infração contra a mineradora. No último dia 12/11, o Ibama aplicou cinco multas preliminares no valor de R$ 50 milhões cada, o máximo previsto na Lei de Crimes Ambientais, que está sem reajuste há 17 anos. Ainda não foram mapeadas as edificações atingidas nos demais trechos além de Bento Rodrigues, como Paracatu de Baixo e Barra Longa.</div>
<div style="background-color: white; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="color: #565656;">A bacia do </span><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">Rio Doce</span></a><span style="color: #565656;"> ocupa área total de 82.646 quilômetros quadrados, duas vezes o tamanho do estado do Rio de Janeiro. A área atingida pela lama foi delimitada na imagem do satélite Landsat de 12/11, sete dias após o rompimento da barragem. Todos os dados foram gerados com o Sistema de Coordenadas SIRGAS 2000, segundo o padrão estabelecido pelo </span><a href="http://marketdesucesso.com.br/"><span style="color: red;">IBGE.</span></a></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
O laudo técnico preliminar foi apresentado pela presidente do Ibama, Marilene Ramos, durante reunião extraordinária do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, em Governador Valadares (MG).</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Informações do <strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Ibama</strong>, in EcoDebate.</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-41370078540243325522015-12-09T07:58:00.005-03:002015-12-09T07:58:44.702-03:00Velho Chico está cansado e não tem forças para chegar até o mar.<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<em>Por Júlio Ottoboni*</em></div>
<div style="background-color: white; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="color: #292929;">O ‘Velho Chico’ está cansado e não tem forças para caminhar até o Atlântico. As águas salobras do mar já invadiram sua calha 24 quilômetros adentro, exatos 10% do trecho final com maior oferta de turismo</span><b><span style="color: red;"><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"> <span style="color: red;">sustentável</span> </a></span></b><span style="color: #292929;">e que tem colocado a região como o terceiro maior fluxo turístico de Alagoas. Há três anos a situação se complicou de vez, a estiagem e o desmatamento ao longo de se seus trechos mais altos no Sudeste reduziram drasticamente a vazão do rio.</span></div>
<div style="background-color: white; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="color: #292929;">A denúncia da agonia do baixo São Francisco surgiu no 1º Seminário Internacional de Turismo Caminhos de São Francisco, ocorrido no começo deste mês, e promovido pelo Instituto Ambiental Brasileiro de Sustentabilidade (IABS), na cidade de Piranhas, em Alagoas. E foi feita para a secretária estadual de desenvolvimento </span><span style="color: red;"><b><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank">econômico</a></b> </span><span style="color: #292929;">e turismo, Jeanine Pires.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
“A água do mar entrou e o rio está azulado, na foz em Piaçabuçu estamos com dificuldades para ter água doce. Já tem tubarão, tartaruga marinha e outras espécies que só tem no mar. O pilombeta que é um peixe comum neste trecho do rio está desaparecendo”, alertou o ambientalista e integrante da Associação Olha o Chico, de Piaçabuçu, Jasiel Martins.</div>
<div style="background-color: white; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="color: #292929;">O peixe símbolo, o surubim, que tem uma enorme escultura na praça central de Piranhas, está ameaçado de extinção e praticamente sumiu do rio. A situação era de conhecimento do governo de Alagoas, que tem </span><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;"><b>investido</b></span></a><span style="color: #292929;"> pesadamente no projeto Caminhos do São Francisco, com a grande alternativa turística sustentável e modelo para o país.</span></div>
<div style="background-color: white; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="color: #292929;">“ A questão da crise hídrica não é só o Estado eu irá resolver, os pescadores tem alertado para a questão do rio. Só vejo uma solução se for global, precisamos cumprir as </span><span style="color: red;"><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">metas</span></a> </span><span style="color: #292929;">estabelecidas em acordos internacionais tanto pelo governo federal como pelos Estados”, comentou Jeanine Pires.</span></div>
<div style="background-color: white; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="color: #292929;">Uma rede de </span><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">empresários</span></a><span style="color: #292929;"> do segmento turístico tem buscado fazer sua parte, pois sabem que o Rio São Francisco é o grande maestro na regência deste novo momento para a economia regional. No hotel Pedra do Sino, em Piranhas, o proprietário Francisco de Assis Clemente, já fez tubulações independentes para captar a água dos quartos, inclusive do ar condicionado, para reaproveitamento. Também tem buscado saídas no uso de energia solar e na captação da água da chuva. “Temos que manter o foco na sustentabilidade”, afirmou.</span></div>
<div style="background-color: white; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="color: #292929;">A consciência preservacionista vai desde a conservação dos casarios históricos das 12 cidades do eixo do </span><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><b><span style="color: red;">programa</span></b></a><span style="color: #292929;"> Caminhos do São Francisco até um processo de resistência cultural. O empresário Flávio Ferraz, dono da Pousada Velho Chico, chegou como turismo do Recife e acabou ficando e empreendendo em Piranhas. E a pegada ambiental é hoje fundamental para a sobrevivência de seu negócio.</span></div>
<div style="background-color: white; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="color: #292929;">“Eu optei pelo turismo de esporte e de aventura. Os meus </span><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">clientes</span></a><span style="color: #292929;"> tem essa consciência, usamos aqui reaproveitamento da água e energia solar, além da fossa verde. Seja na área dos quartos ou no espaço do camping. O que preocupa é ver o rio nesta condição, tem lugar que já temos que sair do caiaque e levar a embarcação no braço até outro ponto para continuar a navegação”, falava com ar sério, mesmo quando brincava com seu cão, de nome Chicão.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<i>Fonte: Envolverde</i></div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<em>*</em><em> </em><strong><em>Júlio Ottoboni</em></strong><em> </em><em>é jornalista diplomado, pós graduado em jornalismo científico. Tem 30 anos de profissão, atuou na AE, Estadão, GZM, JB entre outros veículos. Tem diversos cursos na área de meio ambiente, tema ao qual se dedica atualmente. </em></div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-18834878688830325002015-12-05T11:04:00.002-03:002015-12-09T07:59:36.033-03:00Homem, o maior dos parasitas planetário<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="entry-content" style="background-color: white; border-left-width: 0px; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-left: 0px;">
<div style="color: #292929; margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
<em>Por Júlio Ottoboni*</em></div>
</div>
<div style="margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #292929;">Enquanto o planeta agoniza para o ser humano e se torna cada vez mais ameaçado de não comportar a sobrevivência de diversas outras espécies, os entraves da</span><b><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"> <span style="color: red;">Cop21</span></a></b><span style="color: #292929;"> só reforçam a percepção que vivemos sob a influência de um autismo que desconectou complemente o homem da realidade planetária. Tratam os problemas globais sob a ótica separatista, excludente, territorialista e norteada pelo poder e interesses econômicos</span></div>
</div>
<div style="margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #292929;">O sistema projetado para vivermos no que denominamos de<b><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"> </a></b></span><b><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">Terra</span></a></b><span style="color: #292929;"> é o reflexo de nossa própria estupidez, arrogância e soberba.</span></div>
</div>
<div style="margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #292929;">Aos governantes mundiais presentes no encontro de Paris, bastaria dizer que o analfabetismo ambiental não pode ser confundido com ganância e mentira. Criar uma nova cortina – literalmente – de fumaça para esconder as obrigações que seus governos têm com as grandes corporações </span><b><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">econômicas</span></a></b><span style="color: #292929;"> e financeiras, com um modelo de desenvolvimento absolutamente insustentável só acelerará o processo de autodestruição.</span></div>
</div>
<div style="margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #292929;">Essa postura adotada é o mesmo que decretar a extinção em massa da vida por ação antrópica, o último ato de uma espécie que acredita ser </span><b><span style="color: red;"><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">superior</span> </a></span></b><span style="color: #292929;">às outras e compreende ser sua existência mais valiosa que a de outros seres viventes.</span></div>
</div>
<div style="margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #292929;">O</span> <b><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: #cc0000;">planeta</span></a></b><span style="color: #292929;"> é um só, seja em seu clima, em suas porções de terra e seus oceanos. Na verdade, essa terceira rocha a partir do Sol continuará sua trajetória, seja no tal ‘cinturão verde’ com ou sem o homem sobre ou sob sua superfície. O rumo cósmico não pode ser definido pelas vontades humanas e nem de seus deuses. O </span><b><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">planeta</span></a></b><span style="color: #292929;"> seguirá em sua evolução permanente.</span></div>
</div>
<div style="margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #292929;">A política se mostra a arte da enganação, do cinismo e da hipocrisia. Particularizar a discussão ambiental sobre quem financiará a suspensão do suicídio coletivo ou datar ações emergenciais para 20 ou 30 anos é dar mais fôlego a um sistema econômico falido, autofágico e, crucialmente, ecocida. Mas tal</span> <b><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: #e06666;">sistema</span></a></b><span style="color: #292929;">, como um alienado agressivo, também não terá escapatória. O tempo e as consequências serão, no resultado final, o mesmo para todos.</span></div>
</div>
<div style="color: #292929; margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
Nesta alucinação geral sobram culpados sobre procedimentos criados pelo próprio homem. Responsabilizam as emissões dos combustíveis fósseis, das queimadas e desmatamento de florestas, da falta de água doce, desertificação, poluição em diversos níveis e formas, aumento da temperatura troposférica entre outros aspectos. Mas nunca se toca diretamente no problema, que é a falta de uma visão holística, planetária, sem fronteiras geopolíticas, algo que abranja e corrija o todo e altere uma rota de comportamento diretamente relacionado ao modo de vida e consumo.</div>
</div>
<div style="color: #292929; margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
Mas somos uma espécie introjetada, mergulhada profundamente em sua dissociação com o meio natural. Criamos um Deus a nossa própria imagem e semelhança e nos devotamos a ele. O homem é devoto do homem. Por isso um Deus bipolar, hora vingativo, vaidoso, predador e num outro instante compreensivo, afetivo e pacificador.</div>
</div>
<div style="margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #292929;">No livro do </span><b><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">Gênesis</span></a></b><span style="color: #292929;">, na Bíblia judaica, que contempla elementos de outros livros sagrados, surge a origem de boa parte da linha condutora do raciocínio e comportamento do senso comum. Então disse Deus: </span><em style="color: #292929;">“Cubra-se a terra de vegetação: plantas que deem sementes e árvores cujos frutos produzam sementes de acordo com as suas espécies”. E assim foi. A terra fez brotar a vegetação: plantas que dão sementes de acordo com as suas espécies, e árvores cujos frutos produzem sementes de acordo com as suas espécies. E Deus viu que ficou bom.</em></div>
</div>
<div style="margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #292929;">Momentos mais tarde, no quarto dia: Disse também Deus: </span><em><span style="color: #292929;">“Encham-se as águas de seres vivos, e voem as aves sobre a terra, sob o firmamento do céu”. Assim Deus criou os grandes animais aquáticos e os demais seres vivos que povoam as águas, de acordo com as suas espécies; e todas as aves, de acordo com as suas espécies. E Deus viu que ficou bom. Então Deus os abençoou, dizendo: ”Sejam férteis e</span><span style="color: red;"><b> <a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">multipliquem-se!</span></a></b></span><span style="color: #292929;"> Encham as águas dos mares! E multipliquem-se as aves na terra”.</span></em></div>
</div>
<div style="color: #292929; margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
No quinto dia: <em>“E disse Deus: Produza a terra seres vivos de acordo com as suas espécies: rebanhos domésticos, animais selvagens e os demais seres vivos da terra, cada um de acordo com a sua espécie”. E assim foi. Deus fez os animais selvagens de acordo com as suas espécies, os rebanhos domésticos de acordo com as suas espécies, e os demais seres vivos da terra de acordo com as suas espécies. E Deus viu que ficou bom.</em></div>
</div>
<div style="color: #292929; margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
<em>Então disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele (homem) sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os grandes animais de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão”.</em></div>
</div>
<div style="margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #292929;">O ditado popular nunca foi tão correto, o que é dado de graça não tem valor. Como o astrofísico Neil Degrasse Tyson diz: “Não há barreiras científica e tecnológica para se proteger o</span><span style="color: red;"><b> <a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">planeta,</span></a></b></span><span style="color: #292929;"> mas sim o que realmente valorizamos”.</span></div>
</div>
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<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #292929;">No</span><span style="color: red;"> </span><b><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">universo</span> </a></b><span style="color: #292929;">paralelo da realidade, onde só habita o homem, o planeta real pouco interessa. Ele não se dá conta que o ‘homem é o lobo do homem’, citação suprema do livro Leviatã, publicado em meados do século 17, pelo filósofo inglês Thomas Hobbes. Isso significa que o homem é o maior inimigo do próprio homem. Uma analogia sobre os lobos, que famintos na Pequena Idade do Gelo, compreendida entre os meados da Idade Média e até o início da Revolução Industrial, atacavam as aldeias e devoravam as pessoas.</span></div>
</div>
<div style="color: #292929; margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
Deixamos de ser caça para ser um voraz predador, despertando um instinto adormecido. E não isso apenas, mas de aniquilador, que subjugar todas as coisas.</div>
</div>
<div style="margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #292929;">A sexta maior extinção já está em curso. A água doce está cada vez em menor disponibilidade, apesar de há três bilhões de anos não ter entrado ou saída sequer um litro da crosta terrestre. A Era geológica do Cenozoico, dentro do período Quaternário, época do Holoceno deu espaço ao Antropoceno. Ou seja, o homem como fator de alteração do curso natural do </span><b><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">planeta</span></a></b><span style="color: #292929;"> e causador de uma nova extinção em massa, a sexta em nossos registros.</span></div>
</div>
<div style="color: #292929; margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
A Terra entrou em um novo período de extinção em massa, segundo estudos feitos por três universidades americanas. A pesquisa desenvolvida por cientistas das universidades de Stanford, Princeton e Berkeley, mostra que os vertebrados estão desaparecendo a uma taxa 114 vezes mais rápida que o normal. Essa é a confirmação dos resultados da publicação da Universidade de Duke, ocorrida no ano passado.</div>
</div>
<div style="margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #292929;">O homem se multiplica a taxas insuportáveis para a própria natureza planetária. Ele próprio sequer conseguiu conceituar sua própria infestação sobre o corpo planetário, como parasitas em um hospedeiro. Bastaria avaliar os números de sua proliferação como espécie no </span><b><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"><span style="color: red;">reino</span></a></b><span style="color: #292929;"> animal (algo que ele também não se compreende como parte integrante). Em 1812 havia um bilhão de pessoas no planeta, em 1912 cerca de 1,5 bilhão e em 2012 atingimos a marca de sete bilhões, inclusive com comemorações.</span></div>
</div>
<div style="color: #292929; margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
Para o cientista inglês e criador da Hipótese de Gaia, James Lovelook, o planeta só suporta a manutenção de 2,3 bilhões de seres humanos. A ideia que tinha originalmente a denominação de Hipótese de Resposta da Terra apresenta o planeta como ser vivo. Hoje, no meio científico há os que lhe dão a condição de teoria, algo além de uma mera hipótese.</div>
</div>
<div style="margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #292929;">Resta uma conclusão, o</span><b><span style="color: red;"><a href="http://marketdesucesso.com.br/" target="_blank"> <span style="color: red;">homem</span></a></span></b><span style="color: #292929;"> é uma espécie deslocada da natureza, insana, um projeto capaz de construir e destruir coisas magnificas para sua compreensão, mas incapaz de se reconciliar com o tempo planetário.</span></div>
</div>
<div style="color: #292929; margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
A Cop 21 mostra que estamos mais para parasitas, que preferem matar o hospedeiro, que render-se a ele numa convivência mútua. Como diria o naturalista inglês e premiado jornalista da BBC, David Attenborough: “Somos muito mais filhos de desastres naturais que da própria evolução natural”.</div>
</div>
<div style="color: #292929; margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
E assim, como surgimos nos destruiremos, num grande desastre natural. Numa reação de Gaia contra os parasitas que insistem em inflamar seu dorso de água, terra e ar. <em>(#Envolverde)</em></div>
</div>
<div style="color: #292929; margin-bottom: 15px;">
<div style="text-align: justify;">
<em>* <strong>Júlio Ottoboni</strong> é jornalista diplomado, pós graduado em jornalismo científico. Tem 30 anos de profissão, atuou na AE, Estadão, GZM, JB entre outros veículos. Tem diversos cursos na área de meio ambiente, tema ao qual se dedica atualmente. </em></div>
</div>
</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-27092563805264779262015-11-29T10:06:00.001-03:002015-11-29T10:06:31.620-03:00O PREÇO DA ÁGUA<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<em>No sudeste do Pará, a concessão do abastecimento para a Odebrecht Ambiental veio acompanhada de tarifas altas; moradores de baixa renda têm de decidir entre pagar a conta ou garantir a alimentação das crianças</em></div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<strong><em>Por Sarah Fernandes, para a Agência Pública –</em></strong></div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
A água, tão central na cultura amazônica, tem se transformado em um bem caro e até mesmo perigoso em São João do Araguaia, São Geraldo do Araguaia e Xinguara, no sudeste do Pará. O líquido que chega às torneiras das casas está sob a responsabilidade da Odebrecht Ambiental, que detém as concessões do serviço de abastecimento nas três cidades e em outros sete municípios paraenses. Moradores de baixa renda, que precisam do Bolsa Família para sobreviver, têm sentido dificuldade para pagar as contas todo mês. Também existem reclamações de que a empresa usa cloro em excesso no tratamento, o que traz mal-estar às crianças.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Alguns pais enfrentam o dilema entre deixar as contas em dia ou manter a família, o que pode resultar em cortes até na alimentação. Há moradores que viram a fatura alcançar metade do orçamento, chegando a valores próximos de R$ 200. Nos três municípios, 4.107 pessoas vivem com até um quarto do salário mínimo por mês (o equivalente a R$ 197), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A saída é gerenciar a economia doméstica, em uma eterna corda bamba, que onera sobretudo as crianças.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Muitos recorrem a fontes <a href="http://marketdesucesso.com.br/">alternativas</a> de água, como poços artesianos e rios da região, que podem estar contaminados. Isso expõe as crianças ao risco de ter diarreia e doenças como febre tifoide, hepatite A e parasitoses. “A tarifa da água aperta demais o <a href="http://marketdesucesso.com.br/">orçamento</a>. Muitas vezes tive que deixar de comprar coisas para as meninas, como comida ou material de escola. Houve meses em que tive que pedir dinheiro para a minha sogra para colocar comida na mesa”, afirma a dona de casa Ana Carolina Dias Palone, de Xinguara, que tem duas filhas, de 5 e 7 anos. “Muitas vezes tenho que deixar uma conta pendente para o próximo mês, para dar tempo de sobrar um<a href="http://marketdesucesso.com.br/"> dinheirinho</a> e conseguir comprar o que elas precisam comer.”</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Os valores das tarifas de água foram definidos pelas prefeituras e pelas empresas nos contratos de concessão. Os moradores, principais afetados pela mudança, tiveram <a href="http://marketdesucesso.com.br/">oportunidades</a> restritas de participar da definição dos preços. “Não há no Pará uma agência reguladora que discuta com a prefeitura e com a população os valores. Eu, daqui, tenho que garantir que minha <a href="http://marketdesucesso.com.br/">empresa</a> continue funcionando. Somos uma companhia privada e visamos ao lucro. Não adianta ser hipócrita”, diz uma das engenheiras da empresa, que teve a identidade preservada.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Cada município atendido pela Odebrecht Ambiental possui obrigações específicas, descritas no respectivo plano de água e esgoto. “A região amazônica tem minério, terra, água. Tudo isso. As empresas vêm com a intenção de se apropriar da água e do bem público. A lógica da Odebrecht é mercantilizar a água, torná-la mercadoria”, afirma Cristiano Medina, integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). A empresa ressaltou, via assessoria de imprensa, que, pelo modelo de concessão adotado nos municípios paraenses, assume a operação sob supervisão da prefeitura e deve assegurar investimentos e prestação de serviços. Após 30 anos, as benfeitorias implantadas ficarão com os municípios.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<a href="http://marketdesucesso.com.br/">Empresas</a> públicas e privadas de saneamento têm as mesmas obrigações, previstas nos planos diretores das cidades onde atuam. “A diferença principal é que as empresas privadas veem na água uma forma de obter lucro, enquanto as estatais têm o objetivo de desenvolver a região e prestar um serviço de saúde. Assim, uma empresa estatal pode reduzir as tarifas ou subsidiar regiões pobres sem aumentar os preços para as outras pessoas. Já a empresa privada terá que cobrar mais caro de alguém para garantir seu lucro”, exemplifica o diretor regional do Sindicato dos Urbanitários do Pará, Otávio Barbosa.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<strong>‘Compro comida ou pago água?’</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
A notícia da chegada de duas pessoas de São Paulo correu depressa na zona rural do pequeno município de São João do Araguaia. Famílias inteiras saíam de suas casas de madeira, ultrapassavam o quintal de terra batida e esperavam junto às cercas de madeira ou arame farpado, em um modelo de construção quase padronizado no local. Nas mãos, tinham as contas de água dos últimos meses, anexas aos avisos de corte do abastecimento. No rosto, uma clara esperança de resolver o problema que tira o sono – e sustento – de crianças e adultos da cidade: o valor a ser pago pela água.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
“Não… Nós não somos da Odebrecht. Eu sou repórter e ele é fotógrafo.” A apresentação decepcionava aqueles que aguardavam uma resposta para o problema. Nas pequenas residências com banheiros inacabados, repletas de crianças e com sustento vindo basicamente do Bolsa Família, os valores das contas de água atingem parte significativa do <a href="http://marketdesucesso.com.br/">orçamento familiar.</a> “Minha conta vem por volta de R$ 18, porque nunca ultrapassei a primeira faixa de consumo. O valor pode parecer baixo, mas, para mim, que sustento a casa com R$ 200, é muito. A gente acaba tendo que tirar dinheiro do Bolsa Família para pagar a água e esse era um dinheiro que deveria ser para a comida das crianças”, conta a dona de casa Ednalda Moreira Gomes, que vive com o marido e dois filhos, de 10 e 13 anos.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Desempregado, o trabalhador rural José Reis recebeu em setembro uma conta de água de R$ 48,03 para um consumo de 26 metros cúbicos. Ele mora em uma casa de três cômodos, sem banheiro, com a esposa e mais três filhas. “Antes nós não pagávamos nada pela água. Agora, começamos a pagar e nem fomos consultados sobre o preço que pagaríamos. Ficou caro. Muitas vezes tiro dinheiro da merenda das minhas meninas para dar conta desse gasto”, lamenta. Ele aguarda uma vistoria da empresa para verificar a existência de vazamentos. “Está muito pesado para a gente que vive desempregado. Estou sem pagar, porque não tenho condições. O dinheiro que recebemos do Bolsa Família vai todo para comida e material escolar. Eu não posso mexer nisso.”</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
A <a href="http://marketdesucesso.com.br/">renda da família </a>da dona de casa Marines Cardoso de Oliveira também vem do Bolsa Família, que paga R$ 35 por criança, até o teto de R$ 175 – R$ 33 a menos que o valor da conta de água de junho, de R$ 208,87, por 62 metros cúbicos. “Às vezes é preciso escolher: comprar comida para as crianças ou pagar a água”, explica. Ela vive em uma casa de um cômodo com um banheiro inacabado, com o marido e nove filhos, três deles com deficiência mental. “O Bolsa Família só dá para comprar comida para os meninos, e vez ou outra algo para eles vestirem”, diz. Com a conta atrasada, seu maior medo é ter o serviço cortado e precisar recorrer à água de um pequeno lago próximo a sua casa, usado pelo gado de criadores da região. “Já me deram o aviso que, se eu não pagar, vão cortar minha água. Como vou fazer?”, questiona.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
A história se repete de casa em casa, entre pelo menos 100 pessoas que vivem no bairro Vila José Martins Ferreira, na zona rural de São João do Araguaia. Quem não consegue bancar o preço da água recorre a fontes alternativas, e pouco seguras, como os rios da bacia amazônica e poços artesianos – onde muitas vezes a água, mal armazenada e sem tratamento, oferece riscos pela presença de micro-organismos nocivos à saúde. As crianças acabam sendo as mais contaminadas por doenças bacterianas e verminoses, como confirmam funcionários da saúde pública da região. Apesar da percepção dos trabalhadores do setor, a Secretaria Estadual de Saúde do Pará não contabiliza o número de crianças que apresentam os principais sintomas – diarreia e vômito – pois os problemas não são de notificação compulsória ao Ministério da Saúde.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
A servente de escola Raimunda Carvalho dos Santos vive em três cômodos com o marido e três filhos, com apenas um salário mínimo. “Tem que tirar dos meninos, não tem jeito”, diz. Na conta de julho, o valor era de R$ 168 por 55 metros cúbicos. “A renda é pouca. Então, para pagar a água, nós temos que tirar da alimentação das crianças e do material da escola. Como eu vou pagar se não fizer assim?”, lamenta olhando para o chão, quase envergonhada. “Se cortarem, vou ter que pegar água no poço do vizinho para dar para as crianças. Mas ela não é boa. Fico entre a cruz e a espada.”</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
O valor da tarifa média por metro cúbico em São João do Araguaia é de R$ 2,22. Todo o<a href="http://marketdesucesso.com.br/"> lucro </a>da Odebrecht Ambiental vem da tarifa cobrada dos usuários. A Agência Pública solicitou o valor médio recebido pela <a href="http://marketdesucesso.com.br/">empresa</a> por mês, porém a informação não foi fornecida. Em São João do Araguaia, São Geraldo do Araguaia e Xinguara, os contratos não preveem a tarifa social. Ela é aplicada por decisão da empresa. Podem ter acesso ao benefício clientes da categoria residencial, com casas enquadradas no padrão baixo de construção (área construída de até 100 metros quadrados, sem forro, com apenas um banheiro ou instalações precárias) e que tenham renda familiar igual ou inferior a um salário mínimo e meio. Apesar de muitos dos entrevistados se enquadrarem nesse perfil, nenhum deles era contemplado com o benefício.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
“Percebemos que muitas das contas vêm com um consumo muito alto de água. A empresa faz verificação de vazamentos quando os moradores reclamam, mas não há um controle mais rigoroso sobre possíveis desperdícios. Mesmo nos casos de vazamentos e das famílias de baixa renda, não conseguimos negociar um valor menor para a conta”, afirma o vereador Benisvaldo Bento da Silva (PMDB), que vem organizando os moradores e conduzindo reuniões com a Odebrecht Ambiental.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<strong>Na mira da Lava Jato</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
A empreiteira Odebrecht, membro do grupo da Odebrecht Ambiental, é uma das <a href="http://marketdesucesso.com.br/">empresas</a> investigadas na Operação Lava Jato. Em julho, comprovantes de depósitos bancários encaminhados pela Procuradoria da Suíça a integrantes da Força Tarefa da Polícia Federal comprovaram transferências entre contas pertencentes à Odebrecht e ex-diretores da Petrobras. No mesmo mês, o juiz Sérgio Moro, responsável pelos inquéritos, aceitou a denúncia do Ministério Público Federal contra o presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, e mais quatro executivos. Ele se tornou réu, sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa e segue preso em Curitiba, desde 19 de junho.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Em 20 de outubro, a defesa do empresário entrou com novo pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), pelo qual ele pedia “socorro”, em tom inflamado. O ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Operação Lava Jato no STF, negou o pedido de liberdade por entender que a prisão preventiva é necessária, uma vez que o executivo teria orientado supostas atividades criminosas de outros réus e que supostamente atuou para evitar o levantamento de provas. No dia 26 de outubro, advogados da empresa entraram com recurso no Tribunal Penal da Suíça para tentar evitar que extratos bancários em contas no país europeu sejam remetidos oficialmente ao Ministério Público do Brasil.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<strong>Água para quem?</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
A empresa tocantinense Hidro Forte Administração e Operação Ltda venceu a concorrência, seguindo o critério principal de oferecer o menor valor de tarifa. Três meses depois de assumir a concessão, a empresa foi comprada pela Odebrecht Ambiental, em setembro do ano passado. A possibilidade de mudar a empresa prestadora do serviço não estava prevista no edital, como manda a Lei de Licitações (8.666/93). “Neste caso, para ser legal, a possibilidade deve estar descrita no contrato de prestação de serviço”, explica Flávio Guberman, advogado especialista em direito administrativo e societário. Não foi possível obter o contrato, pois o secretário de Administração de São João do Araguaia, Emiliano Soares, não respondeu à reportagem.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.3333px;">O prefeito afirmou que a administração municipal “possui toda a documentação”. “Nós optamos por ter uma água de qualidade, porque as águas estão muito poluídas. A Odebrecht tem conhecimento, tem mais recurso e uma trajetória em saneamento básico. Preferimos migrar”, disse. A empresa informou, pela assessoria de imprensa, que, desde que assumiu o serviço, reformou a Estação de Tratamento de Água e regularizou as redes de distribuição e as ligações domiciliares, além de eliminar ligações clandestinas e fazer a clorificação da água. O teor de cloro atinge o máximo permitido pela Portaria 2.914/11 do Ministério da Saúde, de 2 miligramas por litro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.3333px;">“De repente fomos surpreendidos pelos contratos com a Odebrecht. Não pudemos fazer audiência pública nem consultar a população sobre essa mudança. Quando o serviço era público, a prefeitura não cobrava e a água do rio era distribuída para a população por um sistema municipal. A Odebrecht não faz ainda o tratamento completo da água, mas já cobra caro”, reclama o vereador Benisvaldo. “Passaram-se três meses e a conta que chega nas casas das famílias fica entre R$ 150 e R$ 300. Tem pessoas que não têm renda nenhuma e têm que pagar isso”.</span></div>
<br />
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
A tarifa mínima cobrada em São João do Araguaia é de R$ 18,28 para um consumo de 0 a 12 metros cúbicos, o equivalente a R$ 1,52 por metro cúbico. O <a href="http://marketdesucesso.com.br/">valor</a> aumenta de acordo com o consumo, chegando a R$ 5,73 por metro cúbico para as residências que usam mais de 50 metros cúbicos. Na cidade de São Paulo, por exemplo, o preço é de R$ 20,62 para um consumo de 0 a 10 metros cúbicos, sendo que, pela opção da tarifa social, voltada para as famílias de baixa renda, o valor cai para R$ 7 nessa faixa de consumo. No município paraense, é de R$ 12. Apesar disso, 30,41% das famílias de São João do Araguaia vivem com até um quarto do salário mínimo por mês, contra apenas 2,88% em São Paulo.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
O Pará – onde muitos municípios ainda mantêm sistemas públicos de distribuição de água – tem a segunda tarifa média mais barata do país: R$ 1,64 por metro cúbico, atrás apenas do Maranhão (R$ 1,62), segundo o Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto de 2013, do Ministério das Cidades. O estado com a tarifa mais alta é o Rio Grande do Sul (R$ 4,18), seguido por Amazonas (R$ 3,75) e pelo Distrito Federal (R$ 3,73).</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<strong>Cidade alagada</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
O projeto terá duas eclusas e um lago de 3.055 quilômetros quadrados. Serão inundados 1.115 quilômetros quadrados de terras de seis municípios do Pará (Marabá, São João do Araguaia, Bom Jesus do Tocantins, Brejo Grande do Araguaia, Nova Ipixuna, Palestina do Pará), três do Tocantins (Ananás, Esperantina e Araguatins) e dois no Maranhão (São Pedro da Água Branca e Santa Helena). A obra tem custo previsto de R$ 12 bilhões e terá <a href="http://marketdesucesso.com.br/">capacidade de produção</a> de 2.160 megawatts.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
A Odebrecht não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre por que investir em saneamento em uma cidade que será alagada, por considerar uma informação estratégica para a empresa. “Por questões estratégicas a Odebrecht Ambiental não fornece esses dados”, disse a assessoria de imprensa.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
“Isso passa por controle do território, mercantilização dos recursos naturais e controle dos rios”, acredita Cristiano Medina, do MAB. “São as mesmas empresas que disputam e administram tudo aqui. A Amazônia tem uma reserva vantajosa mineral, energética e de água e as empresas chegam aqui para controlar esses recursos.”</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<strong>Água mineral</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Apesar de Xinguara ser a cidade mais desenvolvida entre as visitadas – única com Índice de <a href="http://marketdesucesso.com.br/">Desenvolvimento</a> Humano médio (0,659) –, o distrito de Rio Vermelho, popularmente conhecido como Gogó da Onça, é composto por algumas poucas casas de madeira, que se espalham na beira da estrada. “Mãe, mãe, o retratista pode tirar retrato de eu mais o papagaio?”, pergunta, muito alegre, a pequena Rafaela Dias Palone, de 7 anos, enquanto corre para dentro de casa. Mãe da menina, Ana Carolina Dias Palone estava atarefada, cuidando da filha mais nova, de 5 anos, que há uma semana sofria com fortes dores no estômago e nos rins. O motivo, segundo o diagnóstico médico, era o cloro na água. “O médico perguntou se eu dou água da rua para ela e, quando confirmei, ele disse tinha certeza que era isso, porque já tinha outros casos. Desde então estamos comprando água mineral, mas é muito caro”, conta a dona de casa.</div>
<div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Uma dosagem excessiva de cloro para consumo humano pode levar, por exemplo, à degradação da flora intestinal e a problemas estomacais, segundo o especialista em química ambiental e tratamento de água, Jorge Antonio Barros de Macedo. “Além disso, se a água não for filtrada antes de receber o cloro, o contato de alguns tipos da substância com matéria orgânica pode resultar na formação de substâncias cancerígenas, chamados trialometanos”, diz.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Uma das enfermeiras que trabalham diariamente no posto de saúde do distrito – e que não quis se identificar – confirmou que muitas crianças adoecem devido ao cloro usado na água. Ela reconhece, contudo, que houve uma diminuição do problema desde o começo do ano. “As pessoas adoeciam mais, porque os níveis de cloro eram muito altos. Para ter uma ideia, a faxineira nem estava usando água sanitária para lavar os lençóis do posto”, conta. “Depois de muita reclamação melhorou, mas as pessoas mais sensíveis, sobretudo as crianças, ainda sentem dores de estômago, diarreia e vômito. Algumas também chegam com irritações na pele, porque tomaram banho com água com cloro forte.”</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Nem a Secretaria de Saúde Estadual do Pará nem a de Xinguara contabilizam os casos de adoecimento em função da água ou do cloro, segundo a secretária adjunta de Saúde de Xinguara, Maria da Glória Barbosa. O levantamento fica por conta da observação dos funcionários da saúde. “Aqui temos pelo menos três casos de diarreia em crianças por semana. A maior parte é devido à contaminação por giárdia, que é um protozoário transmitido pela água que não é tratada adequadamente. Nós sabemos que muitos municípios do estado são carentes na questão do tratamento de água e enfrentamos esse desafio no nosso dia a dia”, conta a enfermeira-chefe de um dos postos de saúde do município, Ecilene Fera.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
A Odebrecht Ambiental disse que “obedece a todos os padrões de tratamento de água em atendimento ao preconizado pelo Ministério da Saúde” e que realiza monitoramentos constantes de qualidade da água por meio de exames laboratoriais. “O teor de cloro estabelecido pela legislação deve ficar entre 0,2 e 2 miligramas por litro, sendo que utilizamos o valor de 0,9 miligrama por litro”, informou.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
A prefeitura, no entanto, não tem realizado sua análise da água para checar os dados coletados pela empresa. Esse acompanhamento deveria ser feito mensalmente, por meio de amostras colhidas em diferentes locais da cidade, enviadas depois para um laboratório central, no município de Conceição do Araguaia. “A última coleta foi realizada em maio e não tivemos acesso aos resultados ainda. Está parada por causa de uma licitação para compra de materiais”, explica o coordenador do sistema de monitoramento na prefeitura, Marconi Ribeiro.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Devido ao cloro e ao <a href="http://marketdesucesso.com.br/">valor</a> elevado da conta (mínimo de R$ 27,80 para quem consome de 0 a 10 metros cúbicos e uma média de R$ 3,32 por metro cúbico, considerando todas as faixas tarifárias), algumas famílias voltaram a recorrer à água de poços. “A água que a gente coleta tem coliformes fecais, sobretudo a dos poços, que em geral ficam perto das fossas. O saneamento básico e o esgoto são ruins. Por isso, mesmo nas famílias de baixa renda, o pessoal acaba tendo que consumir galões de água mineral”, diz Ribeiro.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Em Xinguara, a água que chega às casas pelo sistema de distribuição operado pela Odebrecht Ambiental vem de uma barragem feita em um pequeno córrego. Apenas 30% da população do município tem acesso à água tratada. A empresa está investindo na ampliação da barragem, que deve duplicar de tamanho e permitir uma captação de água três vezes maior que a atual, além de aumentar a rede de distribuição para a cidade. “Não temos mais atendimento porque o córrego é pequeno. No período de estiagem, a qualidade dessa água fica muito ruim, com matéria orgânica, escura e temos que usar muitos produtos químicos. Com um lago maior, de profundidade maior, a qualidade melhora”, disse uma engenheira da Odebrecht. “Trabalhamos com meta desafiadora, porque atendemos a um percentual muito pequeno. Até 2017 temos que atingir 70% de atendimento.”</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
A água de <a href="http://marketdesucesso.com.br/">qualidade</a> também é um problema a 200 quilômetros dali, no município de São Geraldo do Araguaia, que, junto com Xinguara, capta água de superfície dos rios. Muitos moradores dizem que precisam comprar água mineral para beber. Segundo eles, a água da rua tem qualidade ruim e também chega às casas com cheiro forte de cloro ou suja, ainda com resíduos de matéria orgânica. De acordo com a empresa, o teor de cloro utilizado na água do município também é de 0,9 miligrama por litro. A prefeitura de São Geraldo não realizou nenhuma avaliação da qualidade da água neste ano, por falta de equipamentos como o reagente ou o coletor, segundo a Secretaria de Saúde do município. De acordo com o órgão, o teor de cloro no município variou entre 0,2 e 2 miligramas por litro, mas já chegou a 5 miligramas por litro.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Os moradores do município pagam uma das contas de água mais caras da região: R$ 31,10 para quem consome entre 0 e 10 metros cúbicos e uma tarifa média de R$ 3,73. Segundo a Odebrecht Ambiental, as diferenças de valores nas tarifas dos municípios “se devem às especificidades presentes no equilíbrio financeiro de cada uma destas concessões e obedecem a parâmetros presentes nos contratos de concessão com cada município”. Antes de a Odebrecht assumir a sistema de água no município, a responsável era uma empresa de capital misto chamada Companhia de Saneamento de São Geraldo do Araguaia (Cosanga). O primeiro contrato foi feito com uma empresa chamada Saneatins, que posteriormente foi adquirida pela Odebrecht Ambiental.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Devido às recorrentes queixas sobre a <a href="http://marketdesucesso.com.br/">qualidade</a> e o preço da água no município, o promotor de Justiça de São Geraldo do Araguaia, Agenor de Andrade, organiza, desde agosto, quatro procedimentos jurídicos contra a Odebrecht Ambiental, de quatro diferentes regiões da cidade. Três deles vieram com abaixo-assinados que reuniram 160, 110 e 70 assinaturas de moradores, reclamando de cheiro de esgoto na água, da cor barrenta ou do interrompimento constante da distribuição, sem aviso. “Várias pessoas estão passando mal com diarreia, infecções por bactérias, vômitos e crises estomacais”, diz o enunciado de um dos abaixo-assinados.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
“Os moradores me encaminharam uma garrafa com uma amostra da água que chega à casa deles e ela veio realmente muito suja e barrenta. Por isso, vou convocar, junto à Câmara Municipal, uma audiência pública, para ouvir os munícipes e cobrar respostas da empresa”, diz Andrade. “Colheremos informações e instauraremos procedimento administrativo para subsidiar uma eventual ação civil pública contra a Odebrecht.”</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
Uma das alternativas que a população encontra para driblar a tarifa e os problemas na qualidade da água é o rio, sem tratamento. Na pequena São Geraldo, com suas casas de madeira e ruas de terra, onde além das pessoas circulam também galinhas e porcos, tudo acontece nas margens dos Araguaia, entre a lavagem de roupa e a pescaria. “A água da rua vem suja ou cheia de cloro. Para tudo que preciso uso o rio”, reclama a pescadora Silva Moreira, que mora em uma casa onde só há uma torneira e um vaso sanitário, sem descarga.</div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
“Uma vizinha contou que colocou a roupa de molho e no dia seguinte apareceu manchada, porque é muito cloro”, conta a dona de casa Rosa Maria, que tem uma filha de 10 anos e outra de 9 meses. “Às vezes a água vem muito suja, outras vezes com bastante cloro. Chega a arder para beber. Acabamos tendo que comprar água mineral para dar para a bebê, porque a da rua é muito forte para ela. Mas infelizmente não temos dinheiro para as duas. O que vamos fazer?” <em>(Agência Pública/ #Envolverde)</em></div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<em>* <a href="http://marketdesucesso.com.br/">Essa matéria é resultado do concurso de microbolsas para reportagens investigativas sobre Crianças e Água promovido pela Agência Pública em parceria com o projeto Prioridade Absoluta do Instituto Alana.</a></em></div>
<div style="background-color: white; color: #292929; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<em>** Publicado originalmente no site <a href="http://apublica.org/2015/11/o-preco-da-agua/" style="color: #0a6b0a; outline: none; text-decoration: none; transition: all 0.3s ease-in-out;" target="_blank">Agência Pública</a>.</em></div>
</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-10837597011836013422015-08-17T09:09:00.003-03:002015-08-17T09:09:40.967-03:00Na maioria das cidades e capitais a Política Nacional de Resíduos Sólidos ainda não saiu do papel<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 16.7999992370605px;">Maioria das cidades e capitais não têm aprovada uma política de reciclagem e coleta seletiva como prevê a lei 12.305 de 2010.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 16.7999992370605px;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Aprovada em 2010, a Política Nacional de Residuos Solidos (Lei 12.305/10) foi discutida por quase 20 anos no Congresso Nacional, mas embora seja considerada por especialistas como uma boa lei, existe uma preocupação sobre sua efetividade, porque ela exige uma participação ampla da sociedade. Mas qual o problema? Qual a dificuldade de separar o lixo? A população está consciente da importância de separar o lixo seco do orgânico e está fazendo a sua parte?</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
De acordo com o presidente da Coop Tubiacanga, cooperativa de catadores de materiais recicláveis com sede na Ilha do Governador, Vanderson Sabino, o discurso de que não adianta fazer a seleção do lixo em casa, porque o caminhão da limpeza urbana não tem este recurso, é verdade que falta recurso e é necessário ampliar a coleta seletiva, mas a população tem consciência sim da coleta seletiva. Ele agradece à população que faz a coleta seletiva em casa, porque o que ele recebe é muito bem separado e a qualidade do lixo seco é excelente.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo (SELUR), Ariovaldo Caodaglio, uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas mostra que a população tem conhecimento de que jogar lixo na rua, deixar de fazer a coleta seletiva e outros procedimentos é errado. “Todos têm consciência da coleta seletiva. Então parece que falta o envolvimento, fazer essa população ter comprometimento com a própria cidade em que vive, da importância da coleta seletiva em relação a todas as questões ambientais”, avalia.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Para a diretora de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Zilda Veloso, “é importantíssimo o papel do cidadão na separação o seu lixo. E mesmo que as prefeituras não tenham implantado a coleta seletiva, há catadores na maioria das cidades brasileiras”.</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-72264906686550495382015-03-25T17:07:00.001-03:002015-03-25T17:07:16.211-03:00Águas, políticas de Uso e Abuso.<br />
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Por Dal Marcondes</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="line-height: 22.7999992370605px;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="line-height: 22.7999992370605px;">A água no Brasil é infinita. Os usos e abusos ao longo dos anos mostraram, porém, que esta afirmação é falsa. Não porque a água no Brasil não seja realmente infinita, mas porque o abuso cotidiano na captação, o não tratamento de efluentes domésticos e industriais e a degradação ambiental das áreas de mananciais e de recarga de aquíferos estão colocando o País em estado de alerta em relação aos recursos hídricos.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
A história da gestão dos recursos hídricos no Brasil passa por vários capítulos, no entanto, poucos realmente preocupados em preservar este valioso insumo ambiental. Os colonizadores deixaram para os escravos o cuidado com a água e com seus dejetos domésticos. Foi quase como empurrar para baixo do tapete. O que o escravo tinha de fazer era jogar no riacho mais próximo tudo o que precisava desaparecer.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
A água só mereceu tratamento legal no Brasil a partir do século XIX, quando ficou definido que o Ministério da Agricultura deveria ser o responsável por ela. Na industrialização do pós-guerra veio a necessidade de melhorar a distribuição da água para que as empresas urbanas pudessem ter acesso ao insumo. Foi a vez do Ministério das Minas e Energia assumir o encargo. A partir daí a água passou a ser tratada como um problema de infra-estrutura.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Mas é a partir de 1988, com a nova Constituição democrática, é que a água ganha um lugar de destaque na sociedade, deixa de ser um simples insumo agroindustrial para ser um direito social. A água, vista pelos deputados constituintes, era diferente da água pelos olhos dos colonizadores ou dos proprietários de terras. A União e os Estados receberam força para fazer o planejamento das políticas públicas de recursos hídricos e passaram a fazer parte de um sistema integrado de normatização e gestão. A partir de 1995 esta estruturação começa a ganhar corpo com a criação da Secretaria Nacional de Recursos Hídricos, vinculada ao Ministério do meio Ambiente. Mais dois anos e veio a Lei Nacional dos Recursos Hídricos, que forneceu as diretrizes para um novo marco regulatório das águas.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
O Conselho Nacional de Recursos Hídricos foi o passo seguinte. Instituído por lei em janeiro de 1997, passou a funcionar de fato em junho de 1998. Este foi um importante passo para ampliar o debate sobre o uso da água no Brasil. Presidido pelo ministro do Meio Ambiente, o CNRH tem entre seus membros representantes de Ministérios e Secretarias especiais da presidência da República, dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de grandes usuários, de concessionários para a geração de energia hidrelétrica, de concessionários de água públicos e privados e de representantes da sociedade civil. Atualmente são 57 conselheiros com mandato de três anos. A formação do CNRH consolidou a visão de direito social, mas também ajudou a dar uma visão integrada e transversal a tema água.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
No entanto, na origem deste novo ordenamento jurídico, a Lei 9433/97, havia um cenário institucional de desregulamentação das funções de Estado. A visão comum é que o estado não deverias ser provedor ou prestador de serviços, mas sim um regulador das atividades econômicas que deveriam ser exercidas pela sociedade através de empresas, consórcios e outros instrumentos capazes de prover as necessidades do consumidor. Nasce na instituição pública a figura das agências reguladoras. Em todas as áreas onde antes o Estado era o principal ou único provedor ou prestador de serviços, surgem agências reguladoras. No caso da água surge a ANA – Agência Nacional de Águas. Esta nova agência, criada em 2000, seria o instrumento para a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, prevista em 1997 e, principalmente, implantar o Plano Nacional de Recursos Hídricos, aprovado pelo CNRH em janeiro de 2006, e que pretende ser um espaço de planejamento compartilhado entre Estado e sociedade civil para implementar as metas e programas para o que deveria ser o uso racional, equitativo e sustentável das águas no Brasil até 2020.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
A criação da ANA teve algumas preocupações bem definidas. A principal foi enviar um sinal aos investidores interessados nos serviços de distribuição de água e tratamento de esgotos que existe uma institucionalização no setor. E também para que os grandes usuários possam se envolver nas questões relativas à gestão da água. A agência tem autonomia administrativa e financeira, muita liberdade de ação e os mandatos de sua diretoria não são coincidentes com o mandato do Presidente da República.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
A lei 9433 e o Plano Nacional de Recursos Hídricos que a regulamenta, dão um novo caráter à representação da sociedade na formulação de políticas públicas sobre água. Ela permite a representação nos Comitês de Bacias, nos Conselhos Estaduais e no Conselho Nacional de Recursos Hídricos. Esta representação garante que boa parte dos interesses econômicos estejam de fato representados. No entanto, não garante a defesa dos interesses dos usuários domésticos e dos interesses ambientais e difusos.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
O objetivo do Plano Nacional de Recursos Hídricos e dos comitês e Conselhos estruturados sob a sua regulamentação é, principalmente, regular e prevenir “conflitos pelo uso da água”. No entanto, apenas nos próximos anos, com a aplicação dos instrumentos do PNRH é que o reordenamento do setor de águas estará de fato consolidado.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Este final da primeira década do século XXI está recolocando as peças em jogo no tabuleiro da água no Brasil. Alguns fatores determinantes estão apenas delineados e não completamente postos para deliberações. O mundo real ainda não se acomodou diante das novas concessões para a distribuição de água e tratamento de esgotos que estão postas com o vencimento dos contratos de concessão assinados em meados dos anos 70, quando foram criadas as empresas estaduais de água.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Na mesa, mas ainda de forma obscura e sem definições finais, está a cobrança pelo uso da água. Este mecanismo pretende valorar a água como insumo econômico e social e reduzir as distorções sobre quem arca com os custos do sistema de abastecimento. Até agora nenhuma empresa, agrícola ou industrial, tinha qualquer despesa com a captação de recursos hídricos diretamente em corpos d´água. Um claro desequilíbrio, principalmente quando se tem em conta que as atividades agrícolas são as de maior consumo de água, respondendo a cerca de 70% de toda a água utilizada no País. E, também, que as indústrias localizadas à beira de corpos d´água são as que mais utilizam o insumo e que também as que mais riscos apresentam em relação à qualidade da água.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
O Plano Nacional de Recursos Hídricos coloca na mesa algumas novas formulações, que precisam ser compreendidas e assimiladas para que sejam efetivas ao longo do tempo. Afinal, 2020 é uma data não tão distante. Os quatro principais pontos são:</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
1 – Enquadramento de corpos hídricos por classe de uso: Em um primeiro momento esta norma servirá para definir a destinação econômica de cada um dos rios e mananciais de água do Brasil. Contudo, a nobreza de sua aplicação virá de sua capacidade de reverter a utilização insustentável de alguns mananciais e estabelecer metas de qualidade e sustentabilidade.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
2 – Outorga do direito de uso da água: esta é a principal ferramenta para o ordenamento do uso da água no Brasil. Captações de água, lançamentos de esgotos e aproveitamentos energéticos somente serão autorizadas sob avaliação prévia do impacto dessas atividades sobre o regime, sobre a vazão e sobre a qualidade das águas, observando-se o enquadramento específico de cada corpo hídrico considerado, em conformidade com suas inter-relações com a Bacia Hidrográfica. Além disso, a outorga não pode ser pensada separada do licenciamento ambiental, e também com às políticas setoriais de saneamento ambiental, energia, mineração e de desenvolvimento urbano. A ANA é o órgão responsável pela outorga de uso em águas de domínio da União, sendo sua ação referencial para os Estados e o Distrito Federal.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
3 – Bacias Hidrográficas como unidades básicas de planejamento e intervenção: A lógica das bacias hidrográficas é parte estrutural do PNRH. A distribuição dos fluxos de água em uma determinada bacia, com seus rios principais e secundários, além do zoneamento ecológico/econômico, formam a racionalidade do planejamento do uso da água.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
4 – Cobrança pelo uso da água: A valoração econômica da água é um dos passos mais significativos para a estruturação de sua gestão. O conceito, no entanto, ainda não está completamente aceito pela sociedade, principalmente por setores que não estão habituados a pagar pela água. A agricultura é um deles.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
O ritmo da implementação do Plano Nacional de Recursos Hídricos será marcado por um processo de negociação e conflitos de interesses. Este capítulo da história da água no Brasil está sendo escrito dia a dia, nos conselhos, comitês e na Agência Nacional de Águas. As políticas públicas nesta área não são mais decididas de forma centralizada. Existe a possibilidade de novas empresas atuarem na captação, tratamento e distribuição, assim como está aberto o acesso do capital estrangeiro. No entanto, as empresas estaduais de água, que nos últimos 30 anos tiveram quase que monopólios na gestão das águas em seus estados, também estão preparadas para garantir o seu quinhão de mercado.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
As metas colocadas para 2020 são coincidentes com as metas para a água nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, estabelecido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. São a universalização do acesso a água potável, universalização dos serviços de saneamento e otimização dos usos agrícolas e industriais, de forma a reduzir o uso e ampliar a capacidade de reuso das águas. Direito social e insumo econômico, o acesso à água de boa qualidade garante saúde e desenvolvimento econômico. Onde não há água de boa qualidade os indicadores econômicos e sociais são de pior qualidade ainda.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Fonte: Envolverde</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-13064769646472836102015-03-20T16:42:00.001-03:002015-03-20T16:45:11.912-03:00Pesquisa com 111 rios brasileiros mostra que 23% têm água ruim ou péssima.<br />
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Um levantamento com a medição da qualidade da água em 111 rios, córregos e lagos de 5 estados brasileiros e o Distrito Federal – o mais amplo até hoje coordenado pela Fundação SOS Mata Atlântica – revela que 23,3% apresentam qualidade ruim ou péssima. Os dados, divulgados na semana em que se celebra o Dia da Água (22 de março), foram coletados entre março de 2014 e fevereiro de 2015, em 301 pontos de coleta distribuídos em 45 municípios. A análise inclui o monitoramento realizado em 25 rios da cidade de São Paulo e 12 da cidade do Rio de Janeiro. A situação é preocupante, visto que a poluição diminui ainda mais a oferta de água para consumo da população.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Dos resultados medidos, 186 pontos (61,8%) apresentaram qualidade da água considerada regular, 65 (21,6%) foram classificados como ruins e 5 (1,7%) apresentaram situação péssima. Apenas 45 (15%) dos rios e mananciais mostraram boa qualidade – aqueles localizados em áreas protegidas e que contam com matas ciliares preservadas. Nenhum dos pontos analisados foi avaliado como ótimo.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
No Estado de São Paulo, dos 117 pontos monitorados, 5 (4,3%) registraram qualidade de água boa; 61 (52,1%) foram avaliados com qualidade regular, enquanto que 46 (39,3%) estão em situação ruim e 5 (4,3%) péssima. Já entre os 175 pontos analisados nos municípios do Rio de Janeiro, 39 apresentaram água boa (22,3%), a maioria (120 pontos) está em situação regular (68,6%), e 16 tiveram índice ruim (9,1%).</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Na cidade do Rio de Janeiro, os indicadores aferidos revelam uma piora na qualidade da água. Dos 15 pontos em que a coleta foi realizada na área urbana, somente 5 (33,3%) apresentaram qualidade regular e os outros 10 pontos (66,7%) registraram qualidade ruim. Em 2014, 9 pontos tinham qualidade regular (60%) e 6 ruim (40%). Nenhum dos pontos analisados apresentou qualidade boa ou ótima.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
“Esses indicadores revelam a precária condição ambiental dos rios urbanos monitorados e, somados aos impactos da seca, reforçam a necessidade urgente de investimentos em saneamento básico. A falta da água na região sudeste é agravada pela indisponibilidade decorrente da poluição e não apenas da falta de chuvas. Rios enquadrados nos índices ruim e péssimo não podem ser utilizados para abastecimento humano e produção de alimentos, diminuindo bastante a oferta de água”, alerta Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Outros quatros estados tiveram rios e córregos analisados neste levantamento. Em Minas Gerais, o rio Jequitinhonha, na altura do município de Almenara, apresentou situação regular. Já o rio Mutum, na cidade de Mutum, e o córrego São José, em Bicas, estão em situação ruim. No Rio Grande do Sul, foram analisados a Lagoa do Peixe (qualidade boa), Rio Tramandaí (regular) e Lago Guaíba, na altura da Barra do Ribeiro (ruim). Em Brasília, a análise de dois pontos do Córrego do Urubu apresentou qualidade regular. Já em Santa Catarina, o Rio Mãe Luiza, na cidade de Forquilhinha, está em situação regular.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Comparativo 2014-2015</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Na comparação com os pontos coletados no levantamento anterior, realizado pela SOS Mata Atlântica no período de março de 2013 a fevereiro de 2014, a cidade do Rio de Janeiro, que teve 15 pontos analisados no último levantamento, apresentou aumento de amostras com qualidade ruim, de 40% para 66,7%. São Paulo, por outro lado, reduziu de 74,9% para 44,3% o número de pontos de coleta com qualidade ruim ou péssima, apresentando alta de 25% para 55,4% as amostras com qualidade regular ou boa.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="line-height: 22.7999992370605px;">Segundo Malu Ribeiro, a seca em São Paulo diminui o escoamento de poluentes para os rios, refletindo na redução de pontos de coleta com qualidade ruim ou péssima: “A falta de chuvas na capital paulista teve um impacto positivo na qualidade da água dos córregos e rios urbanos que não receberam a chamada poluição difusa, responsável por cerca de 40% dos poluentes que contaminam os corpos hídricos após as chuvas que lavam as cidades. Com a seca, os pontos monitorados deixaram de receber resíduos sólidos ou lixo, sedimentos com solos contaminados, foligem de veículos e materiais particulados. Embora o volume de água tenha diminuído nesses rios durante os meses prolongados de seca, a coleta e o tratamento de esgotos nessas microbacias de São Paulo contribuíram para que a condição de qualidade da água passasse a ser melhor”.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Nos rios da capital carioca ocorreu o processo inverso, “devido à falta de investimentos em saneamento básico e ao aumento de resíduos sólidos descartados nas margens de rios e de esgotos, que se concentraram nos pontos de coleta dos rios com baixa vazão”, explicou Malu. Segundo a coordenadora, as altas temperaturas na região também favoreceram a formação de algas que consomem o oxigênio da água, provocando aumento no odor e a rápida perda da qualidade, com agravamento da poluição.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Os municípios do Estado de São Paulo também tiveram melhora na qualidade dos rios analisados. Entre os 53 pontos de coleta em rios paulistas que foram analisados nos dois estudos, o percentual de amostras com qualidade regular subiu de 30,2% para 50,9% .</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="line-height: 22.7999992370605px;">Malu Ribeiro esclarece que, dependendo da qualidade da água, os rios podem ser melhor aproveitados pela população: “os rios em São Paulo que registraram indicadores na faixa regular poderão ter o seu enquadramento, com base na legislação que trata da qualidade da água, fixado em rios de classe 3 e 2, cujas águas podem ser utilizadas para usos múltiplos. É isso que a sociedade espera conseguir conquistar para os rios urbanos: águas saudáveis. Isso ocorreu onde as populações se engajaram na conservação de pequenas faixas ciliares ou áreas verdes, no cuidado com a destinação correta de resíduos sólidos e na cobrança sistemática da coleta e tratamento de esgotos.”</span></div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
Para a Fundação SOS Mata Atlântica, para enfrentar a crise da água e melhorar a qualidade de vida nas cidades é essencial recuperar os rios urbanos com investimentos e avanços nos índices de tratamento de esgoto, gestão dos resíduos sólidos e recuperação das áreas de preservação permanente. Um exemplo foi encontrado no monitoramento realizado: “o indicador mais surpreendente foi registrado junto a uma nascente no bairro da Pompéia, em São Paulo, que melhorou a qualidade da água para boa após a comunidade ter promovido a recuperação do seu entorno” finaliza Malu.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
Saiba mais sobre o estudo e os resultados <a href="http://www.sosma.org.br/projeto/rede-das-aguas/analise-da-qualidade-da-agua-2015/" style="color: #40ad4c; cursor: pointer; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: none;" target="_blank">aqui</a>.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Metodologia</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
A coleta para o levantamento, que têm como base a legislação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), é realizada por meio de um kit desenvolvido pelo programa Rede das Águas, da SOS Mata Atlântica, que possibilita uma metodologia para avaliação dos rios a partir de um total de 16 parâmetros, que incluem níveis de oxigênio, fósforo, o PH e aspecto visual. O kit classifica a qualidade das águas em cinco níveis de pontuação: péssimo (de 14 a 20 pontos), ruim (de 21 a 26 pontos), regular (de 27 a 35 pontos), bom (de 36 a 40 pontos) e ótimo (acima de 40 pontos).<br />
<div style="line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;"><br /></strong></div>
<div style="line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Participe – ajude a analisar a água de sua cidade</strong></div>
<div style="line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
A coleta em rios, córregos e lagos dos estados com Mata Atlântica é feita por grupos de monitoramento que recebem capacitação e material da Fundação SOS Mata Atlântica, realizam a análise e devolvem os dados para a Fundação. A iniciativa é aberta à população em geral, que pode participar dos grupos de monitoramento já existentes ou ajudar a criar novos grupos para monitorar rios próximos a escolas, igrejas e outros centros comunitários. Os grupos fazem a medição uma vez por mês e enviam os resultados pela internet. Interessados em participar devem escrever para info@sosma.org.br.</div>
</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
V<em style="line-height: 22.7999992370605px; margin: 0px; padding: 0px;">* Publicado originalmente no site <a href="http://www.sosma.org.br/102095/fundacao-divulga-qualidade-da-agua-em-111-rios-pais/" style="color: #40ad4c; cursor: pointer; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: none;" target="_blank">SOS Mata Atlântica</a>.</em></div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-23643581159737635152015-03-20T16:32:00.002-03:002015-03-20T16:33:10.898-03:00Unesco: cada dólar investido em saneamento poderá dar retorno 28 vezes maior.<br />
<div style="background-color: #f3f3f3; color: #333333; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: 1.6em; text-align: justify;">
O mundo precisa investir US$ 53 bilhões por ano, durante cinco anos, para universalizar o acesso à água tratada e ao saneamento, segundo o <em>Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento de Recursos Hídricos 2015 – Água para um Mundo Sustentável</em> da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O investimento equivale a 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2010. Em países em desenvolvimento, o investimento pode trazer um retorno estimado entre US$ 5 e US$ 28 por dólar.<br />
<br /></div>
<div style="background-color: #f3f3f3; color: #333333; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: 1.6em; text-align: justify;">
"Investir na melhoria da gestão da água e serviços de saneamento é pré-requisito para a redução da pobreza e o crescimento econômico sustentável. As pessoas pobres são beneficiadas diretamente com a melhoria dos serviços de água e esgoto, têm melhorias na saúde e redução das despesas com doenças, além de aumentar a produtividade e economizar tempo", diz o texto.</div>
<div style="background-color: #f3f3f3; color: #333333; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: 1.6em; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: #f3f3f3; color: #333333; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: 1.6em; text-align: justify;">
No mundo, 748 milhões de pessoas não têm acesso à água potável, e os principais afetados pela falta de abastecimento são pobres e mulheres. O relatório mostra ainda que 2,5 bilhões não têm acesso a sistema de saneamento.</div>
<div style="background-color: #f3f3f3; color: #333333; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: 1.6em; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: #f3f3f3; color: #333333; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: 1.6em; text-align: justify;">
De acordo com a Unesco, sem serviço de abastecimento, as mulheres e as meninas são frequentemente as responsáveis pela busca de água. Na África Subsaariana, muitas passam pelo menos meia hora para cumprir a tarefa e, como fazem várias viagens, gastam até quatro horas por dia, o que faz com que elas sejam mais prejudicadas que os meninos na educação.</div>
<div style="background-color: #f3f3f3; color: #333333; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: 1.6em; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: #f3f3f3; color: #333333; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: 1.6em; text-align: justify;">
O Brasil é citado pela organização como um dos países que têm o desafio de superar a desigualdade na oferta desses serviços, assim como a Índia e a China. "A pobreza ainda existe em níveis inaceitáveis nesses três países, assim como em outros", diz o relatório, que, no entanto, reconhece que os três avançaram nos últimos anos.</div>
<div style="background-color: #f3f3f3; color: #333333; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: 1.6em; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: #f3f3f3; color: #333333; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: 1.6em; text-align: justify;">
Segundo a oficial de Ciências Naturais da Unesco na Itália, Angela Ortigara, integrante do Programa Mundial de Avaliação da Água, cuja sigla em inglês é WWAP, nos últimos anos, houve avanço, o que mostra que a questão da água e do saneamento tem tido destaque nos países. Nos últimos 20 anos, 2,3 bilhões passaram a ter acesso à água potável e 1,9 bilhões a saneamento básico. "Precisamos começar a agir hoje para poder atingir um mundo sustentável", disse Angela, que participou da elaboração do relatório.</div>
<div style="background-color: #f3f3f3; color: #333333; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: 1.6em; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: #f3f3f3; color: #333333; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: 1.6em; text-align: justify;">
O relatório será mundialmente lançado hoje (20), em Nova Délhi, capital indiana, antes do Dia Mundial da Água, comemorado domingo (22). O relatório foi produzido pelo WWAP, em colaboração com as 31 agências do sistema das Nações Unidas e 37 parceiros internacionais da ONU-Água. A intenção é que a questão hídrica seja um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que vêm sido discutidos desde 2013, seguindo mandato da Conferência Rio+20 e deverão orientar as atividades de cooperação internacional nos próximos 15 anos.</div>
<div style="background-color: #f3f3f3; color: #333333; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: 1.6em; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: #f3f3f3; color: #333333; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: 1.6em; text-align: justify;">
Fonte: Agencia Brasil</div>
<div style="background-color: #f3f3f3; color: #333333; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: 1.6em; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: #f3f3f3; color: #333333; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: 1.6em; text-align: justify;">
<br /></div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-74328117779925295312015-03-12T16:50:00.002-03:002015-03-12T17:03:22.152-03:00Resíduos do tratamento de esgotos: rejeitos orgânicos, óleos, graxas podem ser aproveitados na geração de energia.<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 16.7999992370605px;">Pesquisa da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP demonstra o potencial de reúso e de aproveitamento de <a href="http://www.hotmart.net.br/produto/A2654373F/Curso-Gestao-de-Residuos-Solidos/---214369--">resíduos</a> gerados nas estações de tratamento de esgoto (ETEs) como fonte de energia. Durante o trabalho foram avaliados os aproveitamentos de três diferentes tipos de resíduos removidos no tratamento preliminar dos esgotos: óleos e graxas, rejeitos removidos no gradeamento e areia. Além da geração de energia pela queima de rejeitos orgânicos e produção de biogás, resíduos de areia podem ser usados na construção civil. Os resultados do trabalho são apresentados na tese de doutorado de Nayara Batista Borges do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Hidráulica e Saneamento do Departamento de Hidráulica e Saneamento (SHS) da EESC.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 16.7999992370605px;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Atualmente, a disposição final dos detritos é feita em <a href="http://www.hotmart.net.br/produto/A2654373F/Curso-Gestao-de-Residuos-Solidos/---214369--">aterros sanitários</a>, o que gera um alto custo que atinge até 50% do gasto operacional de uma ETE. Como referência para a pesquisa, foi escolhida a ETE Monjolinho em São Carlos (interior de São Paulo), que tem capacidade de atender 258 mil habitantes e possui sistema preliminar destinado à remoção de rejeitos pelas etapas de gradeamento (fino e grosseiro) e desarenador —equipamento que tem a função de realizar a separação física, por diferença de gravidade, e ao mesmo tempo decantar os sólidos de maior tamanho.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Os <a href="http://www.hotmart.net.br/produto/A2654373F/Curso-Gestao-de-Residuos-Solidos/---214369--">detritos</a> removidos nas unidades de gradeamento grosseiro e fino foram separados e agrupados de acordo com a tipologia de matéria orgânica sujeita à decomposição — como restos de alimentos, animais, fios de cabelo, galhos e folhas — além de plásticos, papéis, tecidos, pedras e outros. Posteriormente, avaliou-se o potencial energético desses resíduos mediante realização da análise do poder calorífico, que é a quantidade de energia por unidade de massa (ou de volume, no caso dos gases) liberada na oxidação de um determinado combustível.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
No total, após o processo de secagem em uma estufa do tipo agrícola, a queima dos rejeitos captados nas duas unidades de gradeamento geraram 1.094 KWh de energia, o que corresponde à economia de R$ 437,70, e considerando os R$ 18,70 de despesa com o transporte e disposição das cinzas, obteve-se o lucro de R$ 419,00.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<strong style="line-height: 1.4em; margin: 0px; padding: 0px;"><a href="http://www.hotmart.net.br/produto/A2654373F/Curso-Gestao-de-Residuos-Solidos/---214369--">Geração de energia </a></strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong style="line-height: 1.4em; margin: 0px; padding: 0px;"><br /></strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong style="line-height: 1.4em; margin: 0px; padding: 0px;"><br /></strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 1.4em;">Ressalta-se que esses custos referem-se apenas aos gastos operacionais, pois não foi realizada a análise envolvendo os cálculos de implantação e manutenção do incinerador. A pesquisadora destacou que a geração de energia utilizando os restos removidos nos gradeamentos de apenas uma estação de tratamento de esgoto não seria rentável, tendo em vista sua baixa produção e o elevado custo de implantação de equipamentos para esse fim. Uma possível solução para viabilizar a queima dos detritos seria enviá-los às centrais de geração de energia de <a href="http://hotmart.net.br/show.html?a=A2654373F">resíduos sólidos urbanos.</a></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Verificou-se também o elevado potencial de aproveitamento da sobra de areia, removida dos desarenadores, como agregado miúdo na incorporação de argamassas para revestimento e preparação de concreto não estrutural, desde que seja submetida ao procedimento de limpeza e secagem. “Ao aproveitar a areia removida, além de diminuir danos ambientais por sua disposição inadequada, pode-se reduzir impactos decorrentes da extração desse material em rios a ser destinado para a construção civil”, explicou Nayara.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Nessas condições, comprovou-se a viabilidade técnica e econômica de utilização da areia residual, pois ela apresentou menores custos: um total de R$ 3.530,43 em comparação à disposição em aterro sanitário, que gera o custo de R$ 4 mil. “Essa diferença pode ser ainda mais significativa para ETEs de grande porte. Portanto, sob o ponto de vista econômico, é mais vantajoso aproveitar a areia do que dispô-la em aterros sanitários”, afirmou.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Nayara ainda obteve resultados a partir da gordura removida dos desarenadores. O trabalho demonstrou que a degradação do material reduz cargas orgânicas, além de gerar biogás durante o processo anaeróbio (na ausência de oxigênio), que pode ser consumido na própria estação. Avaliou-se também a potencialidade de produzir biocombustível, porém os resultados dessa avaliação demonstraram que há dificuldades técnicas e baixa potencialidade de retorno econômico.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Por fim, cabe ressaltar que a pesquisa resultou em um dos objetivos previstos da <a href="http://hotmart.net.br/show.html?a=A2654373F">Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010)</a>, que visa incentivar o desenvolvimento de <a href="http://hotmart.net.br/show.html?a=A2654373F">sistemas de gestão ambienta</a>l e empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos sólidos, incluindo a recuperação e o aproveitamento energético. Além disso, atendeu o artigo 9 da referida lei, que estabelece que todos os resíduos sejam reaproveitados e tratados, e somente os rejeitos desses processos sejam dispostos em aterros sanitários. A pesquisa foi orientada pelo professor José Roberto Campos, da EESC, e teve a colaboração do professor Javier Mazariegos Pablos e dos técnicos do Laboratório de Construção Civil do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da USP, em São Carlos.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Fonte: EcoDebate</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-23392284805440091882015-03-09T17:36:00.000-03:002015-03-09T22:12:56.568-03:00O solo e a crise de água<h2 style="background-color: white; color: #565656; font-family: Georgia; margin: 0px 0px 15px; padding: 0px;">
<span style="font-size: x-small;">Por Raimundo Nonato Brabo Alves</span></h2>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 16.7999992370605px;"> Com a crise hídrica do sudeste a maior preocupação é com o retorno das chuvas, para a reposição do nível das represas a patamares ideais de segurança de fornecimento de água para a população e indústrias. Outra medida é de construção de infraestrutura de reforço a estações já existentes, como adutoras e transposição de rios. Pouca atenção tem sido dada ao diagnóstico das causas que provocaram esse déficit hídrico, para a tomada de soluções mitigadoras da crise no futuro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 16.7999992370605px;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Momento em que a ONU determina que 2015 seja comemorado<a href="http://www.iped.com.br/ambiental/afiliado/835002"> O ANO INTERNACIONAL DO SOLO</a> seria importante aproveitar a ocasião para fazer uma avaliação das condições de uso deste recurso no Brasil, tanto no meio rural como urbano. As condições de uso do solo em uma região determinam a maior ou menor eficiência no seu ciclo hidrológico.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Um solo classicamente construído (1 cm de solo leva em média 1.000 anos para se formar) deve ser constituído de três fases: sólida (minerais e matéria orgânica), líquida (solução do solo) e gasosa (ar). Para que estas duas últimas fases façam parte do solo é necessário que algumas propriedades nele estejam presentes, como porosidade e permeabilidade. Inúmeras funções são exercidas no ciclo hidrológico por um solo bem manejado. A primeira é a de armazenamento de água momento em que somente os microporos estão retendo umidade, denominado de “ponto de murcha”. A segunda é a de “filtro” de purificação da água que se infiltra pelos macroporos e vai alimentar o lençol freático, quando a quantidade de água no solo ultrapassa a “capacidade de campo”, ou seja, está saturado de água. Num solo perfeitamente drenável a água se permuta com os gases na ocupação dos macro e microporos, tendo um bom teor de matéria orgânica como condicionadora das boas propriedades físicas do solo.<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 1.4em; text-align: justify;">Manejo inadequado pode causar compactação do solo. A excessiva mecanização, com redução do teor de matéria orgânica, reduz a capacidade de infiltração de água, elevando a percolação superficial, com graves consequências na erosão do solo. O solo erodido vai provocar o assoreamento de rios, lagos e represas, reduzindo a profundidade e a capacidade de armazenamento de água destes mananciais. As áreas agrícolas devem ser preparadas com técnicas de conservação do solo. Dependendo de sua declividade, terraceamentos, curvas de nível e outras técnicas devem ser sistematizadas visando reduzir a velocidade de percolação da água e aumento da infiltração.</span><br />
<span style="line-height: 1.4em; text-align: justify;"><br /></span></div>
</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<a href="http://www.iped.com.br/ambiental/afiliado/835002"><img src="http://www.iped.com.br/_img/parceiros/200x200/banner-ambiental.gif" /></a><br />
<br />
Os sistemas de cultivos e criações também devem ser analisados em sua escala. A retirada da floresta para substituição com pastagens ou culturas anuais pode agravar a situação hídrica. Retira-se a floresta que tem a evapotranspiração média diária de 7 mm/dia e se substitui por pastagens ou culturas anuais que tem evapotranspiração média de 3-4 mm/dia. A extensão de monocultivos e pastagens até as margens de rios, lagos e barragens, sem a preservação das matas ciliares e de proteção de nascentes, aumentam a velocidade da água de escorrimento nas épocas chuvosas, causando as enchentes. Pequenas barragens para criatórios de peixes, principalmente combinadas com o desmatamento em regiões serranas, quando se rompem, podem provocar “efeito dominó”, isto é, as mais elevadas rompem as que estão localizadas em uma cota inferior, transformando as enchentes em catástrofes. Nas estiagens, nestas grandes extensões de monocultivo e pastagem, quem ganha velocidade é o vento seco que retira a umidade do solo e das plantações com maior rapidez. Esse cenário é típico de regiões que vem a cada ano experimentando crises de abastecimento de água, com rios, lagos e barragens secando.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Um forte programa de difusão de tecnologias de manejo do solo deve ser executado, especialmente das inúmeras tecnologias de agricultura de baixo carbono (ABC) desenvolvidas pela Embrapa e já em uso por um universo de produtores por todo o Brasil, beneficiários do Programa ABC, tais como o plantio direto, a integração lavouraxpecuáriaxfloresta (ILPF) e outros.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Segundo o ABC Observatório, há certa morosidade na execução do programa. No ano-safra 2011/2012 a linha de crédito agrícola para o Programa ABC cresceu para R$ 3,15 bilhões, com juros de 5,5% ao ano. Desse total, 48% foi utilizado (R$ 1,5 bilhão), significando um aumento de 262% em relação ao ano-safra 2010/2011. Parte dos recursos para o programa foi repassada pelo BNDES ao Banco do Brasil (R$ 1,2 bilhão) e alguns bancos públicos e privados (R$ 300 milhões), alavancando o uso dos recursos. Naquele biênio foram implantados 5.038 projetos, sendo 2.022 na região Sudeste, 870 na região Centro-Oeste e 233 na região Norte. Também foram incorporados os Programas Produsa e o Propflora ao Programa ABC, por meio da Resolução 3.979 do Banco Central, que detalhou<a href="http://www.iped.com.br/ambiental/afiliado/835002"> as regras de financiamento do programa.</a></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Em 2012/2013, a linha de crédito do Programa ABC foi de R$ 3,4 bilhões, com juros reduzidos a 5% ao ano. Entre julho e dezembro de 2012 houve um aumento de 523% em relação ao mesmo período de 2011. Até janeiro de 2013 foram feitos mais de 4.500 contratos (destes, 2800 em recuperação de pastagens e iLPF), num total de R$ 1,7 bilhão. Embora o crescimento pareça espetacular, esse número de contratos ainda é muito pequeno diante do universo de propriedades que podem e precisam se beneficiar dos créditos disponibilizados pelo Programa ABC.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
No meio urbano brasileiro as condições se uso do solo são das mais críticas. Raros os municípios que tem sua ocupação ou planejamento urbano com base em adequado código de postura municipal. As praças públicas, parques e áreas verdes são preteridos em razão da especulação imobiliária. As ocupações desordenadas predominam, sem o acompanhamento da infraestrutura adequada como água tratada e esgoto sanitário. Ao contrario, as condições de infiltração do solo são obstruídas com vias asfaltadas e construções de calcadas até nos quintais no entorno das residências. Áreas alagadas ou pantanosas que deveriam ser destinadas a preservação e retenção de água são inicialmente invadidas por moradias irregulares e depois aterradas, transformando-se posteriormente em cenário de problemas sociais nas enchentes. Uma nova política de reordenamento territorial deve ser concebida e executada. Necessitamos tanto de reforma agrária como de reforma urbana.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
O diagnóstico e a análise dos diferentes sistemas de uso do solo, que resultam em indicadores que concorrem para as crises ambientais que vivenciamos, poderiam contribuir para uma nova rota de maior equilíbrio entre o homem e a natureza. O Brasil como nação que dispões da maior quantidade de solos agricultáveis do mundo, não deve, sob a ótica de uma política imediatista e sob o argumento de que necessita produzir para exportar, privar suas futuras gerações de bens tão preciosos e essenciais como solo e água.<br />
<br />
Quer fazer cursos na área ambiental? <a href="http://www.iped.com.br/ambiental/afiliado/835002">clique aqui.</a><br />
<br />
<em style="line-height: 16.7999992370605px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">Raimundo Nonato Brabo Alves é Pesquisador da Embrapa </em></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Fonte: EcoDebate</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-17271196702518218342015-03-02T17:29:00.003-03:002015-03-09T17:41:34.679-03:00Maior consumidor de água no Brasil, setor agrícola se defende e prega a precificação, educação e investimentos como soluções.Por Thiago de Araújo<br />
<br />
<br />
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; direction: ltr; font-family: Georgia, Century, Times, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">
<strong style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A cada 100 litros de água tratada produzidos no Brasil, 72 vão para o agronegócio</strong>. Isso significa dizer que 70% do abastecimento é endereçado à agricultura e à pecuária, segundo dados recentes da <strong style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.brasilpost.com.br/news/agencia-nacional-de-aguas/" style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #058b7b; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;" target="_hplink">Agência Nacional de Águas (ANA)</a></strong> e do <strong style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês)</strong>. Bem atrás aparecem a indústria e a mineração com 12% do consumo, <strong style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">enquanto a população recebe só 4%</strong>. Seria então o campo o vilão da crise?</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; direction: ltr; font-family: Georgia, Century, Times, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">
Nas redes sociais, há quem defenda que se "feche a torneira do agronegócio". Mas não é assim que o presidente da <strong style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Sociedade Rural Brasileira (SRB)</strong>, <strong style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Gustavo Diniz Junqueira</strong>, pensa. Em entrevista ao Brasil Post, o dirigente acredita que o País vive uma busca por culpados para a crise hídrica, mas reforça que o agronegócio está longe de merecer os dedos acusadores apontados para si. Assim como a população, <strong style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">a agricultura também é vítima</strong>, segundo ele.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; direction: ltr; font-family: Georgia, Century, Times, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">
“Nós viemos olhando com bastante preocupação há bastante tempo. É uma crise anunciada e construída porque o Brasil cresceu muito, com a população concentrada em grandes centros urbanos. Se pegar os anos 50 e 60, a nossa economia era simples e hoje passou a ser complexa e diversa em todos os setores. Não somos mais importadores de alimentos e não tivemos a devida preocupação com os recursos naturais. Não houve administração pensando no futuro”, disse.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; direction: ltr; font-family: Georgia, Century, Times, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">
De fato, o Brasil não utiliza uma quantidade de água absurda no setor agrícola se comparado com países como Austrália e Estados Unidos. De acordo com dados da SRB, dos 60 milhões de hectares dedicados à agricultura no País, apenas 10%, ou seja, 6 milhões de hectares, são irrigados. Como explicar o alto consumo? O problema passa por técnicas como o plantio direto, que retém água no solo – utilizada em pouco mais de 30 milhões de hectares – e o grande desperdício nas áreas irrigadas.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; direction: ltr; font-family: Georgia, Century, Times, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">
Conforme apontam dados do Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (Snis), vinculado ao Ministério das Cidades, a média diária de consumo de cada brasileiro é de 150 litros, o que corresponde a uma média anual de 10,4 trilhões de litros. Desse total, a agricultura recebe pouco mais de 7 trilhões de litros, dos quais 3 trilhões acabam desperdiçados, seja por irrigações executadas de maneira incorreta, ou ainda pela falta de controle do produtor.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; direction: ltr; font-family: Georgia, Century, Times, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">
Para Gustavo Diniz Junqueira, as informações vinculadas ao agronegócio escondem um fato importante: a maior quantidade de água usada na agricultura, sobretudo pelos grandes produtores, vem da chuva e de métodos tecnológicos mais modernos. <strong style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">O desperdício, quando existe, se dá em maior grau entre os pequenos produtores</strong>. Para combatê-lo, é necessário investimento em educação, na opinião do executivo. O atual momento ajuda na discussão desse e outros problemas.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; direction: ltr; font-family: Georgia, Century, Times, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">
“Você tem que levar em consideração que, dos principais produtos exportados, sendo que a soja produzida no Centro-Oeste tem uma posição de destaque aqui, possui um percentual de irrigação. A grande parcela dos que irrigam com água do abastecimento é o pequeno produtor. O grande produtor usa alta tecnologia. Acho que no Brasil temos ainda um problema de educação nesse sentido, uma vez que 5% dos fazendeiros, dos produtores rurais, são responsáveis por 90% da produção agrícola bruta”, explicou. E Junqueira completa:</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; direction: ltr; font-family: Georgia, Century, Times, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">
“Existe esse entendimento equivocado também quando se fala em excesso no uso de agrotóxicos. Hoje há uma alta tecnologia, na qual o insumo é o maior custo na produção agrícola. Ninguém vai comprar algo para jogar fora. O que pode acontecer é o fato de pequenos e médicos produtores eventualmente usarem técnicas erradas, por má orientação e falta de entendimento daquilo. É o mesmo raciocínio quanto ao uso da água”, emendou.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; direction: ltr; font-family: Georgia, Century, Times, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">
<big style="border: 0px; box-sizing: border-box; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><strong style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A precificação</strong></big></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; direction: ltr; font-family: Georgia, Century, Times, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">
<strong style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Ambientalistas são amplos defensores da cobrança pelo uso da água utilizada pelo agronegócio</strong>, assim como já funciona para o setor industrial em pelo menos cinco bacias que possuem comitês atuantes no Estado de São Paulo. Em outras 16 bacias paulistas, não há comitês atuando na cobrança pela utilização da água, tanto para a indústria quanto pela agricultura. Do outro lado, o agronegócio não nega que o raciocínio faça sentido, por isso defende a discussão acerca da precificação.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; direction: ltr; font-family: Georgia, Century, Times, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">
Isso significa dizer que, tão logo o agricultor, do pequeno ao grande, passe a ser obrigado a pagar pela água, esse custo adicional irá atingir o consumidor final. Assim sendo, o debate se faz necessário, segundo a SRB. “Temos que levar em consideração que a agricultura se faz segundo a demanda do consumidor. Se existe hoje uma precificação errada da água, a precificação dos alimentos também está errada. É esse o meu ponto. A água é um bem muito mais caro do que está sendo levado em conta”, comentou Junqueira.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; direction: ltr; font-family: Georgia, Century, Times, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">
A atual crise hídrica já vem afetando a produção brasileira, sobretudo entre os pequenos produtores, principais responsáveis por alimentos hortifrutigranjeiros, como as verduras, legumes e frutas. Isso significa automaticamente aumento de preços para o consumidor, diante da demanda menor, e desemprego no campo, que já se vê assolado por perdas. Os grandes produtores também não estão a salvo. A produção de cana de açúcar em São Paulo, responsável por 60% do total no País, já aponta para uma queda de 5% em 2015.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; direction: ltr; font-family: Georgia, Century, Times, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">
<big style="border: 0px; box-sizing: border-box; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><strong style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Soluções</strong></big></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; direction: ltr; font-family: Georgia, Century, Times, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">
Além do debate quanto ao preço da água, <strong style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">o setor agrícola também defende a busca por soluções</strong>. Se o agricultor precisa desperdiçar menos água, ele também deveria ter mais benefícios que o auxiliassem a produzir mais alimentos e com mais qualidade, levando em conta os custos. Junqueira disse que o momento é propício para abordar temas importantes, como a discussão para construção e aprovação de barragens. É um tema em que o agronegócio e ambientalistas estão distantes em um consenso.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; direction: ltr; font-family: Georgia, Century, Times, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">
E não é só. A situação da Grande São Paulo, com os seus rios mais próximos totalmente poluídos, não passa longe do olhar do agronegócio. O cuidado com a água e os investimentos em saneamento são importantes, de acordo com o presidente da SRB. “Se quiséssemos hoje bombear essa água dos grandes rios para as lavouras, não poderíamos. Todo o sistema de saneamento no Brasil não funciona, os prefeitos têm poder sobre as empresas de saneamento nos municípios, querem cobrar pela água, mas não retornam esse dinheiro em investimentos. O sistema está falido e precisamos discutir isso também”.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; direction: ltr; font-family: Georgia, Century, Times, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">
Por fim, Junqueira também sugere uma maior participação do governo federal no auxílio aos produtores, sobretudo os pequenos. Ele sugere a criação de <strong style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">uma espécie de ‘Bolsa Agricultor’</strong>, a exemplo do Bolsa Pescador que já existe. “Se você cortar o abastecimento de um pequeno produtor que usa irrigação, ele não terá como sobreviver. Pega o exemplo do <strong style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Bolsa Pesca</strong>, no qual ele recebe por seis meses para não pescar durante o período de reprodução dos peixes. É preciso pensar em uma solução para essas famílias nesse momento”, argumentou.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; direction: ltr; font-family: Georgia, Century, Times, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">
Em Brasília, a questão da água na agricultura está no radar da ministra <strong style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Kátia Abreu</strong>. “É claro que temos uma crise hídrica, mas temos a água como compromisso desde a posse no ministério. Ela será um produto a mais na nossa cesta”, destacou, em recente encontro com os demais ministros da presidente Dilma Rousseff. Apesar do mês de janeiro ter apresentado uma umidade do solo abaixo da média histórica em diversas culturas, a ministra não acredita em aumento dos preços. “É coisa sazonal, já vimos no passado o caso do tomate, não é estrutural.”</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; direction: ltr; font-family: Georgia, Century, Times, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">
O presidente da SRB vê Kátia como a pessoa “com conhecimento” para tratar do tema, uma vez que ela “entende a dinâmica do agronegócio”. Junqueira também espera do governo mais incentivos para reproduzir cases de sucesso no uso da água no setor, citando o exemplo da Cutrale, maior produtora de suco de laranja do Brasil, a qual, de acordo com dados apresentados por ele, devolve 1,5 litros de água ao meio ambiente a cada litro consumi no processo. “Essas tecnologias estão disponíveis. É preciso incentivo”, pontuou.<br />
<br />
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<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; direction: ltr; font-family: Georgia, Century, Times, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; direction: ltr; font-family: Georgia, Century, Times, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">
Fonte: Brasil Post</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-61415078524751180362015-03-02T09:05:00.002-03:002015-03-02T09:05:25.353-03:00Enchentes: a repetida derrota de um modelo.Por Álvaro Rodrigues dos Santos<br />
<br />
<br />
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
A seqüência de grandes enchentes que vêm infernizando a vida da grande metrópole paulista deveria, ao menos, convencer o governo paulista e os prefeitos metropolitanos sobre o flagrante fracasso de uma estratégia de combate às inundações baseada exclusivamente nas medidas ditas estruturais de alargamento e aprofundamento de calhas de rios, canalizações e construção de piscinões.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
As enchentes urbanas têm suas causas associadas ao incrível aumento do volume de águas de chuva que aflui, em tempos sucessivamente menores, para um sistema de drenagem (córregos, rios, bueiros, galerias, canais…) progressivamente incapaz de lhe dar a devida vazão.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Esse aumento do volume de água e a redução do tempo em que chega às drenagens são promovidos essencialmente pela impermeabilização do solo urbano e pela cultura de canalização e retificação de drenagens naturais.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Como agravante a esse quadro, considere-se ainda o fantástico grau de assoreamento dessas drenagens por sedimentos provenientes dos intensos processos erosivos que ocorrem particularmente nas faixas periféricas de expansão da cidade, e, suplementarmente, por entulho de construção civil e por lixo urbano. Esse assoreamento acaba por reduzir ainda mais a já comprometida capacidade de vazão de toda a rede drenagem, implicando em enchentes a cada ano mais frequentes e abrangentes.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Diga-se de passagem que a poluição química e biológica de nossas águas urbanas superficiais e o fantástico grau de assoreamento promovido pelos processos erosivos têm transformado nossos deletérios piscinões em verdadeiros atentados urbanísticos, ambientais e sanitários, fato que não os recomenda como peça essencial de um plano de redução de enchentes.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Enfim, o governo paulista, ao manter sua estratégia de combate às enchentes apoiada exclusivamente na realização de grandes obras e nas dispendiosas operações de desassoreamento dos rios maiores, tem se recusado inexplicavelmente a enfrentar as verdadeiras causas do fenômeno, alternativa que automaticamente o levaria a priorizar a recuperação da capacidade das cidades em reter ao máximo as águas de chuva e, paralelamente, a combater incisivamente a erosão e o lançamento irregular de lixo urbano e entulho da construção civil. São vários os expedientes que poderiam ser utilizados para maior retenção de águas de chuva: reservatórios domésticos e empresariais de acumulação e infiltração, disseminação de bosques florestados, obrigatoriedade de uso de pisos e pavimentos drenantes, valetas e calçadas drenantes, etc., com o que, adicionalmente, muito se contribuiria para a alimentação de nossas águas subterrâneas do lençol freático.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Será quanto a sociedade paulistana deverá mais ainda ser sacrificada para que nossos administradores públicos reconheçam seus erros e decidam-se por, corajosamente, corrigi-los?</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Fonte: EcoDebate</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-50707007254715806812015-02-27T17:27:00.002-03:002015-02-27T17:28:17.133-03:00Destinação incorreta de pneu e óleo pode contaminar água.<h2 style="background-color: white; color: #565656; font-family: Georgia; margin: 0px 0px 15px; padding: 0px;">
<div style="font-family: Verdana; font-size: 12px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Os pneus inservíveis, isto é aqueles que estão “carecas” ou sofreram algum tipo de dano que inviabiliza o uso com segurança, transformaram-se nos últimos anos em um grande passivo ambiental devido à irresponsabilidade de diversos agentes desta cadeia, que deixaram pneus em margens de rios, lagos, estradas, entre outros locais.</div>
<div style="font-family: Verdana; font-size: 12px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
De acordo com Bruno Zanatta, especialista em engenharia ambiental da DPaschoal, o pneu é um grande vilão em questões ambientais. Sua queima, quando não controlada, libera diversos poluentes e componentes químicos pesados na atmosfera, sendo que alguns são classificados como os mais tóxicos já produzidos pelo homem. “No local onde foram queimados além das cinzas, vai permanecer uma parte líquida, que pode contaminar águas subterrâneas. Outro ponto que merece destaque na destinação incorreta é o abandono de pneus em lugares públicos, como beira de estradas e terrenos baldios, onde estará sujeito a criação de vetores de doenças, como a dengue”, afirma ele.</div>
<div style="font-family: Verdana; font-size: 12px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Mas além dos pneus, devemos nos preocupar com o descarte incorreto de óleos lubrificantes. Você sabe qual o destino do óleo retirado do seu veículo? Sabe qual o impacto para o meio ambiente? O óleo ao cair no solo pode impactar negativamente ao inutilizar totalmente uma agricultura, pode ainda atingir lençóis freáticos e aquíferos. Apenas uma gota de óleo pode chegar a contaminar até 1.000 litros de água.</div>
<div style="font-family: Verdana; font-size: 12px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
O engenheiro ambiental, Bruno Zanatta, dá dicas sobre como o consumidor pode contribuir pelo meio ambiente.</div>
<div style="font-family: Verdana; font-size: 12px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
– Tanto para a troca de óleo quanto para os pneus de seus veículos, os consumidores, devem buscar empresas que tenham uma preocupação não só com a venda do produto, mas também com todo o ciclo da logística reversa dos resíduos gerados no processo. A logística reversa é o conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação. O prestador de serviço deve ter como parceiras, empresas devidamente homologadas pelos órgãos competentes para a destinação final destes.</div>
<div style="font-family: Verdana; font-size: 12px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
-Para a troca de óleo, recomenda-se que os consumidores observem o manual do veículo, onde consta a periodicidade da troca e o lubrificante específico do carro. O acompanhamento do nível do óleo, pode ser feito a “olho nu”, com a vareta de óleo, onde a marcação do produto deve estar acima da indicação mínima.</div>
<div style="font-family: Verdana; font-size: 12px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
-Em relação aos pneus, a principal recomendação é observar o índice de desgaste do pneu, o TWI. O TWI é como um pequeno degrau entre as ‘faixas de borracha’ e que informa se o pneu está precisando de troca ou não. Se a medição marcar 1,6 mm, é sinal que está na hora de substituí-lo. Outros pontos que podem ser observados para a troca é se as regiões dos ombros dos pneus (regiões laterais) estão desgastadas, provavelmente indicando que o pneu rodou com uma baixa pressão, e também se um lado do pneu está mais desgastado que o outro, apontando um desalinhamento do veículo.</div>
<div style="font-family: Verdana; font-size: 12px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Com o advento de legislações ambientais, a questão tornou-se um pouco mais complexa e controlada. A principal é a CONAMA 416/2009, na qual é exigida a comprovação da destinação ambientalmente correta de 70% dos pneus produzidos ou importados (30% é considerado como um fator de desgaste do pneu), ou seja, se um fabricante produzir ou um importador (adquirir ou comprar) importar 1000 quilos de pneus, ele será obrigado, em um prazo máximo de 3 meses, comprovar a destinação de 700 quilos de pneus.</div>
<div style="font-family: Verdana; font-size: 12px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
No Relatório de Pneumáticos 2014, disponibilizado pelo IBAMA e que contempla dados consolidados de 2013, esperava-se a destinação nacional de 535.267.800 quilos, mas os fabricantes e importadores comprovaram a destinação de 491.653.020 quilos, não atingindo a meta. A Dpaschoal, maior empresa de varejo e distribuição de produtos automotivos do país, tem um compromisso com a sociedade, mesmo antes da obrigatoridade da comprovação de destinação há 24 anos, já tendo destinado mais de 3.000.000 de pneus. No ano de 2013, cumpriu 100% de sua meta perante o IBAMA, destinando 2.164.199 quilos.</div>
<div style="font-family: Verdana; font-size: 12px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
“O último relatório de pneumáticos disponibilizado pelo IBAMA nos mostra que desde que criado (em 2010), os fabricantes vem cumprindo sua meta, enquanto que os importadores não chegaram a 100% em nenhum destes anos. Ainda podemos observar uma grande queda na destinação nos últimos dois anos dos importadores (de 79,58% para 62,70%), o que provavelmente acarretará em uma fiscalização intensa nestes por parte do IBAMA neste ano de 2015”, completa Bruno.</div>
<div style="font-family: Verdana; font-size: 12px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
No Brasil são mais de 40 empresas homologadas pelo IBAMA para realizar diversos tipos de destinação dos pneus. Como tecnologias de destinação ambientalmente adequadas, o IBAMA considera a utilização da borracha como combustível em fornos de cimenteiras (54,40%), granulação da borracha para ser comercializada como matéria-prima (33,68%), laminação dos pneus para utilização com cintas de sofá e outras utilizações (8,92%) e outras como industrialização do xisto, pirólise, regeneração da borracha (3%).</div>
<div style="font-family: Verdana; font-size: 12px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
A fiscalização da destinação do óleo também é legalizada pelo CONAMA, artigo 11º nº 363, que obriga o Ministério do Meio Ambiente a manter e coordenar um grupo de monitoramento permanente. Além disso, há o Programa de Monitoramento da Qualidade dos Lubrificantes (PMQL).</div>
<div style="font-family: Verdana; font-size: 12px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">O pneu e a Dengue</strong></div>
<div style="font-family: Verdana; font-size: 12px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Segundo dados da Revista Exame, os casos de dengue triplicaram no mês de janeiro em São Paulo. É fundamental que toda a população tome alguns cuidados com relação ao pneu descartado:</div>
<div style="font-family: Verdana; font-size: 12px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
* Verifique se no jardim ou quintal de sua casa ou na área comum do préidio há pneus descobertos;</div>
<div style="font-family: Verdana; font-size: 12px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
* Procure descobrir se há algum terreno baldio no entorno de sua residência, com pneus abandonados</div>
<div style="font-family: Verdana; font-size: 12px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Em caso positivo é necessário agir</div>
<div style="font-family: Verdana; font-size: 12px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
* Fure os pneus para que não acumule água dentro</div>
<div style="font-family: Verdana; font-size: 12px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
* Descarte os pneus em locais adequados que se preocupem em dar uma destinação correta ao produto</div>
<div style="font-family: Verdana; font-size: 12px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
São medidas simples que vão colaborar para a preservação do meio-ambiente<br />
<br />
Fonte: EcoDebate</div>
</h2>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-63387967524513570282015-02-27T17:15:00.002-03:002015-02-27T17:16:22.116-03:00Crise hídrica: “São Paulo está sentada em água e nós ignoramos nossa história”<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<i style="color: black; font-family: Tahoma, Geneva, sans-serif; font-size: 10px; line-height: normal; margin: 0px; padding: 0px; text-align: start;">por Pedro Ribeiro Nogueira, do Portal Aprendiz</i><br />
<br />
Com o fim do verão, se aproxima a seca típica dos meses de outono e inverno. Se as chuvas que caíram acima da média nos últimos meses aliviaram o estresse hídrico do Sistema Cantareira, o prognóstico é que, nos próximos meses, sem as águas de março, faltará água e São Paulo estará diante de um colapso inédito: uma cidade de mais de 10 milhões de habitantes ficará sem seu recurso mais fundamental.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
O governo do Estado, depois de passar meses – coincidentemente eleitorais – negando o racionamento, já anuncia que poderão começar rodízios de 5 dias sem abastecimento para dois com, o temido 5×2. Toda a cidade já sente os efeitos da falta d’água, sendo que nas periferias, é ainda mais acentuado. Diante deste cenário, o que foi feito e o que resta fazer? Para começar a responder a algumas dessas perguntas, a Aliança pela Água e Assembléia Estadual da Água, realizaram, na noite de terça-feira (24/2), no vão livre do Masp, a Aula Pública “Água: Crise, Soluções e Mobilizações Sociais”.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Ponto positivo</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Lembrando o velho dito de que as crises também são momentos de oportunidade, Cesar Pegoraro, da ONG SOS Mata Atlântica perguntou ao público, de cerca de 150 pessoas, se eles agora sabiam de onde vinha a água que os abastecia. Diante da resposta afirmativa da maioria, reforçou que hoje a relação das pessoas com a água na cidade mudou.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
“Nós estamos sentados entre a nascente do Saracura e do Iguatemi, dois córregos que nós tapamos, matamos. São Paulo está sentada em água e nós ignoramos nossa história, não aprendemos a respeitar a água. A nossa legislação prevê rios de tipo 4, ou seja, que são usados para gerar energia e diluir esgoto. O desrespeito está previsto em lei”, avalia.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Para ele, a crise poderia ser usada para investimento público em cisternas residenciais, que diminuiriam o consumo residencial, e para aumentar a participação popular na gestão da água. “Nós não temos que buscar água cada vez mais longe. Temos que restaurar a qualidade aqui dentro. São Paulo tem um número enorme de nascentes: porque elas nunca foram aproveitadas para uso da população?”, questiona.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;"><a href="http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2015/02/box11.jpg" style="color: #40ad4c; cursor: pointer; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: none;"><img alt="box1" class="alignleft size-full wp-image-129941" src="http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2015/02/box11.jpg" height="429" style="border: none; float: left; margin: 0px 10px 0px 0px; padding: 0px;" width="339" /></a></strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;"><strong style="line-height: 22.7999992370605px; margin: 0px; padding: 0px;">Mananciais e habitação popular</strong></strong></div>
<br />
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Na zona sul de São Paulo, uma área com quase um milhão de metros quadrados, conhecida como Parque dos Búfalos, enfrenta uma batalha e um grande dilema: foram anunciadas a construção de 193 torres de habitação popular em cima da área que serve como o único parque da região para mais de 500 mil pessoas e que abriga sete nascentes e mata atlântica originária e preservada. Essa luta já foi retratada pelo jornal <a href="http://brasil.elpais.com/brasil/2014/11/15/politica/1416069221_448626.html" style="color: #40ad4c; cursor: pointer; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: none;" target="_blank">El País</a>. Para Wesley Rosa, morador da região e ativista do Parque dos Búfalos, a construção dos conjuntos seria um contrassenso na época de crise hídrica.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
A visão de Wesley é reforçada pela urbanista e professora da Faculdade de Urbanismo e Arquitetura da USP, Paula Santoro. Segundo ela, há que se haver um esforço para preservação das áreas verdes da zona sul, que deve caminhar em conjunto com a oferta de melhores condições de vida das mais de um milhão de pessoas que vivem em situação precária naquela zona.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
“Essa ideia de sempre ir levando para longe as habitações populares sempre foi criticada por nós urbanistas. Temos o centro com muitas habitações ociosas: porque não trazer para o centro e preservar a área de mananciais? O centro não pode ter só shopping”, defende Santoro, ressaltando é preciso reconhecer o direito à moradia das pessoas. “É uma Guarulhos que vive lá. Tem que haver uma política que reconheça essas áreas e dê condição para que se produza água com quantidade e qualidade, preservando as fontes”, afirma a urbanista.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Colapso e repressão</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Com fogo se chama água? Essa foi uma das soluções dos moradores da periferia de Itu para enfrentar, no último ano, o racionamento. Após muitas reclamações e abastecimento deficitário nas áreas pobres, foi apenas com o recurso de barricadas de fogo que os moradores conseguiram que a Prefeitura atendesse as demandas dos moradores da cidade do interior de São Paulo.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
“Para começo de conversa há que se falar que, como em São Paulo, nossa gestão de água foi privatizada”, aponta Pedro Scavacini, do Movimento Itu Vai Parar, “e a concessionária, que deveria sanar a falta d’água, nunca cumpriu esse papel”. Ele relata que, em 2013, começaram os primeiros cortes e a água ia para as casas a cada 72 horas. “Isso quando chegava”.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
“A falta d’água alterou drasticamente o cotidiano da cidade. As pessoas não tinham como suprir as necessidades mais básicas e corriqueiras. A água encareceu, os caminhões pipa escacearam. Isso gerou, numa cidade pacata, conservadora e católica, enormes manifestações que foram iniciadas por idosos, mulheres e crianças. E essas mesmas manifestações foram duramente reprimidas”, relata Scavacini.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">O que farão dez milhões de sedentos?</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
“As situações que a gente viu em Itu serão muito mais graves numa metrópole com 10 milhões de pessoas. Estamos falando de saque, desagregação social, violência. Enfim, estamos falando de uma situação que nunca foi vista no mundo”, analisou o professor de Gestão Pública da Universidade de São Paulo, Pablo Ortellado.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
<a href="http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2015/02/box2.jpg" style="color: #40ad4c; cursor: pointer; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: none;"><img alt="box2" class="alignright size-full wp-image-129940" src="http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2015/02/box2.jpg" height="251" style="border: none; float: right; margin: 0px 0px 0px 10px; padding: 0px;" width="256" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 22.7999992370605px;">Segundo ele, na falta de um movimento capaz de organizar essa revolta, como o Movimento Passe Livre, na questão da mobilidade, ou o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, no campo da moradia, é preciso elaborar objetivos políticos que canalizem em ação consciente a insatisfação civil.</span></div>
<br />
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Para ele, a solução da crise está no longo prazo, mas é necessário pensar em demandas e paliativos urgentes para atender a população. “Precisamos, por exemplo, dividir o ônus dessa crise. Não é segredo para ninguém que temos um rodízio branco, onde os pobres pagam o peso do descaso e bairros ricos não sofrem nenhum revés. Comprar caixas d’água para a população, garantir o direito à agua para todos e impedir a remessa de lucros para os acionistas da Sabesp são algumas dessas ações.”</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Ortellado também defende a responsabilização dos gestores pela má condução dessa crise, que deveriam ter decretado um rodízio responsável enquanto havia tempo, mas não o fizeram para evitar o ônus eleitoral dessas medidas. “O governador não tocou nesse assunto durante a campanha porque sabia que sua imagem poderia ser manchada, assim como sua popularidade. Mas agora é inevitável”, aponta.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Sentados no local onde há quinze dias um protesto pela questão da água foi impedido de sair pela Polícia Militar, Ortellado afirmou ao público que teme pela escalada da violência policial e lançou um alerta: “A forma como nós vamos lidar com isso será observada pelo mundo inteiro, que passa por mudanças climáticas. Temos uma enorme responsabilidade”, finaliza. </div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Fonte: (Portal Aprendiz/Envolverde)</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-60325885185186501322014-12-29T14:34:00.001-03:002014-12-29T14:34:07.270-03:00A crise da água e as perspectivas futuras<br />
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
O ano de 2014 no Brasil foi marcado, dentre outras coisas, pela escassez de água. Fenômeno até então pouco conhecido fora dos limites do Norte e do Nordeste do País, a seca chegou ao Sudeste e região.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
Fruto da ausência de chuvas, possivelmente associada às mudanças climáticas, outros fatores também contribuíram para a terrível (e ainda não solucionada) situação a que chegamos. A falta de cuidado com a vegetação ciliar onde ela ainda existe é também apontada por especialistas como uma das causas do problema, na medida em que a devastação das áreas circundantes de rios, cursos d’água, lagos, lagoas, reservatórios e similares contribui para o assoreamento e, portanto, para as perdas qualitativas e quantitativas dos elementos hídricos e de suas funções ecológicas.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
Por isso, a contundente crítica dirigida ao Novo Código Florestal quando, no particular, reduz os limites de proteção da mata ciliar, já que a faixa de Área de Preservação Permanente (APP) passa a ter a metragem contada a partir da “borda da calha do leito regular” do rio – e não mais do seu “nível mais alto”, como outrora – deixando desguarnecidas áreas alagadiças que exercem importantes funções ambientais.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
De todo modo, mesmo no regime florestal anterior, as dificuldades de fazer implementar a legislação ambiental no Brasil sempre foram muitas, a ponto de ter se tornado lugar comum afirmar que o país possui um dos mais bem estruturados sistemas legais de proteção ao meio ambiente do mundo, o qual, contudo, carece de efetividade.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
A cultura que se desenvolveu no país nunca foi a da preservação. Por aqui, sempre se preferiu investir na reparação dos danos a propriamente prevenir para que aqueles não acontecessem. No caso dos recursos hídricos, jamais fizemos como os nova-iorquinos: preservar os mananciais para não ter que investir em saneamento. O resultado é conhecido: o povo daquele Estado americano altamente industrializado possui uma das águas de melhor qualidade do planeta.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
No Brasil, contudo, a preocupação com a água nunca foi a tônica dos setores público e privado. Exceção feita a poucas iniciativas aqui e acolá, a regra sempre foi a poluição dos elementos hídricos. Desnecessário citar exemplos, infelizmente.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
Por outro lado, é incontestável que os instrumentos de comando e controle, tão enaltecidos por muitos, não tiveram o condão de diminuir os efeitos da degradação do meio ambiente. Não fosse assim, o Código Florestal anterior, aliado a uma série de outras normas legais (Sistema Nacional de Unidades de Conservação, Lei da Mata Atlântica, etc.) teria sido responsável pela redução do desmatamento. Não foi, contudo, o que aconteceu.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
Logo, torna-se necessário partir-se para uma nova era. Um tempo em que se passe a investir intensamente na valorização e na recompensa daqueles que realizam serviços ambientais.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
A lógica é simples: em vez de simplesmente punir aquele que descumpre a legislação – o que, repita-se, revelou-se ineficaz – remunera-se quem preserva. É uma inversão total daquilo que sempre se praticou no Brasil. Em vez de “poluidor-pagador”, passa-se para a tônica do “protetor-recebedor”.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
Iniciativas como essas vão desde a remuneração financeira aos pequenos proprietários rurais que preservam a vegetação que protege as águas, passando por incentivos tributários à preservação ecológica (IPTU verde, ICMS ecológico, redução de IPI para produtos ambientalmente sustentáveis, etc.), maior incentivo financeiro à criação de reservas particulares do patrimônio natural (RPPNs), estímulo à comercialização de créditos de logística reversa e de cotas de reserva ambiental, entre outros.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
Ganham as pessoas, ganha o meio ambiente e ganha a sustentabilidade.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
Já está mais do que na hora de se reconhecer que a proteção do meio ambiente não é apenas uma fonte geradora de despesas, mas pode se tornar uma grande oportunidade para se obter recompensas financeiras efetivas, ao mesmo tempo em que se contribui para a melhoria da qualidade ambiental das presentes e futuras gerações.</div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
<em style="margin: 0px; padding: 0px;">* <strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Marcelo Buzaglo Dantas</strong> é advogado, pós-doutor em Direito, consultor jurídico na área ambiental e membro da Comissão de Direito Ambiental da OAB/RJ e da Comissão Permanente de Direito Ambiental do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB. Também é membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza.</em></div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
<em style="margin: 0px; padding: 0px;"><br /></em></div>
<div style="background-color: white; color: #414042; font-family: tahoma, arial; font-size: 12px; line-height: 22.7999992370605px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
<em style="margin: 0px; padding: 0px;">Fonte: Envolverde</em></div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-71617825707570864772014-12-29T14:21:00.001-03:002014-12-29T14:21:10.050-03:0015 cientistas divulgam carta aberta sobre a crise hídrica no Sudeste <table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" style="width: 93%px;"><tbody>
<tr><td valign="top"><div align="justify">
<span class="texto" style="font-family: Arial, Helvetica, Verdana; font-size: 12px;">Quinze renomados cientistas brasileiros de várias áreas – engenharia, ecologia, biologia aquática, climatologia, hidrologia e mudanças climáticas – especializados em recursos hídricos, lançaram, no dia 16 de dezembro, a “Carta de São Paulo”, um documento com análises e recomendações sobre como enfrentar a grave crise hídrica no Sudeste.<br /><br />A iniciativa foi endossada pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e teve a coordenação geral do biólogo e oceanógrafo José Galizia Tundisi. Entre os signatários estão José Marengo, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE); Carlos Afonso Nobre, climatologista do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; Luiz Pinguelli Rosa, secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, entre outros. Também houve a contribuição de promotores do Ministério Público do Estado de São Paulo.<br /><br />De acordo com o documento, os cientistas constataram que há uma ameaça real à segurança hídrica no Sudeste. "São fortíssimos os indícios de que há uma mudança climática em curso, evidenciada pelas análises de séries históricas de dados climáticos e hidrológicos e projeções de modelos climáticos, com consequências na reservação de água e em todo o planejamento da gestão dos recursos hídricos. Estas mudanças climáticas não são apenas pontuais. Há indicações e fatos que apontam para sua possível continuidade, configurando uma ameaça à segurança hídrica da população da região Sudeste, especialmente da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), do interior de Minas Gerais e do Estado do Rio de Janeiro, de modo que todos devem estar preparados para eventos climáticos, cada vez mais extremos", diz um trecho da Carta.<br /><br />Os cientistas também apontaram outro grave problema: ar, água e solo poluídos comprometem os usos múltiplos dos recursos hídricos. "A crise hídrica, influenciada pelas alterações climáticas e hidrológicas, é agravada pelas mudanças no uso do solo, pela urbanização intensa, pelo desmatamento em regiões de mananciais e, principalmente, pela falta de saneamento básico e tratamento de esgotos, aumentando a vulnerabilidade da biota terrestre e aquática e das populações humanas", diz o trecho do documento.<br /><br />O texto também fala que a escassez de água no estado paulista já compromete a economia, saúde pública e produção de alimentos e energia.<br /><br />A “Carta de São Paulo” recomenda 10 ações às autoridades municipais, estaduais e federais:<br /><br />- Modificações imediatas no sistema de governança de recursos hídricos;<br />- Implementação de planos de contingência;<br />- Drástica redução do consumo de água e outras medidas emergenciais para 2015;<br />- Investimento imediato em medidas de longo prazo;<br />- Projetos de saneamento básico e tratamento de esgotos em nível nacional, estadual e municipal;<br />- Monitoramento de quantidade e qualidade da água;<br />- Proteção, conservação e recuperação da biodiversidade;<br />- Reconhecimento público e conscientização social da amplitude da crise;<br />- Ações de divulgação e informação de amplo espectro e<br />- Capacitação de gestores com visão sistêmica e interdisciplinar.<br /><br /><i>Fonte: Instituto Akatu e site www.akatu.org.br.</i></span></div>
<div>
<span class="texto" style="font-family: Arial, Helvetica, Verdana; font-size: 12px;"><i><br /></i></span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-85869565295921416762014-11-19T13:40:00.002-03:002014-11-19T13:40:54.942-03:00BRASIL INVESTE 0,11% DO PIB EM SANEAMENTO, DIZ OMS<h2 style="background-color: white; clear: both; color: #626262; font-family: arial; font-size: 12px; font-weight: lighter; margin: 0px 0px 20px; padding: 0px; text-transform: uppercase;">
ENTRE AS NAÇÕES EM DESENVOLVIMENTO, BRASIL É O QUE MAIS INVESTE EM SANEAMENTO BÁSICO E ACESSO À ÁGUA POTÁVEL - MAS PECA NA EXECUÇÃO DOS PROJETOS</h2>
<div>
<br /></div>
<div>
<div style="background-color: white; color: #0c0c0c; font-family: Georgia; font-size: 16px; line-height: 25px; margin-bottom: 10px; text-align: justify;">
Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que o<strong style="margin-bottom: 10px;"> Brasil </strong>é o país que <strong style="margin-bottom: 10px;">mais investe em saneamento básico </strong>e <strong style="margin-bottom: 10px;">acesso à água potável </strong>entre<strong style="margin-bottom: 10px;">nações que ainda estão em desenvolvimento </strong>- um <strong style="margin-bottom: 10px;">total de US$ 11,7 bilhões.</strong>Os números são relativos a 2012 e fazem parte do Relatório de Análise Global e Avaliação de Água Potável e Saneamento (Glaas, na sigla em inglês), que reúne dados de 93 países da América, África e Ásia. No entanto, em relação ao Produto Interno Bruto, os recursos deixam a desejar e representam apenas 0,11%, a quarta pior marca, na frente só de Sérvia (0,06%), Cuba (0,02%) e Uruguai (0%).</div>
<div style="background-color: white; color: #0c0c0c; font-family: Georgia; font-size: 16px; line-height: 25px; margin-bottom: 10px; text-align: justify;">
Essa é a segunda vez que o Brasil faz parte do levantamento. Em relação a 2012, o Brasil se manteve estável nos recursos para saneamento, água potável e higiene, investindo cerca de 75% do necessário para o setor. De acordo com o relatório,<strong style="margin-bottom: 10px;"> 59% dos gastos</strong>são para aumentar o porcentual de água potável disponível para a população.</div>
<div style="background-color: white; color: #0c0c0c; font-family: Georgia; font-size: 16px; line-height: 25px; margin-bottom: 10px; text-align: justify;">
O principal gargalo apresentado pela pesquisa não é a falta de recursos no país, mas sim a <strong style="margin-bottom: 10px;">má utilização pelo poder público</strong>. Menos de 50% do planejamento orçamentário para o orçamento é executado, revertendo em obras e investimento no setor. Nesse patamar, a implementação de um serviço adequado para a população se torna "insuficiente", de acordo com o levantamento.</div>
<div style="background-color: white; color: #0c0c0c; font-family: Georgia; font-size: 16px; line-height: 25px; margin-bottom: 10px; text-align: justify;">
O Brasil é o terceiro país onde o usuário da água mais contribui com o investimento em saneamento básico. Cerca de 78% do valor investido pelo governo sai do bolso do consumidor. Apenas no Uruguai (81%) e na Colômbia (80%) esse patamar é maior.</div>
<div style="background-color: white; color: #0c0c0c; font-family: Georgia; font-size: 16px; line-height: 25px; margin-bottom: 10px;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<strong style="margin-bottom: 10px;">Melhorias</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
Em nível mundial, o estudo mostrou que <strong style="margin-bottom: 10px;">748 milhões de pessoas não tem acesso a água potável </strong>de forma sustentada em todo o mundo e calcula-se que outros 1,8 bilhão usem uma fonte que está contaminada com fezes. Segundo a OMS, <strong style="margin-bottom: 10px;">2,5 bilhões de pessoas</strong> não têm acesso a saneamento adequado e que 1 bilhão defecam ao ar livre, nove em cada dez, em áreas rurais.</div>
<br />
<div style="background-color: white; color: #0c0c0c; font-family: Georgia; font-size: 16px; line-height: 25px; margin-bottom: 10px; text-align: justify;">
Os investimentos em saneamento e água potável registraram crescimento de 30% entre 2010 e 2012, passando de US$ 8,3 bilhões para 10,9 bilhões em recursos. Esse aumento fez, por exemplo, 2,3 bilhões de pessoas terem acesso a fontes diárias de água potável no mundo. Além disso, caiu a proporção de crianças que morrem por doenças ligadas à má qualidade da água: de 1,5 milhão para cerca de 600 mil ao ano.</div>
<div style="background-color: white; color: #0c0c0c; font-family: Georgia; font-size: 16px; line-height: 25px; margin-bottom: 10px; text-align: justify;">
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<div style="background-color: white; color: #0c0c0c; font-family: Georgia; font-size: 16px; line-height: 25px; margin-bottom: 10px; text-align: justify;">
Fonte: Epoca</div>
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Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1920027472613047987.post-67529297811430675192014-11-18T16:57:00.003-03:002014-11-18T16:57:57.402-03:00Crise hídrica de São Paulo passa pelo agronegócio, desperdício e privatização da água<br />
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px;">
Por Gabriel Brito e Paulo Silva Junior, da redação do <strong style="color: #72179d; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: none;"><a href="http://www.correiocidadania.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=10233%3Amanchete101114&catid=72%3Aimagens-rolantes&" style="color: #72179d; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: none;" target="_blank">Correio da Cidadania</a></strong></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px;">
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<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Para muitos, o racionamento de água em São Paulo já é uma realidade líquida e certa. Resta saber até quando políticos ganharão tempo para escondê-la ou se a população agirá, a ponto de, quem sabe, se repetirem as chamadas ‘guerras da água’, já vistas em locais onde os serviços hídricos e sanitários foram privatizados. De toda forma, o assunto não é passageiro e exige toda uma reflexão a respeito dos atuais modelos de vida e economia.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
“Em primeiro lugar, é preciso reeducar a população a reduzir o consumo. As empresas também, pois quando se fala em redução de consumo parece que só a população consome. Mas, no Brasil, 70% da água é consumida pela agricultura, 22%, pela indústria e 8%, pelas residências. E quando se fala em redução de consumo, só se fala dos 8%, mas não dos 92%”, afirmou Marzeni Pereira, tecnólogo em saneamento da Sabesp, em entrevista ao Correio da Cidadania.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Na conversa, Marzeni elenca uma série de razões históricas, desde as locais até as mais abrangentes, que levaram São Paulo à atual crise hídrica, cujas consequências ainda não foram quantificadas. Trata-se de mais um fracasso do modelo de gestão privatista, de mãos dadas com um projeto desenvolvimentista que tem gerado mudanças ambientais em todos os grandes biomas do país.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
“A Sabesp é a empresa mais preparada do Brasil para gerir o sistema de saneamento. Tem o melhor corpo técnico, a melhor estrutura etc. O problema principal é justamente a administração voltada ao mercado e ao lucro. Além disso, a empresa, sem dúvida, vem sofrendo sucateamento. Em 2004, tinha 18 mil trabalhadores e sua base de atuação era menor. Hoje, a empresa tem menos de 14 mil. A terceirização é um dos principais problemas, por exemplo, na perda de água”, explicou, em relação ao contexto paulista.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Por outro lado, Marzeni não deixou de fora toda a relação com um modelo já há décadas hegemônico. “No ano passado, em torno somente de soja, carne, milho e café, o Brasil exportou cerca de 200 bilhões de m³ de água. Significa abastecer São Paulo por quase 100 anos. A umidade atmosférica, mantida através dos chamados ‘rios voadores’, que vêm do Norte do Brasil e precisam da continuidade da vegetação, foi reduzida. A atuação do agronegócio, quem mais desmata, teve influência em SP. E teve também o desmatamento de todo o centro-oeste do estado”, resumiu.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
A entrevista completa com Marzeni Pereira, realizada nos estúdios da webrádio Central3, pode ser lida a seguir.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Correio da Cidadania: Qual o resumo que você faz, num breve histórico, das origens e razões da crise da água no estado de São Paulo?</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Marzeni Pereira:</strong> Podemos dizer que o histórico da crise de água em São Paulo tem bastante tempo. Em 2003, por exemplo, o sistema Cantareira chegou próximo de zero, com menos de 5% de sua capacidade de armazenamento e todo o sistema de saneamento quase entrou em colapso. Houve um princípio de racionamento, com a Operação Pajé (na qual se bombardeavam nuvens e se pulverizava sua água).</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Nesse período, foi elaborado um plano para que o saneamento de São Paulo dependesse menos do Cantareira, ao ser assinada uma outorga com vistas a reduzir a dependência do reservatório – o que mais abastece a capital e a região metropolitana. De lá pra cá, a ideia era reduzir perdas, aumentar o reuso e encontrar novas formas de abastecimento, por outros mananciais. Isso não aconteceu.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Em 2004 e 2005, houve uma recuperação da reservação de água; em 2009, houve um pico, com quase 100% das represas cheias. Em 2009, houve um período de enchentes, como a do Jardim Pantanal (zona leste); e em 2011, teve a enchente de Franco da Rocha, por conta da abertura da represa Paiva Castro. Mas, de toda forma, não houve redução da participação do sistema Cantareira. As perdas caíram, mas não o suficiente para suprir a demanda, que cresceu. Não houve, portanto, contrapartida suficiente na disponibilidade de água. Esse é o principal problema.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Outro ponto é que tivemos, recentemente, em 2013 e 2014, uma estiagem bastante forte, apesar de curta, comparando com outras regiões do Brasil, com 5 ou 10 anos de estiagem. Aqui são menos de dois anos, de modo que não era pra estarmos na atual situação.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Neste ano, também teve outro problema: com eleições e Copa do Mundo, havia a necessidade de o governo manter sua imagem em alta. Por isso, não se tomaram medidas para reduzir o consumo de água a partir de janeiro e fevereiro de 2014.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Correio da Cidadania: Qual o papel da Sabesp, com seu modelo de gestão, nesse processo?</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Marzeni Pereira:</strong> A Sabesp é a empresa mais preparada do Brasil para gerir o sistema de saneamento. Tem o melhor corpo técnico, a melhor estrutura etc. O problema principal é justamente a administração voltada ao mercado e ao lucro. Outra coisa é a dependência das influências diretas do governador e dos acionistas privados.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Além disso, a empresa, sem dúvida, vem sofrendo sucateamento e redução da sua capacidade de trabalho. Em 2004, a Sabesp tinha 18 mil trabalhadores e sua base de atuação era menor. Hoje, a empresa tem menos de 14 mil, uma redução de cerca de 20% do quadro. Isso influencia, certamente.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Outra coisa é que, a partir do momento em que se reduz o número de trabalhadores diretos, há a necessidade de terceirizar serviços. A terceirização é um dos principais problemas, por exemplo, na perda de água. Porque o serviço é mal feito, o cara faz num dia e no outro dia já vaza de novo… Significa que o serviço tem de ser feito várias vezes, e aí temos mais perdas.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
É uma lógica adotada nos últimos 20 anos: a empresa depender de outras empresas privadas. Hoje, as empresas privadas têm muita influência no dia a dia da Sabesp. Portanto, é claro que o modelo de gestão tem tudo a ver com a crise.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Correio da Cidadania: Como dimensiona a crise da água no país como um todo, em si e relativamente a São Paulo? Em que medida a destruição dos biomas do Cerrado e amazônico explicam a grave situação que vivemos?</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Marzeni Pereira:</strong> A estiagem em São Paulo, com certeza, tem relação com o desmatamento da Amazônia e do Cerrado. Obviamente, sempre que há desmatamento se reduz a evaporação de água pela evapotranspiração das árvores. O Cerrado brasileiro sofreu muito com a devastação promovida pelo agronegócio.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Para se ter ideia, no ano passado, em torno somente de quatro produtos (soja, carne, milho e café), o Brasil exportou cerca de 200 bilhões de metros cúbicos de água. Não produziu, apenas exportou, ‘água virtual’, como se diz. Tal número significa abastecer São Paulo por quase 100 anos, apenas com a quantidade de água gasta por esses quatro produtos.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Outro problema é que houve redução da quantidade de água superficial. À medida que há uma degradação, tanto pela remoção da vegetação como pela irrigação intensiva de larga escala, reduzem-se os afluentes dos grandes rios, como os amazônicos e o São Francisco, que já está sofrendo muito com a redução da água.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
A umidade atmosférica, mantida através dos chamados “rios voadores”, que vêm do Norte do Brasil e precisam da continuidade da vegetação, foi reduzida. A atuação do agronegócio, quem mais desmata no Brasil, teve influência em São Paulo.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Mas não é só isso. Teve também o desmatamento de todo o centro-oeste do estado de São Paulo. Praticamente toda a vegetação de tal região foi removida, para plantios de cana, eucalipto, laranja etc. A redução dessa vegetação também tem influência. A redução das matas ciliares dos rios que abastecem as represas é outro fator, pois provoca o assoreamento e um secamento mais rápido.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Correio da Cidadania: O que pensa dos primeiros protestos que começam a ser organizados, ou que ocorrem até espontaneamente, em torno à água, a exemplo do que tem ocorrido em cidades como Itu? Acredita que possam crescer a ponto de se tornarem massivos, e até mesmo reproduzirem as chamadas “guerras da água” que ocorreram em vários países?</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Marzeni Pereira:</strong> Itu é um caso bastante emblemático. Lá, a gestão da água é de uma empresa privada, que vendeu água até acabar. E há o risco de a empresa abandonar a cidade quando a água acabar de vez e começar o prejuízo. Afinal, ela está lá atrás de lucro, não para fazer serviço filantrópico. Esse é o grande risco de o setor privado atuar no saneamento. Temos de combatê-lo.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Quanto aos protestos, são iniciativas interessantes da população. Ela tem de fazer parte da vida política do país, não pode ficar omissa em casa. É importante ter pauta de reivindicações, um programa a ser apresentado no momento. As manifestações ainda estão tímidas, mas acredito que a tendência é de ganharem força.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Mesmo porque a previsão para 2015 é de faltar mais água. Se não chover muito nesse verão, a coisa será pior. Portanto, há tendência de aumento de protestos no ano que vem. Como cidadão, já estou participando, como nos dias 1 e 5. São manifestações importantes e precisam continuar.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Correio da Cidadania: Nesse sentido, como acredita que será o ano de 2015 em São Paulo, especialmente no que toca a vida do cidadão médio? O racionamento, que de fato já ocorre, vai ser intensificado?</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Marzeni Pereira:</strong> Na realidade, ainda não existe racionamento. O que é racionamento? É a definição de quanto cada pessoa, ou família, pode usar. Seria, por exemplo, definir uma cota de 150 litros por dia. Isso é racionamento. Existe outro modelo, o rodízio, que é quando se joga água de uma região para outra. Num dia, um local fica sem água e outro a recebe. Portanto, há diferença entre um e outro tipo de política.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Inclusive, penso que o racionamento tem de ser adotado, especialmente quando a situação se acirrar. Se não, alguns terão água e outros não, como acontece no rodízio. Quem tem caixa d’água ou um reservatório grande em casa não fica sem água. Quem não tem, fica sem. Imagine uma pessoa que sai de casa às 8 da manhã e volta às 10 da noite. Se não tiver caixa d’água, não toma banho. O rodízio é injusto pra quem não tem condição de comprar caixa d´água grande.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Em relação ao ano que vem, observamos que a recuperação do reservatório do Cantareira, nos últimos 10 anos, tem sido, em média, de 23%. Se, por exemplo, está em 10% em outubro, quando chegar a março deverá estar com 30% ou 40%. E essa marca não tem sido ultrapassada, com exceção de 2004 e 2008.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
O problema é que neste ano estamos com 17% negativos. O volume operacional acabou em 15 maio; de lá pra cá, está sendo usado o volume morto. Se o reservatório recuperar 20% do volume, no final do período de chuvas não teremos mais de 5% de volume operacional. Se não tiver chuva em abril, quando normalmente ela é escassa, esses 5% durariam uns 30 dias, o que nos faria voltar a usar o volume morto em maio. Há um risco de usarmos o volume morto do Cantareira bem antes do período em que começamos a usar em 2014.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Correio da Cidadania: Finalmente, o que pensa que poderiam ser soluções tanto a curto, dada a gravidade da situação, como a médio e longo prazos?</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Marzeni Pereira:</strong> A principal solução é chover. Se chover, tudo se resolve. Torcemos pra isso; de fato, caso contrário, a população vai sofrer. Se não chover, temos de tomar algumas medidas (na verdade, mesmo que chova, teremos que tomá-las).</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Em primeiro lugar, é preciso reeducar a população a reduzir o consumo. As empresas também, pois quando se fala em redução de consumo parece que só a população consome. Mas, no Brasil, 70% da água é consumida pela agricultura, 22%, pela indústria e 8%, pelas residências. E quando se fala em redução de consumo, só se fala dos 8%, mas não dos 92%.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
A região metropolitana de São Paulo não tem muito peso da agricultura, mas tem da indústria. Precisa reduzir o consumo residencial e industrial. Precisa também de uma forte redução de perdas. Precisa de uma orientação sem meio termo para a população. Não pode ser como hoje, o governo e a Sabesp têm de falar mais claramente à população de como a situação é grave, além de esclarecer se precisamos fazer rodízio, racionamento ou as duas coisas juntas.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Há a necessidade de definir as atividades humanas básicas que terão suprimento de água garantido, como hospitais, escolas, creches. Quanto à população de baixa renda, com menos condição de comprar caixa d’água, seria necessário o governo distribuir tais caixas, distribuir filtros de hipoclorito, porque muita gente vai usar água de mina se precisar, o que traz risco de contaminação. Em caso de falta de água generalizada e uso de carros-pipa, tem que se saber como aqueles que não têm caixa poderão armazená-la.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Outro ponto é em relação ao emprego. Se de fato se concretizar a previsão, ou seja, se ocorrer falta de água generalizada em 2015, muitas empresas vão fechar, ao menos temporariamente, ou se mudar. Se não tiver política de estabilidade no emprego, pode ser uma catástrofe.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Também se deve incentivar uso de água de chuva e reuso. Pouco se fala em coletar água de chuva. Se a população fizesse isso, e reduzisse ao menos 10% do consumo, teríamos cerca de 5 metros cúbicos por segundo de economia de água. Isso equivale ao novo sistema que a Sabesp constrói agora, o São Lourenço, que custará 2 bilhões de reais.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Finalmente, é necessário estatizar o saneamento – não a Sabesp, mas o próprio saneamento. Não tem sentido um serviço tão importante quanto esse na mão de quem quer lucro. Mas a estatização não pode ficar na mão do governo, com empresários controlando por dentro. É preciso controle dos trabalhadores. Além de uma comissão e investigação populares, que apurem responsabilidades. É preciso coletar e tratar mais esgoto, usando tal água em atividades, principalmente, industriais, pois há uma série de usos possíveis com a água de esgoto.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Recuperar mananciais é outro ponto importante. Se isso não for feito, as consequências futuras podem ser mais graves. O Rodoanel passou pelos mananciais, o que mostra como não se deu importância a eles. Pessoas que moram em áreas de mananciais precisam sair de lá, através de negociações sérias, com plano habitacional. Com casa garantida, claro, ao invés de serem retiradas como lixo.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Há uma série de ações possíveis no médio e curto prazo. Mas têm de ser feitas em diálogos com a população, se não os interesses pelo lucro vão falar mais alto.</div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #565656; font-family: Verdana; font-size: 12px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify;">
Fonte:EcoDebate</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/11073798728437402108noreply@blogger.com0