quarta-feira, 19 de maio de 2010

Como se dá a avaliação e o monitoramento da qualidade da água?

Quem explica é Maurrem Ramon Vieira, especialista em Recursos Hídricos da Superintendência de Gestão da Rede Hidrometeorológica (SGH), da Agência Nacional de Águas (ANA). Segundo Vieira, “a avaliação da qualidade da água pode se dar a partir de diversas configurações, em termos de localização dos pontos de monitoramento, periodicidade e tipo de parâmetros monitorados, sempre em função dos objetivos visados”. Ele acrescenta ainda que é possível identificar quatro diferentes tipos de avaliações: monitoramento básico, inventários, vigilância e de conformidade. Acompanhe o que prevê cada um deles, nas explicações do especialista:

Monitoramento básico

É realizado em pontos estratégicos para acompanhamento da evolução da qualidade das águas, identificação de tendências e apoio à elaboração de diagnósticos. Os resultados obtidos no monitoramento permitem a identificação de locais onde é necessário um maior detalhamento. A freqüência do monitoramento básico acompanha os ciclos hidrológicos e geralmente varia de uma freqüência mínima trimestral até uma freqüência mensal. Os parâmetros monitorados nesta modalidade devem estar relacionados com o tipo de uso e ocupação da bacia contribuinte a estação e com os objetivos da rede. Sendo assim, tanto a localização das estações quanto os parâmetros monitorados devem ser reavaliados periodicamente. A definição dos pontos estratégicos depende dos objetivos do monitoramento.

Inventários

Esta modalidade compreende observações associadas à avaliação intensiva de um espectro relativamente amplo de parâmetros com o objetivo de estabelecer um diagnóstico “instantâneo” da qualidade das águas de um trecho específico de curso d’água. Esta avaliação está associada ao acompanhamento de ações limitadas no tempo (por exemplo, implantação de empreendimentos hidrelétricos). No inventário, a freqüência de amostragem é alta, variando de diária até mensal, por um período de tempo determinado.

Vigilância

Na vigilância, incluem-se as observações efetuadas em locais onde a qualidade das águas é de fundamental importância para um determinado uso (especialmente para consumo humano) ou em locais críticos em termos de poluição associada ao uso da água. É necessário um monitoramento praticamente em tempo real, o que pressupõe a utilização de aparelhos automáticos de medição, o que limita os tipos de parâmetros passíveis de serem monitorados. Entretanto, um bom acompanhamento dos parâmetros pH, oxigênio dissolvido e condutividade elétrica, já permite identificar alterações associadas a ações antrópicas, configurando um alerta para a tomada de providências.

De Conformidade

Nesta modalidade, incluem-se as observações feitas pelos usuários dos recursos hídricos (auto-monitoramento) em atendimento a requisitos legais presentes nos marcos regulatórios (Portaria n° 518 do Ministério da Saúde, Resolução n° 357 do CONAMA), nas condicionantes das licenças ambientais e nos termos de outorga. Tanto a periodicidade quanto os parâmetros monitorados são determinados pelos órgãos competentes e fazem parte dos requisitos legais que acompanham as licenças e termos de outorga. Os resultados são enviados aos órgãos competentes, das esferas estadual e federal, que acompanham a evolução dos parâmetros monitorados.


Fonte: AgSolve

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