quinta-feira, 14 de abril de 2011

ABRELPE defende modernização da gestão dos resíduos

Um dos principais pontos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em vigor desde agosto de 2010, é que somente rejeitos poderão ser dispostos em aterros sanitários a partir de 2014. Para que se cumpra essa determinação, a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) defende a modernização do setor com a adoção de novas tecnologias para a gestão de resíduos, integrando-as às soluções existentes no País.

Entre as tecnologias já empregadas com sucesso em outros países destacam-se a coleta mecanizada e as unidades de triagem e de recuperação energética de resíduos. Esses processos partem do princípio de que os resíduos, antes de serem disponibilizados para coleta pelo serviço público, devem ser separados pelos cidadãos em duas frações: orgânica e não orgânica, tal como já preceitua o decreto de regulamentação da PNRS.

O recolhimento dos resíduos sólidos por meio da coleta mecanizada consiste na distribuição estratégica de contêineres pelas ruas de uma cidade. Nesse modelo, cada munícipe leva seu lixo até o contêiner mais próximo de sua residência, evitando assim que os coletores tenham que recolher os sacos porta a porta. A coleta é feita por caminhões compactadores nos quais os contêineres são encaixados e basculados diretamente no veículo.

Ao chegar às estações de triagem, o lixo não orgânico é colocado em equipamentos automatizados que selecionam os materiais recicláveis, separando-os dos demais, por tipo de material, e possibilitando seu encaminhamento para as indústrias recicladoras, o que permite a reinserção dos mesmos, como matéria prima, em novos processos produtivos. O que não tem potencial para reciclagem é então direcionado às usinas de recuperação energética, que podem utilizar diferentes sistemas para processamento dos resíduos e geração de energia a partir dos mesmos. Atualmente, existem mais de mil empreendimentos dessa natureza no mundo, distribuídos na Europa, América do Norte e na Ásia.

“Atualmente o setor já dispõe de diversas opções para tratamento da parcela não reciclável dos resíduos sólidos com geração de energia. Nesse campo, a técnica mais difundida é a incineração, através da qual os resíduos são submetidos a altas temperaturas, que quebram as cadeias de carbono e geram vapor. Esse vapor é utilizado como combustível para diversos processos industriais e também para gerar energia elétrica”, explica Carlos Silva Filho, diretor executivo da ABRELPE, ao destacar tratar-se de um processo seguro e com controle das emissões, no qual mesmo as cinzas resultantes da queima dos resíduos, dependendo de sua composição, podem ser reaproveitadas.

Uma alternativa para tratar a parcela orgânica – cerca de 60% dos resíduos gerados no Brasil – são os biodigestores, tipo de equipamento pelo qual é possível acelerar a decomposição do lixo, resultando na geração de gás metano, que é captado e utilizado como combustível, por exemplo, em empresas, veículos e termoelétricas.

Deve-se destacar que, em qualquer caso, os aterros sanitários se farão sempre necessários, como solução para os rejeitos, parcela resultante dos processos de tratamento e recuperação energética ou para materiais que não apresentem viabilidade de serem submetidos a tais sistemas. “As afirmações de que os aterros sanitários estão em desuso e serão extintos são totalmente infundadas, uma vez que os mesmos são parte fundamental em todos os sistemas de gestão de resíduos, até mesmo nos mais avançados”, ressalta Silva Filho.



Fonte: Água online

Nenhum comentário: