quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Usina no Fundão vai produzir energia do lixo

A Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, será o primeiro lugar do Brasil a receber uma usina protótipo que gera energia a partir dos resíduos sólidos urbanos. O projeto, desenvolvido pela empresa privada Usinaverde S.A., é uma solução importante para o meio ambiente. Ao usar o lixo orgânico, a usina elimina as emissões de gases ltamente
tóxicos que contribuem para o efeito estufa e afetam a camada de ozônio,principalmente o metano e o gás carbônico. E ainda elimina outro produto altamente nocivo à natureza: o chorume,líquido escuro gerado nos lixões, que penetra no subsolo e contamina as águas. O projeto Usinaverde consiste na implantação de móduloscom capacidade de tratamento de 150 toneladas/dia de lixo coletado com geração
efetiva de 3,2MW de energia elétrica, sendo 2,6 MW para venda. Cada módulo será
capaz de atender às necessidades de disposição final de resíduos de uma comunidade
em torno de 180 mil pessoas, alimentando com energia elétrica cerca de 13.400
residências (ou aproximadamente60 mil pessoas), se considerado o consumo médio de
140 quilowats/mês. Em cinco anos, foram investidos mais de R$ 15 milhões no desenvolvimento de tecnologia, construção e operação do projeto Usinaverde. Atualmente, a usina vem operando em regime contínuo, tratando 30 toneladas/dia de lixo urbano e gerando 440kWh, que têm sido consumidos na própria unidade. (Fonte:
Saneamento Ambiental).

Revista ABES

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Câmara Técnica da Aesbe recomenda revisão da portaria sobre uso de flúor na água.

Obrigatório há três décadas em todo o País pela lei n.º 6.050, de 24 de maio de 1974, o acréscimo do flúor
na água servida à população é objeto de uma polêmica que envolve profissionais do setor, prestadores de
serviços e também o governo federal por intermédio do Ministério da Saúde. A quantidade excessiva de
flúor pode trazer, entre outros problemas, alterações na formação do esmalte dentário em crianças até
8 anos de idade. Por outro lado, todos defendem a importância dos teores adequados de flúor na água de
abastecimento para evitar a cárie dentária, medida que auxilia, principalmente, as populações de baixa
renda. Entre o excesso e a carência as Companhias Estaduais recomendam uma reflexão sobre o tema.

Na avaliação da Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais – Aesbe, esta portaria,de 1974, deveria sofrer uma revisão para se adequar à realidade atual. Embora sem questionar a obrigatoriedade da fluoretação e seus benefícios, os especialistas que integram a Câmara Técnica de Qualidade da Água – CTCQ – da Aesbe
defendem uma adequação da portaria, para atualizar a quantidade do produto dicionado e também o usopadronizado para todos os Estados brasileiros. Um dos alertas é que
diversos outros produtos, como o creme dental, por exemplo, contêm o flúor e a somatória da ingestão do fluoreto da água, com as substâncias presentes nos rodutos, pode acarretar excesso e atingir, principalmente,crianças.
No Congresso Nacional o deputado Carlos Souza (PP/AM) entrou com um Projeto de Lei na Câmara dos Deputados pedindo a revogação da Lei n.º 6.050. O argumento é que a fluoretação da água para o abastecimento público parte de um equívoco científico, pois estudos comprovam que a ingestão elevada dessa substância poderia provocar
fluorose e outros tipos de doenças.
O projeto tramita na Câmara e aumenta a polêmica, já que alguns parlamentares defendem a importância do flúor para evitar a cárie,beneficiando principalmente as camadas mais pobres da população. Se o tema provoca controvérsias entre políticos, para profissionais dosetor e também para especialistas do governo há um consenso
sobre a necessidade de atualizar a portaria. Para o presidente nacional da Associação Brasileira de Odontologia (ABO), Norberto Francisco Lubiana, o teor ótimo de flúor adotado nas estações de tratamento de água da maior parte do território brasileiro é de 0,7 parte por milhão (ppm). E foi definido ainda na década de 50. Ele explica que para cada localidade o teor adequado de flúor depende da temperatura do local. “Em regiões mais frias o teor tem que ser maior. Quanto mais elevadas as temperaturas, menor o teor, pois a ingestão de água é maior. A preocupação destina-se a evitar a fluorose”, afirmou. A pesquisadora e professora da Universidade de Brasília, Simone Otero, tem a mesma opinião e explica que o aumento da temperatura
eleva o consumo de água e por isto a concentração de flúor deveria ser menor nos climas tropicais em relação aos climas temperados e frios. Apesar do monitoramento dos teores adequados de flúor na água de abastecimento estar na responsabilidade
das autoridades em Saúde Pública, Simone aconselha os profissionais de saúde a agirem
cotidianamente na prevenção de casos individuais, orientando principalmente a não ingestão de pastas dentais fluoretadas por crianças de pouca idade. “As características clínicas da fluorose dentária são definidas por uma gama de mudanças
no esmalte, desde manchas esbranquiçadas e opacas em forma de linhas quase imperceptíveis (fluorose leve) até graus mais deformantes (fluorose moderada a severa)”. Simone informa também que o grau de manifestação depende da dose ingerida, da duração, da exposição e da resposta individual, já que doses similares de exposição ao flúor podem levar a diferentes níveis de manifestações clínicas. Tanto Simone como o presidente da ABO esclarecem que a fluorose é prejudicial até aos oito anos de idade. Após esta idade, diminui-se o risco.
Lubiana explica que toda e qualquer proposta sobre modificações na lei será analisada pela entidade. No entanto, esclarece que a ABO segue as recomendações da Federação Dentária Internacional (FDI), Organização Mundial da Saúde (OMS) e Associação Internacional de Pesquisa Odontológica (IADR-Sigla em Inglês), que reúne constantemente experts de todo o planeta para discutir o assunto. Em caso de revisão da portaria pelos órgãos competentes a ABO se posicionará sobre o assunto em questão.
Para o professor Marco Aurélio Peres, do Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina e Comissão Assessora da coordenação Nacional de saúde bucal do Ministério da Saúde, o debate sobre a revisão da Lei da fluoretação
ainda é incipiente, deve ser aprofundado e amplamente discutido para posterior
decisão que, segundo ele, deve ser responsável e baseada em evidências científicas.
Ele informa que, no momento, “talvez seja relevante discutir a Resolução MS-GM-518 de 25 de março de 2004 que estabelece 1,5 ppm como valor máximo de flúor na águas
de abastecimento público. A redução do valor máximo permitido para 1,0 ppm seria desejável”, explica. O presidente da Comissão de Marketing e Comunicação Social e vice-presidente da Comissão Científica do Conselho Regional de Odontologia
(CRO), Dr. Gilberto Montenegro, considera que a fluoretação deve ser usada topicamente e com propriedade para não causar sérios problemas à população.
Ele disse que o CRO apóia e recomenda o uso da substância desde que siga todos os critérios necessários para a sua utilização. “O uso do flúor em bochechos é fundamental para a prevenção de cáries”, ressaltou. A Câmara Técnica de Controle
de Qualidade da água da Aesbe, em seu 15º encontro realizado em maio deste ano, em São Luís (MA), discutiu os aspectos positivos e negativos decorrentes da aplicação de flúor na água para o consumo humano. E decidiu por solicitar a revisão da
portaria. O Superintendente Executivo da Aesbe, Walder Suriani, encaminhou
um ofício ao ministro da saúde, José Gomes Temporão, mas ainda não houve nenhuma manifestação oficial por parte do Ministério sobre o tema.
“As características clínicas da fluorose dentária são definidas por uma gama de
mudanças no esmalte, desde manchas esbranquiçadas e opacas em forma de linhas quase imperceptíveis até graus mais deformantes”

Fonte: Revista Sanear

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Saneamento básico e sua regulação

Serão necessários R$ 20 bilhões por ano, durante 10 anos,para a população ter acesso a água e tratamento de esgoto

As carências brasileiras de saneamento básico, como se sabe, constituem enorme desafio. As estimativas indicam que serão necessários investimentos de 20 bilhões de reais por ano, durante 10 anos, para que a população tenha acesso a água e coleta e tratamento de esgoto.

Evidentemente o Estado não terá recursos para tanto. Assim, aumentam os casos de concessão desse serviço público a empresas privadas, mediante licitação. Sendo o serviço municipal, já são vários os municípios que tomam a iniciativa de interessar investidores privados no que pode ser para eles uma oportunidade de negócio.

Nesse contexto fático é que importa analisar a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que constitui o marco federal sobre o tema e que ainda não foi regulada por decreto do Poder Executivo que cobrisse as suas lacunas de execução, algumas delas assumindo importância para a prática cotidiana do contrato de concessão.

O referido diploma legal, em seu artigo 2º, traz os princípios fundamentais da prestação dos serviços, entre os quais incumbe destacar a "universalidade de acesso" (inciso I), a "disponibilidade" (inciso IV) e a "eficiência e sustentação econômica" (inciso VII).

Quando celebra o contrato de concessão, o Estado não transfere o serviço, pois isso seria constitucionalmente proibido, mas apenas delega a sua execução, mantendo-se como responsável final. O concessionário, a seu turno, se obriga a executar as obras e os serviços previstos no contrato segundo volumes e cronograma dele constante. Portanto, a "universalidade" e a "disponibilidade" só serão alcançadas depois de cumprido o cronograma, que tem natureza técnica, independentemente de seu custo. A jurisprudência tem tido dificuldade de lidar com as questões que decorrem do não-atendimento a esses dois requisitos, havendo julgados que obrigam os concessionários a atender usuários, ainda que não haja rede instalada, pois sua construção nos termos do contrato só ocorreria depois de certo tempo.

Uma discussão que tem havido é a da aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor (CDC) aos usuários, especialmente seus artigos 22 (continuidade do serviço essencial) e 42 (impossibilidade de constrangimento em casos de interrupção do serviço). Para uma corrente, a presença desses dois dispositivos faria com que a concessionária não pudesse se furtar da obrigação de fornecer água, ainda que a rede não estivesse pronta ou o consumidor a ela ligado.

Para outro grupo, sendo o CDC uma norma geral e a Lei nº 11.445 uma lei especial, deve ser aplicada a que regula o assunto especificamente. Mesmo esse grupo, entretanto, reconhece a aplicabilidade do CDC, variando apenas a sua intensidade. Ora, essa aplicabilidade viria a reforçar a idéia de que o usuário tem direito ao serviço em qualquer hipótese.

O Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu uma Ação Declaratória de Inconstitucionalidade (Adin, nº 2.340-3/ Santa Catarina), por apertada votação de seis contra cinco, com a presença de sete ministros que já deixaram o Tribunal (a indicar a possibilidade de mudança de entendimento por uma nova composição) e pela qual julgou inconstitucional lei estadual que impunha, entre outras, a obrigação de que a concessionária prestasse o serviço em qualquer hipótese, uma vez que estaria "obrigado" a fazê-lo, como braço do próprio Estado. A decisão foi pela inconstitucionalidade da lei, com base no entendimento de que, sendo a matéria municipal, não poderia o estado federado regulá-la. Assim, o tribunal não enfrentou o problema da obrigação de fornecimento sem a existência de previsão no contrato de concessão.

Parece-nos evidente que o Judiciário não tem o poder de determinar à concessionária que infrinja o seu contrato administrativo de concessão celebrado com o poder público, fornecendo um serviço para o qual não está preparada. Além dos princípios da "universalidade" e da "disponibilidade", antes referidos, existe o da "eficiência e sustentação econômica", que estaria violado se o equilíbrio econômico e financeiro da concessão fosse quebrado. Mas, por outro lado, os tribunais são sensíveis a apelos dos usuários, em especial daqueles que não têm condições de acesso à água ou que vivem em condições precárias nesse particular. Muitas decisões acabam por determinar que a concessionária preste o serviço, ainda que não previsto em seu contrato. Essa situação tem gerado um impasse. Uma alternativa de solução é a de indenizar a concessionária pelo custo que exceda o contrato de concessão, o que, se houver concordância de ambas as partes, é plenamente possível e legal.

Por outro lado, há que se levar em conta os poderes das agências reguladoras. Nesse terreno, existe a Agência Nacional de Águas (ANA), entidade federal de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, criada pela Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000. Além dela, vários estados têm as suas agências, assim como vários municípios. O poder desses órgãos afetos ao Poder Executivo, entre outros, é o de justamente regrar situações que não estejam previstas expressamente em lei, concorrendo para a boa prestação do serviço. Podem e devem elas prever as situações em que não haja disponibilidade do serviço e como lidar com essas situações. As decisões das agências, em sua parte material, devem ser preservadas pelo Poder Judiciário, pois só assim construiremos os marcos de regulação do setor, indispensáveis para a clareza e para a estabilidade de suas normas.
Fonte: Diário do Comércio /Assemae

O pior dos mundos em um país: Bons índices sociais contrastam com doenças de países subdesenvolvidos

Em dez anos – entre 1997 e 2007 – a expectativa de vida do brasileiro subiu de 69,3 anos para 72,7, alavancada pela mudança no padrão alimentar da população, melhorias no setor de habitação e maior acesso a serviços de esgoto e tratamento de água, mesmo que só para uma parcela privilegiada da sociedade. A vitória, no entanto, criou um paradoxo na saúde pública do país. Males típicos de países desenvolvidos, como as doenças cardiovasculares, a obesidade e o câncer passaram a conviver lado-a-lado com moléstias de terceiro mundo no Brasil, que insiste em se manter em posições altas nos rankings mundiais da dengue, malária, leishmaniose e febre amarela. A falta de políticas continuadas na erradicação dessas doenças e mudanças em muitos pontos positivas na qualidade de vida do brasileiro provocaram um cenário onde a saúde pública vive o pior de dois mundos. E, seja de câncer ou de moléstia tropical, as principais vítimas tendem a ser as classes mais baixas.
– A mortalidade infantil está caindo e as pessoas estão envelhecendo – reconhece Roberto Medronho, epidemiologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). – Nos países centrais, isso está ocorrendo sem problemas, mas, no Brasil, a situação é extremamente preocupante. Temos o envelhecimento mais rápido do mundo, mas não conseguimos eliminar as doenças infecciosas e a população tem sofrido uma sobrecarga de moléstias.
Dessa forma, o mesmo país que conseguiu elevar sua expectativa de vida a um patamar europeu viu, em 2007, a ocorrência de 559.954 casos de dengue em seu território. Ao mesmo tempo, o Instituto Nacional de Câncer estima que, neste ano, sejam diagnosticados 466.730 novos casos da doença. O câncer de próstata é o que mais atinge os homens. Foram 49 mil novos casos. O mesmo número de mulheres foi diagnosticado com tumores malignos de mama. Ambos são cânceres evitáveis com exames preventivos. E, ao contrário do que se possa imaginar, no Brasil, câncer e doença de coração não são doenças de ricos.
– As pessoas estão vivendo mais e, por conta disso, estão mais vulneráveis a doenças de populações mais velhas, como o câncer ou os infartos – afirma Medronho. – O problema é que não temos um programa efetivo de atenção à saúde que controle as doenças infecciosas e promova a saúde para que as pessoas possam ter hábitos mais saudáveis. Gasta-se muito com assistência a saúde para curar doenças que poderiam ser evitadas.

Moléstias tropicais
Enquanto as doenças de primeiro mundo avançam, moléstias tropicais tidas como controladas em território nacional reaparecem e se alastram por regiões antes livres dessas epidemias. É o caso, por exemplo, da leishmaniose, endêmica nas regiões Norte e Nordeste, que por conta das migrações hoje se alastra pelo Sudeste e Centro-Oeste. Ou da Doença de Chagas, vista como uma das poucas vitórias do Brasil na área das doenças tropicais, mas que volta a ameaçar o país.
Especialista no combate à moléstia, o infectologista Marcelo Simão Ferreira, da Universidade Federal de Uberlândia (MG), conta que há pelo menos três anos não há transmissão da Doença de Chagas pela picada de seu vetor, o barbeiro. Por conta de uma campanha intensiva de combate ao inseto e pela melhoria nas condições gerais de habitação do brasileiro, a forma urbana do barbeiro praticamente deixou de existir no Brasil, mesmo que em países vizinhos, como a Argentina e o Uruguai, continue a ser considerado um grave problema de saúde pública.
– Praticamente não existem mais as tais casas de pau a pique, que eram verdadeiros criatórios do barbeiro nas cidades, e isso foi fundamental no controle da doença – diz Ferreira. – O problema agora é a transmissão oral, por ingestão de alimentos processados acidentalmente junto com o barbeiro silvestre.
É o caso do caldo de cana vendido à beira das estradas, que já provocou surtos na Paraíba e em Santa Catarina. Ou do açaí, processado próximo à mata. É uma faceta nova da doença que está aparecendo no Brasil.

Doenças negligenciadas
Ausentes entre as populações de países desenvolvidos, de maior poder aquisitivo, as mazelas tropicais não despertam o interesse dos grandes laboratórios farmacêuticos em desenvolver vacinas preventivas. Constitui-se o que, no jargão dos pesquisadores, são conhecidas como doenças negligenciadas. Mesmo nos países onde tais moléstias sangram os sistemas de Saúde e de Previdência Social – como o Brasil – o volume de pesquisa na área é considerado insuficiente por especialistas.
– Por atingir pobres e ricos, a dengue chama mais atenção, mas mesmo assim a pesquisa médica ainda não achou uma cura para o vírus. O tratamento é paliativo – observa o epidemiologista Ivo Castelo Branco. – Se o equivalente a 10% do que foi investido na pesquisa da Aids fosse aplicado no desenvolvimento de uma vacina contra a dengue, já teriam encontrado uma solução, uma vacina – concorda Medronho.
Para o professor de epidemiologia da Universidade de Brasília (UnB), José Ricardo Marins, a população carente do país é quem mais sofre com as doenças negligenciadas porque elas são, na maioria das vezes, fruto da falta de saneamento, de moradias dignas, de informação e de alimentação adequada.

– É pouco condizente que um país com o nível de desenvolvimento econômico do Brasil ainda apresente quase 80 mil novos casos de tuberculose por ano – afirma Marins. – Durante duas décadas os programas de tratamento de tuberculose sofreram uma forte desorganização. Eles só foram retomados a partir de 2003, mas as quase quatro mil mortes anuais ainda são inaceitáveis. É uma questão de vergonha nacional. Exportamos aviões para o Canadá, temos pólos de informática pelo país inteiro, mas ainda temos pessoas que pegam malária oito vezes na vida.
Fonte: Jornal do Brasil

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Projeto Tietê reduziu mancha de poluição em 120 km

Por Paulo Henrique Andrade, do Governo de SP




Prestes a ter concluída sua segunda etapa, o Projeto Tietê, da Secretaria Estadual de Saneamento e Energia – iniciado em 1992 – deve reduzir a mancha de poluição ao longo do rio em mais 40 quilômetros. O empreendimento acaba de receber prêmio da União Pan-americana de Associações de Engenheiros (Upadi), por sua contribuição à defesa do meio ambiente. A premiação foi concedida durante o 31º Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental, realizado em outubro, no Chile. Porém, apesar dos avanços e do reconhecimento internacional, quem transita pela região metropolitana da capital ainda não consegue ver um rio mais limpo.

Segundo Carlos Eduardo Carrela, superintendente de Gestão de Projetos Especiais, da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), isso é difícil de se perceber, e até mesmo de se chegar a uma melhora efetiva na qualidade da água na Grande São Paulo, por algumas razões. Uma delas é que, nessa região, próxima da nascente, o Tietê tem vazão lenta. Soma-se a isso o fato de receber a carga poluidora de cerca de 20 milhões de habitantes.

Outra razão é que o Projeto Tietê tem como foco a coleta e tratamento do esgoto doméstico e industrial gerado na Grande São Paulo. Não abarca, por exemplo, a sujeira proveniente das ruas, lixões, favelas ou moradias sem ligação de esgoto que, por meio das chuvas, continua a desaguar no rio. E, mesmo em termos de esgoto doméstico, ainda é grande o número de residências com ligações clandestinas, que lançam os dejetos no rio. Há, também, municípios da Região Metropolitana de São Paulo onde o esgoto, sem tratamento, continua a ser despejado no Rio Tietê.

Universalização – No interior do Estado de São Paulo, ao contrário, o recuo da poluição já pode ser percebido, de acordo com Carlos Eduardo Carrela da Sabesp. A presença de peixes em locais onde havia desaparecido é um indicativo. Antes do início do projeto, a mancha de poluição no Rio Tietê chegava até a cidade de Anhembi, a cerca de 240 quilômetros de São Paulo. No final da primeira etapa, diminuiu cerca de 120 quilômetros. E, agora, deve reduzir mais 40 quilômetros.

“Mesmo que se colete e trate 100% do esgoto da Grande São Paulo, ainda teremos uma característica de rio morto nessa região”, observa o superintendente. Isso em razão dessa outra carga de poluição (das ruas, lixões, entre outras), da pequena vazão do rio e do lançamento de detritos por parte de outros municípios. “Mas essa poluição deverá diminuir”, garante o superintendente.

O Rio Tietê limpo, despoluído, será uma conseqüência do Projeto Tietê, de acordo com Carrela. “A meta da Sabesp é a universalização do saneamento”, enfatiza. Para isso é necessário captar todo o esgoto, tratá-lo, antes de devolvê-lo ao rio. Isso significa servir toda a Grande São Paulo de rede de esgotos, não deixando que cheguem aos rios.

No início da segunda etapa, o índice de coleta de esgoto ficava em cerca de 70%. O objetivo dessa fase do projeto era ampliar a rede coletora, encaminhando o esgoto para tratamento. Hoje, esse índice beira 84%, dos quais 70% são tratados.

Na terceira etapa, que deverá começar no ano que vem e finalizar em 2015, além da ampliação da coleta e do tratamento, vai-se investir em sistemas isolados, notadamente em Franco da Rocha, Caieiras e Francisco Morato (municípios não abrangidos pelas estações de tratamento existentes na Grande São Paulo). A idéia com isso é ampliar o anel periférico da Região Metropolitana de São Paulo.

A proposta é, também, aumentar a coleta em municípios que estão na abrangência dessas cinco Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs), como Cotia, Jandira e Barueri (região oeste) e Itaquaquecetuba e Suzano (região leste). Duas das atuais ETEs (Barueri e Parque Novo Mundo) serão ainda ampliadas, numa primeira etapa, e a do ABC, futuramente. A intenção é atingir 90% da coleta de esgoto até 2019, tratando 80% dele.

Carga poluidora – No final da segunda etapa, a Região Metropolitana de São Paulo contará com 290 mil ligações domiciliares que permitirão coletar e tratar o esgoto de mais de 1,2 milhão de pessoas. Estima-se que cerca de 5,1 mil litros por segundo serão encaminhados às ETEs, reduzindo com isso a carga poluidora do manancial da Represa Billings.

O planejamento da terceira etapa ocorre há um ano e meio, juntamente com as negociações com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que financia 70% do projeto – o restante é contrapartida da Sabesp. Os recursos necessários para essa fase são de US$ 800 milhões.



(Envolverde/Imprensa Oficial)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Estudo apresenta propostas para preservar aqüíferos Guarani e Serra Geral

Poluição vem ameaçando o conjunto, que tem um dos maiores reservatórios de água do planeta


A Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (Fapesc) apresentou na última sexta-feira o resultado da segunda etapa do projeto Rede Guarani-Serra Geral ao secretário nacional de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Vicente Andreu. Os responsáveis pela pesquisa sugerem propostas para a preservação dos manancias de águas dos aqüíferos Guarani e Serra Geral.

A pesquisa contém a análise da qualidade da água e identificação dos terrenos contaminados. O estudo traz propostas de educação ambiental, intervenção na agricultura e sugestões a serem adotadas pelos agricultores para evitar a contaminação do solo.

Desde de 2005, lembra o pesquisador da Fapesc Valdeci Israel, estudiosos buscam, por intermédio do projeto, soluções para reduzir o comprometimento das águas subterrâneas na região. Cerca de R$ 6 milhões foram investidos na aquisição de equipamentos e modernização das universidades que desenvolvem a pesquisa.

Segundo Valdeci Israel, dentro de seis meses o projeto pretende estender as pesquisas a outras áreas de Santa Catarina, como a região oeste, a mais contaminada do Estado.

– Nosso objetivo é gerar conhecimentos técnicos e científicos para a proteção e uso sustentável das águas subterrâneas no Estado.

Os estudos sobre os aqüíferos Guarani e Serra Geral, no Planalto Serrano de Santa Catarina, têm como objetivo produzir, coletar e sistematizar informações sobre o aqüífero e disseminar na sociedade e nas comunidades locais a caracterização do ambiente e avaliações dos possíveis impactos ambientais.

A rede aqüífera Guarani-Serra Geral tem um dos maiores reservatórios de água do planeta, mas vem sendo constantemente ameaçada pela poluição dos recursos hídricos e pela infiltração de dejetos de suínos, aves e produtos químicos usados na agricultura. Instituições de ensino e pesquisa e órgãos dos governo federal e estadual buscam soluções para reduzir o comprometimento das águas subterrâneas na região.



AGÊNCIA BRASIL

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Escudeiro do subsolo

Pesquisadores da UFPR criam novo produto para impermeabilizar solos e evitar contaminação

Um dos maiores problemas que envolvem a construção de aterros sanitários é o risco de contaminação do solo, em especial das reservas de água subterrâneas. Para evitar esse tipo de acidente, normalmente se recobre a área com solo compactado e sobre ela se estende uma manta plástica de alta densidade (geomembrana).

O processo, bastante caro, deverá ser substituído daqui a alguns anos por outro mais eficiente e mais barato. É esse o objetivo do engenheiro civil Eduardo Dell’ Avanzi, que lidera um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) na área de geotecnia. Para a realização do trabalho, a equipe conta com parcerias de outras universidades e empresas nacionais.

“Estamos desenvolvendo um método para fazer com que o solo seja capaz de repelir água, protegendo-o do principal agente contaminante: o chorume”, revela Dell’ Avanzi. O chorume, que agrega agentes patogênicos e toxinas, resulta da passagem de água por material orgânico em decomposição.

As pesquisas vêm sendo realizadas desde 2002, e até o momento a equipe já conseguiu controlar o processo de repelência em areia. Embora seja um material extremamente permeável, com a aplicação do novo método ela se torna capaz de sustentar uma coluna d’água de 9 cm. “Acreditamos que a indução da repelência de água em solos argilosos poderá torná-los capazes de sustentar colunas d'água ainda maiores”, adianta o engenheiro.

No momento a equipe vem trabalhando com aerossol de teflon (nome comercial do politetrafluoroetileno), que é borrifado sobre a camada de solo. Normalmente, durante um processo de infiltração, a água flui por pequenos canais (capilares), progredindo conforme a interação entre a tensão superficial do líquido e as partículas de solo.

“Induzindo os grãos a repelir água, graças ao uso de um material como o teflon, a tensão superficial do líquido atua em sentido inverso, dificultando a infiltração”, explica Dell’ Avanzi. Outro foco da pesquisa é o desenvolvimento de um agente indutor de repelência alternativo a partir de ácido húmico, um dos componentes do chorume. A previsão é de que esse novo produto (que deverá substituir o teflon) se torne comercialmente viável daqui a alguns anos.

Comparação
Entre areia e argila há uma grande diferença de comportamento no que diz respeito à maneira como as partículas se agregam. Por serem muito menores que grãos de areia e por serem carregadas eletricamente, as partículas de argila, no arranjo alcançado durante um processo de compactação, são influenciadas pela umidade do solo e pela presença de sais e outras substâncias iônicas.

“Por isso, a interação entre o agente repelente e as partículas de argila é mais complexa, envolvendo forças em escala microscópica“, diz o engenheiro da UFPR. Como é desejável que a cobertura de aterros seja eficiente durante muitos anos, deve-se avaliar o desempenho, a longo prazo, do solo repelente quando submetido a sucessivos ciclos de umedecimento e secagem.

Outro aspecto relacionado com aterros sanitários é a geração de gases pela decomposição de matéria orgânica. Seu aproveitamento já é feito há muito tempo por meio de biodigestores, que confinam o lixo e, graças a um processo de fermentação anaeróbica, liberam gás metano. Mas isso é realizado em pequena escala. A equipe está desenvolvendo métodos mais eficientes para o aproveitamento desse resíduo. O gás metano – um dos causadores do efeito estufa – tem elevado potencial energético, e seu adequado aproveitamento na geração de energia limpa poderá ser convertido em créditos de carbono para o Brasil.


Guilherme de Souza
Especial para Ciência Hoje/PR

Tratamento de esgotos mais barato

Sistema associa organismos aeróbios e anaeróbios para eliminar resíduos

Uma nova técnica promete reduzir os custos do tratamento de esgostos nas grandes cidades. Desenvolvido por pesquisadores da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o sistema elimina resíduos orgânicos combinando a ação de organismos aeróbios e anaeróbios (que precisam ou não do oxigênio para viver). Os dois processos de tratamento já existem. O aeróbio é o mais utilizado, embora seja mais caro, por consumir mais energia. A vantagem da nova técnica é a associação de ambos, que barateia o processo.


Bactérias anaeróbias são cultivadas no reator de manta de lodo



Quando um esgoto é lançado diretamente no leito de um rio, há uma "disputa" pelo material orgânico entre as bactérias. "As aeróbias sempre vencem essa briga quando ainda há presença de oxigênio na água. Quando acaba esse elemento e o rio já é considerado ‘morto’, imperam os organismos anaeróbios", explica a engenheira Carmela Braga, uma das responsáveis pelo projeto.

Na primeira etapa do processo, são eliminados cerca de 70% dos resíduos. O esgoto é decantado e circula por um reator em que são cultivadas bactérias anaeróbias que se alimentam dos elementos orgânicos presentes nos rejeitos. Esse aparelho foi projetado especialmente para a pesquisa, e reproduz um ambiente sem oxigênio, com uma manta de lodo em seu interior. Do material digerido pelas bactérias, uma parte volta a circular no reator, e a outra, em estado mineral, é descartada. "Esse descarte pode ser usado como adubo, mas só para a cultura de árvores, pois não há eliminação de agentes causadores de doenças", afirma Carmela.

No passo seguinte, entram em ação as bactérias aeróbias. O reator é aberto para que entre o oxigênio, inserido por um sistema de ar comprimido. 20% dos resíduos do esgoto são eliminados nessa etapa, fazendo com que, ao final de todo o processo, a água devolvida ao ambiente tenha um grau de purificação de cerca de 90% - a mesma percentagem obtida nos tratamentos usuais.

Ainda não existem projetos para a construção de estações de esgoto com esse sistema. "Em Belo Horizonte, ainda estão sendo construídas estações primárias de esgoto, onde são tirados os resíduos chamados grosseiros. Só depois, poderá ser instalado o novo sistema, que é secundário", ressalta Carmela.


Pedro Lent
Ciência Hoje On-line

Tratamento de água sustentável

Método desenvolvido pelo Ipen trata efluentes industriais com resíduos de carvão de termelétricas

Uma forma de tratar a água de processos industriais com cinzas de carvão provenientes de usinas termelétricas foi desenvolvida por uma pesquisadora do Centro de Química e Meio Ambiente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). As cinzas passam por um tratamento para se transformar em material adsorvente, capaz de reter os metais tóxicos dos efluentes poluídos. O novo método de despoluição foi testado com sucesso em laboratório e já existem esforços para que a substância absorvente seja produzida e usada em escala industrial.

“O método tem duas vantagens: a primeira é que o material usado, por ser um resíduo, é de baixo custo; a segunda é que, além de tratar a água, ele torna-se uma alternativa para a reciclagem dos resíduos gerados em usinas termelétricas”, explica a responsável pela pesquisa, a química Denise Alves Fungaro, que recebeu da Unesco em junho o Prêmio Internacional da Água e da Ciência. A cinza de carvão usada pela pesquisadora provém da Usina Termelétrica de Figueira (Paraná), que, devido à sua localização, pode contaminar mananciais de águas subterrâneas, como o Aqüífero Guarani. Segundo Fungaro, geralmente cerca de 30% dos resíduos produzidos por usinas são reaproveitados nas indústrias de cimento e fertilizantes e o restante é descartado no ambiente. “Por isso, é importante ampliar a utilização das cinzas de carvão, conferindo valor agregado ao resíduo.”

Para conseguir reter os poluentes, as cinzas de carvão precisam ser expostas a altas temperaturas em um meio de alto pH (tratamento hidrotérmico alcalino). Após esse processo, a cinza se transforma em material zeolítico, que apresenta características adsorventes essenciais para o tratamento de efluentes. “Ele pode ser considerado uma mistura de cinzas de carvão e zeólita (mineral formado de sílica e alumina encontrado na natureza)”, explica. Esse material é capaz de eliminar da água principalmente os íons metálicos tóxicos (como zinco, cádmio, chumbo, cobre, magnésio, ferro, manganês, bário, alumínio, mercúrio, telúrio, césio, estrôncio, cromo e níquel), mas também é eficaz para reter algumas substâncias orgânicas, amônia e corantes.

Há duas maneiras de utilizar o material zeolítico para tratar a água: a primeira é colocá-lo em contato com o efluente e agitar a mistura; a segunda é instalar uma espécie de filtro feito com o composto onde o efluente vai passar. “Já testamos o método no tratamento de efluentes de indústrias de galvanoplastia – contaminados com altos níveis de íons metálicos –, de indústrias têxteis – contaminados com corantes – e da própria Usina Termelétrica de Figueira – constituídos por uma água ácida extremamente tóxica”, diz. “Nossa idéia é estabelecer a produção de material zeolítico em escala industrial para tratar os efluentes líquidos gerados na própria termelétrica.”

A química acrescenta que a eficiência do tratamento depende do grau de contaminação da água. “Se a concentração de poluentes não for muito alta, o efluente apresentará, após o tratamento com o material zeolítico, um nível de poluição dentro dos limites permitidos para descarte em corpos d’água pela legislação brasileira.” Segundo Fungaro, as indústrias já realizam outros tipos de tratamento, porque não é permitido descartar a água contaminada no ambiente. “Mas a substituição do método usado atualmente pela zeólita de cinzas de carvão representará uma diminuição de custos”, completa.


Franciane Lovati
Ciência Hoje On-line

sábado, 1 de novembro de 2008

Gerenciamento adequado de água nas usinas sucroalcooleiras permite economia dos recursos minerais e energéticos e até renda extra.

Cynthia Luz


A maior preocupação da humanidade no momento é alimentar e matar a sede da população mundial. Depois dessas primeiras necessidades, são discutidas as diferentes formas de desenvolvimento, a necessidade de preservação dos recursos naturais, o efeito estufa e as diversas formas de energia. Com isso, os biocombustíveis têm sido a bola da vez nas discussões econômicas que ocorrem pelo planeta e o etanol brasileiro vem ganhando cada vez mais destaque. Uma das razões é o fato de ser um recurso renovável; outra é a característica de usar áreas menores para a produção de sua matéria-prima, a cana, em relação à demanda do etanol produzido a partir de milho.

Por outro lado, o álcool de cana também já atraiu projetos de grandes petroquímicas, que querem produzir, a partir dele, etileno para a indústria química, como mostram projetos e/ou intenções já anunciados por Dow e Braskem, por exemplo.

Com isso, o setor vem recebendo investimentos dos grandes grupos, que se preparam para oferecer ao mercado o álcool necessário para movimentar a economia. E, no rastro do ramo energético, o setor de tratamento e águas e efluentes ganha destaque, contribuindo com o processo industrial com o tratamento de água destinada às caldeiras, e dos efluentes, permitindo seu reúso. Mas agora vai mais longe e oferece soluções para a produção de água a partir da cana, contribuindo ainda mais para a sustentabilidade do setor.

Novas usinas
Um exemplo desse crescimento está na cidade de Brejo Alegre, localizada na região de Araçatuba, no interior de São Paulo, que vai sediar o novo empreendimento do Grupo Equipav, a Usina Biopav, a ser inaugurado ainda neste semestre, com capacidade de processar 5 milhões de toneladas de cana por ano. Resultado de investimentos de R$ 500 mil, a Biopav é apenas um dos três empreendimentos que o grupo deve terminar até 2011 e que incluem ainda as unidades de Chapadão do Sul (MS) e Chapadão do Céu (GO), que devem receber investimentos de mais R$ 1 bilhão.

“A Biopav, expansão do Grupo Equipav, é um marco por contar com a maior caldeira de co-geração de energia do segmento e a Fluid conseguiu vencer a concorrência para fazer o tratamento de água dessa caldeira”, comemora o diretor-geral da Fluid Brasil, José Eduardo Rocha.

Para a Fluid, esse negócio com a Biopav é muito importante por se tratar de um dos cinco maiores grupos do segmento de açúcar e álcool no Brasil e um forte formador de opinião. “Isso vai alavancar ainda mais nossos negócios nessa área”, considera Rocha, lembrando que a empresa está presente também em outros grandes grupos, como o Santelisa Vale, Zilor, Colorado e Bellodi.

A Estação de Tratamento de Água (ETA), baseada na tecnologia de troca iônica que a Fluid vai administrar, tem capacidade de tratar 750 mil litros de água por hora e vai alimentar a maior caldeira até então instalada em usinas desse segmento. “Até sete anos atrás era inimaginável alguma coisa no segmento desse tamanho. Mas a cada ano os recordes vêm sendo batidos, embalados pelos negócios de biocombustível”, conta Rocha.

Anteriormente a esse projeto, neste mesmo ano a Fluid fechou contrato, em parceria com a Dow, para o fornecimento dos sistemas de tratamento de água para as caldeiras de alta pressão da Santelisa Vale, que adotou os sistemas de ultrafiltração e osmose reversa.

O contrato prevê a instalação de duas unidades de ultrafiltração de 100 m³/h, duas unidades de osmose reversa de 60 m³/h e também dois leitos mistos polidores de 120 m³/h, em cada uma das usinas do Grupo Santa Elisa Vale, nas cidades de Itumbiara (GO), Ituiutaba (MG), Campina Verde (MG) e Platina (GO).

Além disso, Rocha lembra que recentemente esteve na China, participando de evento na área de biocombustíveis, que teve como um dos destaques o etanol brasileiro. O convite para a viagem partiu da Dow, que, em parceria com a Crystalsev, vai instalar uma usina de etanol para produção de etileno para a indústria química.

Produção de água
Outra empresa que vem investindo em soluções para o setor sucroalcooleiro é a Dedini Indústrias de Base, que recentemente anunciou projetos de usinas auto-suficientes no consumo de água e também unidades produtoras de água. A redução do consumo de água nas usinas é uma preocupação antiga da Dedini, por se tratar de um recurso natural importante com oferta limitada. Segundo dados do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), há cerca de 20 anos, as usinas utilizavam 10 mil litros de água por tonelada e hoje são 1,8 mil litros pela mesma quantidade de cana.

O vice-presidente de tecnologia e desenvolvimento da Dedini, José Luiz Oliverio, disse que a empresa, preocupada com projetos ambientalmente sustentáveis, lançou duas soluções inéditas no mercado. “Já temos condições de fornecer usinas auto-suficientes em água, ou seja, que não demandam abastecimento externo. Em um segundo passo, com a adoção de medidas adicionais que minimizam o consumo de água e melhoram a recuperação de energia, e a adoção do sistema de concentração da vinhaça por evaporação, conseguimos recuperar a água da cana e transformar a usina canavieira de consumidora para exportadora de água. Dessa forma, a água poderá ser mais um produto obtido da cana-de-açúcar.” Isso é possível, já que a cana-de-açúcar possui 70% de água em sua composição.

A grande evolução do setor é a otimização dessa tecnologia, fazendo com que a usina produza mais água do que vai utilizar e assim tenha condições de comercializar esse excedente. “Com uma concentração maior da vinhaça (cerca de 65%) conseguimos produzir, também através do processo de evaporação e condensação desse vapor, água doce que pode ter uso doméstico e industrial (não potável) ou para irrigação”, diz Oliverio.

Esse processo produz cerca de 300 litros de água por tonelada de cana, o que significa, numa usina de capacidade para processar 12 mil toneladas de cana por dia, produzir um excedente de 3,6 milhões de litros de água por dia. A Dedini irá disponibilizar essa tecnologia ao mercado já no próximo ano.

Efluentes
A Mizumo, por sua vez, está trabalhando para demonstrar os benefícios que as estações compactas de tratamento de efluentes podem trazer para empresas de grande porte, como as usinas de açúcar e álcool. Para a empresa, as energias renováveis estão no centro das discussões mundiais e, com isso, destaca-se a atuação do setor sucroalcooleiro nacional, que tem crescido muito no Brasil nos últimos anos e deve se expandir ainda mais. "Nosso objetivo é reforçar os diferenciais de nossos produtos às empresas de um setor produtivo no qual já temos mais de 30 clientes", afirma o gestor de unidades de negócios da companhia, Giovani Toledo.

Um exemplo é o Grupo Zilor, que instalou em duas de suas três unidades seis sistemas de tratamento de esgoto sanitário. Outras usinas também estão entre os clientes da Mizumo nesse segmento, como o Grupo Cosan, que possui sistemas instalados nas unidades Usina da Barra e Destivale; e o Grupo Santelisa Vale, com estações de tratamento de esgoto desenvolvidas pela empresa em cinco de suas unidades.


Fonte: Revista H2O

Brasil consolida posição entre os líderes mundiais na reciclagem de PET

Crescimento da destinação adequada de embalagens foi de 19% em 2007 .
Os resultados do 4.º Censo da Reciclagem de PET no Brasil, divulgados no dia 23 de outubro de 2008 (quinta-feira), pela Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), mostram que a destinação adequada das embalagens de PET no País teve um crescimento de 19,1% em 2007, na comparação com o ano anterior. O levantamento feito pela empresa Noûs Consulting, para a Abipet, registra que 231 mil toneladas do produto foram recicladas, acima das 194 mil toneladas de 2006.

A quantidade de PET que teve a destinação correta em 2007 corresponde a 53,5% das 432 mil toneladas de novas embalagens consumidas. Os números reforçam a posição de liderança do Brasil no setor, entre as nações que não dispõem de sistemas eficazes de coleta seletiva. No ano passado, por exemplo, os índices de reciclagem do México e da Europa foram, respectivamente, de 15% e 40%.

Recicladores continuarão investindo - Os números da pesquisa feita pela Abipet também demonstram que a indústria da reciclagem de PET constitui um setor consolidado e em expansão. A grande maioria das recicladoras ouvidas está concentrada em empresas com mais de cinco anos de atuação, capazes de processar entre 100 e 500 toneladas por mês.

Dessas empresas, 74% disseram que o mercado de reciclagem de PET melhorou ou permaneceu estável em 2007. Esse fato levou 64% das entrevistadas a afirmar que continuarão investindo na ampliação de suas unidades, apesar do Brasil já contar com capacidade instalada total de 269 mil toneladas anuais, acima das 231 mil toneladas recicladas no ano passado.

“Os números indicam que o caminho natural do PET é a reciclagem. Mas ainda faltam políticas públicas consistentes que promovam a coleta seletiva do lixo nas cidades”, afirma o presidente da Abipet, Alfredo Sette. O executivo lembra que, apesar do crescimento da reciclagem nos últimos 14 anos, o setor é capaz de reciclar um volume 30% superior ao atual, sem a necessidade de qualquer investimento.

“Isso mostra que a indústria está pronta para absorver eventuais aumentos superiores aos que foram verificados até o momento. Ao contrário do que pode parecer, existe falta de PET para ser reciclado no mercado”, conclui o executivo.

Debates continuarão ao longo do dia - A divulgação dos novos números da reciclagem de PET foi feita durante o Seminário 4.º Censo da Reciclagem de PET no Brasil, promovido pela Abipet, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O evento, que continuará durante toda esta quinta-feira (23/10), conta com a presença de empresários, especialistas e autoridades ligados à s áreas de embalagens, meio ambiente e gestão de resíduos sólidos urbanos.

O objetivo do seminário é analisar a situação atual da destinação final dos resíduos sólidos como um todo – e especialmente das embalagens de PET – , contribuindo para a criação de uma política efetiva de coleta seletiva do lixo urbano e de uma logística de fluxo reverso para as embalagens pós-consumo.

Pela manhã, o evento também contou com a palestra do gerente de Embalagens Sustentáveis da Coca-Cola Company, Karel Wendl, que apresentou as conclusões de um estudo de análise do ciclo de vida de embalagens para refrigerantes, realizado nos Estados Unidos. Além dele, José Valverde, assessor do deputado federal, Arnaldo Jardim, falou da elaboração da Política Nacional de Resíduos Sólidos, cujo projeto está em análise no Congresso Nacional. As palestras foram concluídas com a participação do gerente da Coca-Cola, Karel Wendl.

Coleta seletiva será abordada à tarde - No período da tarde, a Abipet promoverá um debate entre o público presente e especialistas, para discutir o tema “Coleta e Reciclagem de Materiais: Caminhos para o Fluxo Reverso”. Simultaneamente, um painel exclusivo para especialistas convidados discutirá a viabilização, no Brasil, de estudos para Análises do Ciclo de Vida de produto.

“Queremos oferecer informações ao público e ouvir sugestões para que possamos aperfeiçoar o debate sobre a destinação correta dos resíduos sólidos urbanos. Com a participação de técnicos e autoridades diretamente envolvidos com o assunto, teremos condições de quebrar alguns tabus e corrigir entendimentos que julgamos equivocados”, afirma Alfredo Sette, presidente da Abipet.

A intenção dos organizadores é que o evento gere um documento com informações e sugestões sobre coleta e destinação do lixo urbano. Posteriormente, o material será encaminhado pela Abipet aos responsáveis pela elaboração da Política Nacional de Resíduos Sólidos e pela definição de programas estaduais e municipais nas áreas de limpeza urbana e meio ambiente.

O seminário 4.º Censo da Reciclagem de PET no Brasil tem o patrocínio da Alya, Amcor PET Packaging, Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes (Abir), Brasken, , Engepack e Gruppo Mossi & Ghisolfi.

Reciclagem - O PET reciclado é utilizado principalmente pela indústria têxtil, que consome aproximadamente 40% do material para a fabricação de fios e fibras de poliéster. Com a matéria-prima resultante da reciclagem de duas garrafas de dois litros, por exemplo, é possível fazer uma camiseta. Mas o produto também é utilizado na fabricação de outros materiais, tais como cordas, vassouras, tubos e até novas embalagens, entre vários outros.

Atuação histórica pela reciclagem - Por meio das ações de conscientização que realiza junto aos consumidores, catadores e recicladores, a Abipet contribuiu para que a reciclagem do material crescesse 14 vezes no período de 1994 a 2007. O índice é muito superior ao aumento do uso de embalagens novas, para todos os fins, que no mesmo período cresceu quatro vezes.

Além de eliminar o descarte indiscriminado, a reciclagem da embalagem de PET, em comparação com a garrafa de material virgem , implica na economia de 97% de energia e 86% de água.

Mercado: consumo de pet cresceu quatro vezes desde 1994 - A resina PET é consumida em mais de 80 países com diferentes níveis sócio-econômicos. Sua produção ocorre em nações como Estados Unidos, Índia, China, Argentina, México, membros da União Européia, dentre outros, inclusive no Brasil, onde está instalada uma das maiores e mais modernas unidades, com capacidade anual de 450 mil toneladas.

No ano passado, o Brasil consumiu 432 mil toneladas de novas embalagens, que representam um crescimento de 14,3% sobre as 378 mil toneladas de 2006. Este é o principal mercado da matéria-prima no País, principalmente garrafas de refrigerantes, que atualmente respondem por 63,3% da demanda pelo produto.

Embora a utilização da resina tenha registrado um crescimento de quatro vezes no período de 1994 a 2007, o País ocupa apenas a 48.ª colocação no ranking mundial, com o consumo per capita de 1,6 quilos por habitante. Como exemplo para comparação, o Uruguai consome 9,4 kg/hab do produto e os Estados Unidos, 7,7 kg/hab.

No comércio com os outros países, o Brasil exportou, em 2007, 60,1 mil toneladas de resina e pré-forma de PET. Em contrapartida, importou 187 mil toneladas desses produtos.

O faturamento total da indústria no ano passado, no Brasil, englobando toda a cadeia produtiva (resina, pré-forma, garrafas e frascos) foi de R$ 2,19 bilhões, o que representa um crescimento de 5,6% sobre os R$ R$ 2,07 bilhões de 2006. Além disso, o mercado de resina reciclada teve um faturamento de R$ 1,08 bilhão, 10,1% acima dos R$ 980 milhões de 2006.

Atualmente, o mercado de PET, considerando a reciclagem, gera 6,1 mil empregos diretos. O número é ainda maior quando são incluídos os empregos indiretos: 24,6 mil vagas.

Na área de embalagem de alimentos, além das garrafas de refrigerante, onde o PET tem participação de 80%, a resina também tem forte presença nos segmentos de isotônicos (100%), água (90%, fora garrafões), vinagre (95%) e óleo de cozinha (80%).

O que é PET: Resina 100% reciclável tem inúmeras aplicações: A resina PET – Poli (Tereftalato de Etileno) – é um poliéster e foi desenvolvida por químicos ingleses no final da Segunda Guerra Mundial, para a produção de fibras têxteis. Em função de suas características, a partir da década de 1970 passou ser utilizada também para a fabricação de embalagens.

Nesse segmento, além de ser 100% reciclável, a resina confere uma série de propriedades à s embalagens, que as diferenciam das demais alternativas existentes no mercado: . Barreira a gases e produtos químicos: perfeitamente adequada ao envase dos mais diferentes produtos, de líquidos carbonatados, como refrigerantes, a cosméticos | . Total transparência e brilho: permite ao consumidor ter clara visão do produto que vai consumir | . Inquebrável e segura: principalmente para crianças, por não gerar cacos cortantes

. Acondicionamento de maiores volumes de produto: barateia o custo final do produto (o valor pago pelo consumidor por uma lata de alumínio contendo 350 ml de refrigerante é, proporcionalmente, seis vezes maior do que o custo de uma garrafa de PET de 2 litros) | . Tampa rosqueada: favorece a manutenção da qualidade do produto envasado para consumo posterior | . Descartabilidade: evita os problemas para a saúde pública que seriam decorrentes da sua re-utilização.

No Brasil, o PET chegou apenas em 1990. A leveza da embalagem, a facilidade de manuseio e as vantagens em relação à logística de distribuição – em função do baixo peso e do fato de não precisar de retorno – proporcionaram uma forte redução nos custos de produção, o que facilitou a disseminação de pequenas empresas na área de refrigerantes, águas e sucos. Esse fenômeno levou a uma democratização do consumo desses itens, permitindo que mais pessoas tivessem acesso aos produtos.

A maior utilização do PET, depois da produção de garrafas, é na indústria têxtil. O PET é usado ainda como plástico de engenharia, na produção de peças de precisão. Produz-se filmes de PET para embalagens e chapas para box de banheiros, back-lights, prateleiras de geladeiras e outros.

Perfil: atuação em defesa do setor - Fundada em 1995, a Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet) é uma entidade sem fins lucrativos que reúne a cadeia produtiva do setor de PET do Brasil. A Associação é a maior representante do segmento em toda a América Latina e congrega fabricantes da resina, transformadores, sopradores e recicladores de todo o mercado brasileiro.

Com o histórico de dedicação para a implantação e desenvolvimento da reciclagem de PET no Brasil, a Abipet contribui de maneira efetiva para que o País ocupe a liderança da reciclagem do material, entre os países que não dispõem de sistemas eficazes de coleta seletiva.

A atuação da Associação está voltada para ações que incentivem e destaquem a importância da preservação do meio ambiente por meio da reciclagem do PET. Nesse sentido, lidera campanhas educativas e ações que estimulem e divulguem a importância da coleta seletiva e da reciclagem das embalagens, atividade que está em expansão no Brasil.

A Abipet acredita que ações integradas entre a população, empresas e órgãos públicos são positivas para que o Resíduo Sólido Urbano tenha destinação correta.

A entidade defende a difusão de informações sobre os produtos reciclados, com a ajuda de políticas públicas efetivas. Essa ação estimula a coleta e alimenta o excelente trabalho já realizado pelas cooperativas de catadores e recicladores. A reciclagem também constitui uma atividade economicamente viável que gera empregos e renda para milhares de brasileiros.

Fonte: ASSEMAE

Aterros sanitários de pequeno porte terão licenciamento ambiental simplificado

Por Daniela Mendes, do MMA




Os aterros sanitários com capacidade para receber até 20 toneladas por dia de resíduos sólidos urbanos terão seu licenciamento ambiental simplificado. Nesta quinta-feira (30), em reunião extraordinária, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) aprovou a proposta de resolução que dispensa o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) dessas áreas. "Essa resolução vai facilitar a vida de muitos municípios. Cerca de 80% a 90% do número de municípios brasileiros é de pequeno porte", disse o ministro Carlos Minc.

Segundo ele, a decisão é um grande passo para acabar com o lixão nos municípios brasileiros. "O lixão agride o lençol freático, o corpo hídrico, o solo, as pessoas, contamina crianças, contamina animais, o mais importante é acabar com eles", defendeu Minc.

Ele afirmou ainda que o Ministério do Meio Ambiente tem uma política de apoio a aterros consorciados e estimula a transformação do gás metano emitido pelos aterros em energia renovável. "Essa vai ser uma política obrigatória. Não vai haver mais financiamento para aterros sanitários que não capturarem o gás metano gerado pelo lixo para convertê-lo em energia", afirmou.

O texto aprovado define os critérios e as diretrizes necessárias para viabilizar a correta destinação dos resíduos urbanos em aterros sanitários. O município interessado em implementar um aterro terá de seguir algumas exigências, como construir vias de acesso ao local com boas condições de tráfego ao longo de todo o ano, respeitar as distâncias mínimas estabelecidas na legislação ambiental e normas técnicas relativas a aglomerados populacionais e usar áreas que garantam a implantação de empreendimentos com vida útil superior a 15 anos.

Flávia Mourão, representante da Associação Nacional de Órgãos Estaduais de Meio Ambiente (Anamma-Sudeste), também concorda que a medida beneficiará muitos municípios pequenos que hoje precisam recorrer a lixões para depositar os resíduos. "Com os aterros, os municípios vão ter melhores condições ambientais e de saúde, já que eles têm um preparo do terreno, o lixo é compactado e misturado com terra, coisa que não acontece com os lixões", disse.



(Envolverde/MMA)