terça-feira, 22 de novembro de 2011

Sergipe possui o 2º melhor percentual de domicílios com saneamento adequado do Nordeste.

Observatório de Sergipe divulga estudo que, com base no Censo 2010, aponta Sergipe com percentual de domicilios em situação adequada de saneamento acima da média do Nordeste. Em relação aos municípios, Aracaju e Carmópolis aparecem à frente.

Os dados do IBGE foram divulgados no último dia 16 e trazem informações sobre infraestrutura de acesso à rede de fornecimento de água potável, de esgotamento sanitário e de coleta de lixo, constituindo um indíce de adequabilidade do tipo de saneamento, buscando garantir um melhor dimesionamento das condições de saneamento básico dos domicílios brasileiros.

No estudo, foram consideradas as seguintes condições: domicílio com sanemento adequado (é aquele com escoadouro ligado à rede geral ou a fossa séptica, servido por rede geral de abastecimento e com destino do lixo coletado diretamente ou indiretamente pelos serviços de limpeza); domicílio com saneamento semiadequado (possui acesso adequado à, pelo menos, um dos serviços de abastecimento de água, esgoto ou lixo) e domicilio com saneamento inadequado (aquele não conectados à rede geral de abastecimento de água, ao esgotamento sanitário e nem tinham acesso à coleta de lixo).

Nordeste

Para a região Nordeste, foi constatado que 40,02% dos domicílios particulares permanentes estão com bons índices de adequabilidade ao saneamento. Em relação aos estados que compõem o Nordeste, observou-se que Bahia (47,69%), Sergipe (47,47%), Pernambuco (47,35%) apresentam os melhores desempenhos em relação à adequação de saneamento que, acompanhados de Paraíba (45,56%) e Rio Grande do Norte (41,97%), tem percentuais acima da média para o Nordeste.

Já entre os domicílios particulares permanentes com índices de inadequação quanto ao saneamento, Sergipe aparece com o segundo menor percentual nordestino, 9,43%. O estado do Rio Grande no Norte (7,93%) lidera e Pernambuco (12,07%) aparece em terceiro.

“Apesar de haver ainda uma disparidade entre os estados do Sudeste e Sul em relação ao restante do país, Sergipe chama a atenção por apresentar bons percentuais para o índice de adequabilidade, como também um baixo percentual de inadequabilidade”, afirmou Walter Uchôa, Coordenador do Observatório de Sergipe.

Municípios sergipanos

Tratando a condição de saneamento em visões municipais/territoriais, constata-se que, apesar de cinco dos dez municípios com maiores índices de adequação de saneamento do estado se localizarem no território da Grande Aracaju, os municípios de Carmópolis (81,59%), Propriá (71,39%), Telha (65,23%) e Tobias Barreto (60,46%) aparecem entre os cinco primeiros em percentual de adequabilidade.

“Se cruzarmos esses dados com as políticas públicas na área de urbanização e saneamento adotados nos últimos anos, privilegiando a interiorização dessas políticas, provavelmente perceberemos um processo de causa-efeito”, afirmou Oliveira Júnior, secretário de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Analisando as informações espacialmente, nota-se uma concentração dos melhores índices de adequação na porção oeste, nos territórios do Alto Sertão, Agreste Central e Centro Sul, além do território Grande Aracaju.

Quanto à condição “semiadequado”, os municípios do Baixo São Francisco e Leste Sergipano apresentam maior concentração, onde se verifica maiores índices na porção Nordeste, envolvendo os territórios Médio Sertão, Baixo São Francisco e Leste, evidenciando uma zona homogênea composta por todos os municípios do Médio Sertão e pelos municípios de Nossa Senhora das Dores (80,76%), Capela (75,55%), Japaratuba (79,90%), Japoatã (76,98%), Brejo Grande (80,50%), Neópolis (68,04%), Nossa Senhora de Lourdes (81,06%), Amparo de São Francisco (66,86%) e Pirambu (73,99%).

Já para a situação “inadequado”, a zona mais homogênea com altos percentuais envolve os territórios Centro Sul e Sul, sendo composta pelos municípios de Cristinápolis (26,14%), Tomar do Geru (42,89%), Indiaroba (23,61%), Umbaúba (18%), Riachão do Dantas (42,62%) e Simão Dias (28,38%), Salgado (36,82%) e Santa Luzia do Itanhy (32,35%).

O Baixo São Francisco também demonstra um comportamento semelhante em sua porção mais litorânea, com Pacatuba (50,12%) apresentando o maior percentual de inadequablidade.

“Os estudos e pesquisas estão servindo de base para direcionar as políticas públicas estaduais. Exemplo disso é que para área de saneamento, os estudos prévios elaborados pelo Observatório de Sergipe em cima dos dados do Censo 2010 já evidenciavam a situação de Pacatuba, e em consequência disso, o governador, ao assinar convênio para saneamento básico de municípios sergipanos via Codevasf, inseriu esse município que terá 100% dos domicílios com saneamento básico”, completou Oliveira Júnior.

O estudo completo sobre as condições de saneamento em Sergipe está disponível no portal do Observatório de Sergipe


Fonte:Agência Sergipe de Notícias

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Brasil produzirá combustível a partir de lodo de esgoto

Por Patrícia Patriota.

O Brasil vai importar da Alemanha um processo de fabricação de combustível limpo –sem emissão de gases do efeito estufa– que usa esgoto como matéria-prima.

O processo transforma os gases gerados na decomposição do lodo do esgoto em biometano, um tipo de GNV renovável, diferente do derivado de petróleo.

O sistema será implantado em uma estação de tratamento da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo) em Franca (a 400 km da capital) e deve começar a operar em março, ainda em caráter experimental.

O novo combustível já é usado em frotas organizacionais (públicas e privadas) na Europa há uma década. Mas, por aqui, passará por testes.

Orçado em R$ 6 milhões, o projeto é desenvolvido em parceria com a fundação Fraunhofer. A Alemanha repassará R$ 5,1 milhões e a Sabesp bancará R$ 900 mil.

O superintendente de inovação tecnológica da Sabesp, Américo de Oliveira Sampaio, diz que a planta a ser instalada em Franca produzirá 1.900 m³ de biometano por dia.

Cada m3 do gás equivale a um litro de gasolina e, por isso, o volume diário previsto para a unidade corresponde a 10% de todo combustível utilizado hoje pelos 5.057 veículos que compõem a frota da Sabesp no Estado.

“Essa produção inicial pode reduzir a emissão de CO2 em até 16 toneladas por ano”, afirmou Sampaio.

Inicialmente, porém, o novo combustível será usado em 49 carros da companhia.

Se a experiência der certo, o biometano pode ser adotado em toda a frota da Sabesp.

MAIS TESTES

Antes, serão necessários três anos de estudos sobre a viabilidade e a logística para distribuição no Estado.

Apesar de produzido a partir do lodo de esgoto, o biometano não tem o cheiro ruim típico do esgoto.

Isso porque o processo de fabricação filtra o H2S (sulfeto de hidrogênio), responsável pelo odor de ovo podre e capaz de corroer o motor.

Também são retirados do gás os siloxanos, substâncias que formam crostas que podem entupir pequenas tubulações da máquina.

Fonte:Ambiental Sustentável

Agrotóxicos são a segunda maior fonte de contaminação da água

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no último dia 19 de outubro, um estudo sobre o saneamento básico no país. Nele, um fato soa um tanto quanto curioso: constata que os resíduos de agrotóxicos são a segunda principal fonte de contaminação das águas brasileiras, atrás apenas do esgoto sanitário.

A análise apresenta ainda que, com 6,24%, os agrotóxicos ficaram a frente dos despejos industriais e da atividade mineradora como origens de contaminação. O uso indiscriminado dessas substâncias acaba afetando tanto a vida quanto a saúde da população.

A doutora Silvia Brandalise, presidente do Centro Boldrini, especializado em câncer infantil, localizado em Campinas e professora de Ciências Médicas da Unicamp, diz que por ser um composto derivado de benzeno, o agrotóxico é extremamente prejudicial à saúde, podendo disseminar o câncer. “O agrotóxico, a maior parte deles, tem como matéria-prima básica os derivados de benzeno. Os derivados de benzeno têm como ação importante a quebra de cromátides, que são elementos que compõem o cromossoma. Uma exposição aos derivados de benzeno ou à radiação, você consegue fazer uma mutação. Sendo assim, o câncer e outras doenças, que são mutações sucessivas, vão acontecendo na célula cronicamente exposta a esses produtos”, explica.

A utilização dos agrotóxicos em larga escala na agricultura chegou a tal ponto que é preciso parar com o despejo desses produtos, segundo a coordenadora do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), Rosany Bochner. “A verdade é que chegamos a um limite. Não tem mais como falarmos apenas em diminuir ou usar outro tipo. É preciso acabar com o uso. Acreditamos que é necessário até mudar a maneira de como o Brasil lida com a produção de alimentos. Seria uma revolução maior”, afirma a coordenadora.

Outro grande problema apontado por Rosany é a questão dos alimentos geneticamente modificados, pelo fato de utilizarem “muito agrotóxico para o seu cultivo, em especial a soja. Com isso, toda a soja carrega uma quantidade enorme de produtos químicos na sua composição. Sem contar que os produtores que não utilizam os transgênicos, mas possuem agricultores vizinhos que os produzem, acabam por ter suas plantações também contaminadas”, explica.

Ainda segundo a coordenadora, o Brasil se habituou a utilizar a monocultura como forma predominante nas plantações, o que força os agricultores a aplicar os agrotóxicos.

“O que é proposto por especialistas de produção é a agroecologia. Entretanto, esse conceito iria mexer em uma questão cultural, já que hoje você tem todo mundo comendo a mesma coisa o tempo todo. Não há mais a produção de uma fruta, por exemplo, em determinada época do ano, e sim, a produção dela o ano inteiro, por conta da manipulação”, acrescenta Rosany.

Saúde

Chamados pela indústria de “defensivos agrícolas”, o uso de pesticidas ainda podem provocar danos na medula, a ponto de um transplante se fazer necessário. “O defensivo agrícola é um veneno para o homem, pois ele altera o cromossomo da célula. Uma das ações que ele faz no ser humano é diminuir a produção dos glóbulos brancos. Com a queda de glóbulos brancos, a imunidade cai. Isso provoca uma aplasia de medula, quer dizer, a medula óssea não produz mais os elementos do sangue. Nesse cenário, que é uma destruição global da medula óssea, só o transplante de medula pode resolver”, relata Brandalise.

Diversos estudos já comprovaram que foi detectada uma quantidade significativa de agrotóxicos em águas da chuva. Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), existem teses que já provaram que essas toxinas foram encontradas no leite materno, o que prejudica na formação do bebê. Tanto para médicos, quanto para especialistas, a fiscalização das leis que regulamentam o uso dos agrotóxicos, e até a extinção deles, é essencial para que a saúde da população seja a prioridade na hora de se produzir um alimento.

Todavia, mesmo as legislações já vigentes que regulam a utilização desses produtos são pouco respeitadas pelo setor. “Existe legislação que proíbe a pulverização com veneno uma árvore que já tem frutos, por exemplo. Mas na prática se vê aviões pulverizando pés de banana, de laranja, etc., já com o fruto na árvore. Ou seja, a quantidade de derivado de benzeno que vai ficar nessa fruta é enorme”, salienta a doutora.

Além do fato de existirem diversos “produtos que estão com a quantidade muito maior de agrotóxico do que seria permitida pela Vigilância Sanitária. Nisso, os consumidores ingerem uma hortaliça ou uma verdura com um altíssimo teor”, enfatiza.

Intimidação

No entanto, apesar de já existirem diversos estudos que relacionam a contaminação da água por venenos agrícolas, Rosany destaca a dificuldade que há em associar causa e efeito nessa questão.

“O Sinitox registrava apenas intoxicações agudas. Contudo, com a contaminação da água, pode-se levar uma população a desenvolver uma desintoxicação que será crônica. O sistema de saúde não irá registrar essa intoxicação como causada pelos agrotóxicos, pois ao longo do tempo é que irão aparecer os problemas. Verificar esse nexo causal, provar que existe essa relação, é muito difícil”, explica.

“É nessa incerteza que as indústrias se beneficiam, porque quando se vai fazer qualquer tipo de denúncia, ela exige que tenha uma comprovação de nexo causal. Como ainda não se tem essa relação, essas empresas acabam entrando na justiça contra quem declarou qualquer coisa, intimidando as pessoas de fazerem qualquer tipo de declaração. E por essa pressão, as pessoas acabam não falando sobre o assunto”, conclui.

Por Leandro Carrasco, do MAB-Movimento dos Atingidos por Barragens.

Fonte: EcoDebate.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Baixo São Francisco caminha para criação de consórcio público para a gestão do lixo

Seis Câmeras de Vereadores do território do Baixo São Francisco entregaram na manhã desta quarta-feira, 9, à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) um Documento de Lei que autoriza os municípios a participar da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos por meio da Criação de Consórcio Público. A reunião entre prefeitos, secretários, vereadores e comunidade local, ocorreu na cidade de Propriá.
Com a criação do Consórcio Público para a Gestão do lixo, o cenário de lixões a céu aberto será varrido da história dos 28 municípios que compõe a região do São Francisco. Dos 18 prefeitos que assinaram o Protocolo de Intenções para Criação do Consórcio Público de Saneamento Básico, seis deles já entregaram documento de lei que autoriza o ingresso do município ao consórcio.
Mediante a própria Lei dos Consórcios de Saneamento Básico, a constituição do consórcio poderá ser efetiva com um terço do total dos municípios comprometidos via protocolo de intenções com a sua criação. Sendo assim, o consórcio do Baixo São Francisco já poderia ser criado na data de hoje. Mas houve um entendimento no sentido de esperar mais um tempo para que as outras Câmaras Municipais entreguem a autorização para que o seu município possa integrar o consórcio.
Até o momento, estão aptos à constituição de consórcio público, com aval das Câmaras Municipais, os municípios de Canhoba, Itabi, Gararú, Neópolis, Pirambú e Nossa Senhora de Lourdes.
Equipamentos
Na reunião, o superintendente de Qualidade Ambiental da Semarh, Lício Valério, que representou o secretário Genival Nunes, explicou que o Baixo São Francisco, composto por 28 municípios, irá receber os seguintes equipamentos de gestão de Resíduos Sólidos: oito(08) aterros sanitários de pequeno porte; duas(2) centrais de resíduos; seis(6) aterros de demolição e construção; oito (8) unidades de triagem, 28 Pontos de Entrega Voluntária(PEV) e o encerramento de todos os lixões. No total a região do Baixo São Francisco tem 28 lixões a céu aberto.
Revelou Lício que a operacionalização dos equipamentos tem projeção para 20 anos de funcionabilidade, em conformidade com a lei 12.305 da PNRS. Enfatizou sobre a importância e ganhos de uma prefeitura ser consorciada frente aos órgãos federais.
“O pedido de recursos de uma prefeitura para a compra de um trator, por exemplo, para ser utilizado na gestão do lixo do município, somente será acatado se esse município estiver consorciado”, explicou Lício, enfatizando que, todos os municípios brasileiros devem elaborar um plano local de Resíduos Sólidos até agosto 2012. Lembrou que a obrigatoriedade e o prazo são determinações da Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei 12.305/2010, que foi regulamentada no final de 2010 pelo Decreto 7.404/2010.
O texto da lei estabelece dois anos para os Municípios elaborem os planos e quatro anos para substituir os lixões por aterros sanitários. O prazo começou a contar a partir da publicação da lei no Diário Oficial da União, o que ocorreu dia 3 de agosto do ano passado.
Reconhecimento
Para o prefeito de Propriá, José Américo Lima, a lei nacional favoreceu a gestão do lixo de forma compartilhada. “A questão lixo só crescia, não só em Sergipe como em grande parte do Brasil. Não tínhamos como resolver sozinhos, município a município. Com a efetivação da política de resíduos sólidos, os problemas gerados pelo lixo tomaram novos rumos, amenizando a situação por longos anos, mediante criação de consórcio”, comenta o prefeito.
Ansioso pelo fato da consolidação do consórcio ainda não ter sido efetivada na data de hoje no Baixo São Francisco, o prefeito de Neópolis, Marcelo Guedes Souza, convidou aos prefeitos presentes, estes com lei municipal já em mãos, a cobrarem maior celeridade por parte das demais prefeituras comprometidas com a criação do consórcio. “Não há mais tempo. O processo de gestão do lixo é lei e a alternativa mais viável é sem dúvida a gestão compartilhada por meio da criação do consórcio. É necessário o empenho de todos nós para fecharmos consórcio com a união maior municípios”, exclamou Marcelo.
Feliz com a criação do consórcio e conseqüentemente com a implantação de aterros sanitários, o secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Itabi, Aldo Mota de Santana, revela o motivo do seu entusiasmo. “Iremos sair de uma vala, que já funciona há seis anos em substituição ao lixão, para uma estrutura bem mais gerida e funcional que é o aterro sanitário. O empenho de todos é fundamental para por fim aos lixões do Baixo São Francisco”, frisou.
Dezembro
No dia 07 de Dezembro, os 28 prefeitos do Baixo São Francisco irão se reunir para formalizar a criação do Consórcio Público da região. Na ocasião, será feita eleição da mesa diretora do consórcio público e em seguida, posse da diretoria. As quatro cadeiras, formada por presidente, vice-presidente, diretor administrativo e financeiro. Segundo Lei do Consórcio, elas deverão apenas ser preenchidas por prefeitos.
Consolidação
A correria da Semarh para a criação dos consórcios públicos no Estado é uma iniciativa providencial, pois a partir de 2014, de acordo com a nova lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) do Brasil, não será mais tolerado a nenhum município da Federação a utilização de lixões a céu aberto. A lei é clara quanto ao prazo, frisando responsabilidades aos municípios quanto ao cumprimento da política de resíduos sólidos, a exemplo do papel do município junto à população no incentivo da Coleta Seletiva.
Na perspectiva de que todos os territórios recebam o apoio do Governo do Estado nesse processo, a Semarh tem se esmerado quanto à criação dos consórcios públicos. Até o momento já foram criados dois consórcios públicos de Saneamento Básico no Estado, o do Agreste Central, formado por 20 municípios, e o do território Sul e Centro Sul Sergipano, consórcio criado por 16 prefeituras.

Fonte:FAXAJU

Cohidro investe em atividades de racionalização do uso de agrotóxicos.

Atenta aos riscos dos agrotóxicos para a saúde do homem do campo e do consumidor final, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural (Seagri), tem realizado, ao longo dos últimos anos, um intensivo trabalho de orientação e assistência entre os produtores dos perímetros irrigados para a racionalização do uso do defensivo agrícola. Quatro anos depois de irrigar esta ideia, a Cohidro já colhe resultados otimistas.
O ´Projeto de Racionalização do Uso de Agrotóxicos´ teve início com a formalização de uma equipe técnica composta por engenheiros agrônomos. Eles são responsáveis por desenvolver as ações educativas nos perímetros. Capitaneado pela gerente de Desenvolvimento Agropecuário da Cohidro, Sônia Loureiro, o projeto segue como uma das prioridades da atual gestão. Paralelamente a ele, é realizado um trabalho voltado para o estímulo à produção orgânica, ou seja, sem o uso de agrotóxicos.
“As ações da Cohidro tiveram início após um acordo firmado com o Ministério Público Federal em Sergipe e demais órgãos parceiros, no ano de 2004. Desde então, foram desenvolvidas atividades de conscientização sobre o uso do defensivo agrícola. Realizamos diversas reuniões de sensibilização, capacitações de técnicos e produtores, dias de campo, palestras educativas em escolas municipais, formação de Organizações de Controle Social, confecção de quatro mil cartilhas explicativas, e em 2011 fizemos a implantação do sistema PAIS em nossos perímetros, uma importante tecnologia social que estimula a produção livre de agrotóxicos”, pontua Loureiro.
Além das ações citadas, a Cohidro implantou unidades demonstrativas para divulgar o uso correto da substância no cultivo de hortaliças, realizou cursos para 105 aplicadores de agrotóxicos sobre os cuidados na aplicação, e promoveu testes de sangue que revelam o nível de contaminação dos trabalhadores rurais por substancias tóxicas.
Para garantir um destino correto aos vasilhames de agrotóxicos, a companhia estimula o descarte dos recipientes na Central de Recebimento de Embalagens Vazias, mantida pela Associação de Revendedores de Defensivos Agrícolas de Sergipe (Ardase) na cidade de Ribeirópolis. Essas embalagens, que não devem ser reutilizadas após o consumo do produto, são coletadas pela Cohidro nos lotes dos agricultores e encaminhadas à Central. De lá, após o processamento, seguem para São Paulo, onde são recicladas.
Dentre todas as ações, ganha destaque o fortalecimento da emissão de receituários agronômicos, necessários para a compra legal do produto em lojas especializadas. Até maio deste ano foram disponibilizadas cerca de 1.600 receitas para os agricultores dos seis perímetros. Além de promover a legalidade da compra, os receituários possibilitam calcular estatísticas com as informações contidas neles.
“Os técnicos da Cohidro participaram de uma capacitação em parceria com o Crea/SE sobre aplicação da receita agronômica. No documento, preenchido por um engenheiro agrônomo ou técnico agrícola, consta qual praga ou doença está afetando a plantação, qual o produto indicado para fazer o controle e a dosagem correta. Das três vias, uma permanece com a Cohidro, outra com o produtor e uma terceira com a loja. Essa ação é importante pois coíbe a venda ilegal do produto, o uso indiscriminado do agrotóxico, e nos permite colher dados precisos sobre os problemas que afetam as lavouras”, afirma João Quintiliano, diretor de Irrigacao e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro. O diretor ressalta, ainda, que os técnicos procuram indicar produtos de classes toxicológicas mais fracas, mas que sejam eficazes no combate às pragas e doenças.
Para o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, as ações da companhia e demais órgãos engajados nessa mesma causa tem levado à diminuição do uso indiscriminado de agrotóxico e ao fortalecimento da produção orgânica no Estado de Sergipe.
“É possível notar que os agricultores estão mais conscientes quanto aos perigos dessas substâncias. Quando existe uma praga ou doença na plantação, ao invés de agir por conta própria, eles procuram os técnicos da Cohidro, que indicam o melhor tratamento e emitem o receituário para a compra do agrotóxico adequado, se for o caso. É também notável o crescimento da produção orgânica nos perímetros. O trabalho é de formiguinha, já que pretende uma mudança de comportamento e pensamento, mas temos conseguido bons resultados e continuamos otimistas”, declara Bodano.
Incentivo à agricultura orgânica
Delfino Batista do Nascimento, pequeno produtor rural do perímetro Piauí, em Lagarto, é exemplo do trabalho de incentivo à produção orgânica da Cohidro. Com o estímulo da companhia, há cerca de dois anos o agricultor destinou uma área de seu lote ao cultivo de alimentos sem agrotóxicos, e hoje se dedica ao plantio e à venda desses produtos em feiras populares e nas Feiras de Agricultura Familiar, promovidas pela Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides), em parceria com a Cohidro e demais órgãos.
Seu Delfino é bastante conhecido por aqueles que consomem este tipo de alimentação. Para ele, alimentos orgânicos são as melhores opções para se levar uma vida saudável. “Os produtos que o povo vê nos supermercados grandes e caros, são todos com veneno, causas de câncer por aí. Com esses alimentos orgânicos, a saúde do agricultor e de quem consome fica bem”, destaca o consciente produtor.

Fonte:FAXAJU

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

China investe bilhões de dolares para tornar potável a água do mar.

Poe Celina Nascentes.


Elevando-se sobre a costa do Mar de Bohai, na periferia da cidade homônima, a Usina de Energia e Dessalinização de Pequim é uma maravilha técnica que custou ao governo chinês 26 bilhões de yuans – o equivalente a cerca de 4 bilhões de dólares. Trata-se de um gerador de temperaturas ultraelevadas alimentado a carvão, com controles de poluição de última geração, combinados a avançados equipamentos israelenses, que utilizam o calor excedente para destilar água salgada e transformá-la em água doce. Embora a ideia possa ser a solução para a produção de água potável, a conta tem um pequeno problema: a água que passa pelo processo de dessalinização tem um custo de produção duas vezes maior que seu preço de venda.

Mesmo assim, o proprietário do complexo, um conglomerado estatal chamado SDIC, está trabalhando para quadruplicar a capacidade de dessalinização da usina, e torná-la a maior da China. “Alguém tem que perder dinheiro”, disse Guo Qigang, gerente geral da usina, em uma entrevista recente. “Somos uma empresa de propriedade do estado, e essa é nossa responsabilidade social”. Em alguns lugares, isso seria uma loucura econômica, mas, na China, a atitude é encarada como uma estratégia econômica.

Como fez com os painéis solares e aero geradores, o governo estabeleceu o objetivo de se tornar uma potência em mais uma nova indústria relacionada ao meio ambiente: abastecer o mundo com água doce. O projeto Beijiang, no sul de Pequim, irá fortalecer a perícia chinesa na dessalinização, afinar a economia, ajudar a construir uma estrutura industrial e, enquanto isso, diminuir a falta de água crônica em Tianjin.

Dessalinização - “Os fatores de política são mais importantes que os fatores econômicos”, disse Olivia Jensen, uma especialista em políticas hídricas chinesas e diretora da Infrastructure Economics, uma consultoria sediada em Cingapura. “Se o governo central diz que a dessalinização será uma área de foco, e que o dinheiro deve ir para a tecnologia de dessalinização, então isso irá acontecer”.

A China está rapidamente se tornando um dos maiores mercados mundiais em crescimento para a água dessalinizada. A meta mais recente é quadruplicar a produção até 2020, dos atuais 680.000 metros cúbicos diários para pelo menos 3 milhões de metros cúbicos, equivalentes à produção de quase uma dúzia de outras usinas de 200 toneladas diárias, como a que está sendo expandida em Pequim.

Espera-se que o mais recente plano de cinco anos da China para o setor ordene o estabelecimento de uma indústria nacional de dessalinização, segundo Guo Yozhi, que lidera a Associação de Dessalinização da China. Institutos localizados em pelo menos seis cidades chinesas pesquisam avanços em membranas, a principal tecnologia presente nas técnicas de dessalinização mais sofisticadas e de melhor custo-benefício. A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, a mais alta agência estatal de planejamento chinesa, está rascunhando planos para fornecer tratamento preferencial para companhias nacionais que fabriquem equipamentos ou patenteiem tecnologias para dessalinização. Existem rumores sobre diminuição de impostos e empréstimos a juros baixos, para encorajar a produção nacional.

Em uma entrevista, Guo Yozhi definiu a atuação governamental na dessalinização como “simbólica”, dizendo que o investimento governamental direto em projetos para água salgada não excede 10% de seu custo. Em comparação, disse, grandes investimentos em água como o enorme Projeto de Desvio de Águas Sul-Norte, que irá desviar água do rio Yangtzé do sul para o norte, são completamente financiados pelo governo.

Investimento - Ainda assim, os planos do governo poderiam significar um investimento de até 200 bilhões de yuans, ou aproximadamente 31 bilhões de dólares, das companhias estatais, agências governamentais e parceiros privados. O complexo de dessalinização de Beijiang, construído pela SDIC por ordem da Comissão de Desenvolvimento e Reforma como um projeto-conceito, foi quase completamente desenvolvido em Israel, enviado para Tianjin e montado localmente. Em todo o país, menos de 60% dos equipamentos e tecnologias de dessalinização são nacionais.

A meta da China é aumentar esse número para 90% até 2020, disse Jennie Peng, analista e especialista na indústria da água, no escritório de Pequim da Frost & Sullivan, empresa de consultoria sediada em San Antonio.

Existem muitas razões para a China querer uma indústria de dessalinização local, sendo que a menor delas não é a água doce local. Espera-se que a demanda por água na China cresça 63% até 2030 – mais que em qualquer outro lugar do planeta, segundo a Asia Water Project, uma organização de informações de mercado.

O norte da China há muito tempo sofre com a falta de água, e cidades de rápido crescimento como Pequim e Tianjin voltaram-se para programas extensos de reciclagem e conservação, para atenderem às necessidades. Em Tianjin, considerada uma cidade-modelo para a conservação de água, 90% da água utilizada na indústria é reciclada, 60% do sistema de irrigação da agricultura utiliza tecnologias de economia de água, e 238 quilômetros de tubulações serpenteiam abaixo da cidade. Os apartamentos situados dentro de uma área de 26 quilômetros quadrados da cidade possuem duas torneiras, uma de água potável, e uma de água reciclada, adequada para outros usos.

A usina Beijiang, uma de duas usinas desse tipo, abastece diariamente uma periferia em crescimento com 10.000 toneladas de água dessalinizada, e tem planos de, algum dia, bombear 180.000 toneladas. Um segundo estabelecimento com capacidade de 100.000 toneladas abastece uma enorme usina de produção de etileno, fora da cidade. A instalação enfrentou alguns obstáculos. A água destilada e livre de minerais “raspa” a ferrugem das tubulações da cidade em seu caminho até as torneiras, o que torna a água marrom e, além disso, alguns residentes desconfiam da água, dizendo que sua pureza significa que lhe faltam nutrientes. A usina está atendendo a ambas as reclamações, adicionando minerais à água.

Mas, alguns dizem que saciar a sede da China pode ser um efeito colateral benéfico da tentativa de atingir metas maiores. O mercado global para a tecnologia de dessalinização irá mais que quadruplicar até 2020, chegando a aproximadamente US $50 bilhões anuais, predisse em setembro a companhia de pesquisas SBI Energy _ e o aumento da escassez de água em todo o mundo parece garantir o crescimento futuro.

Além disso, as cada vez mais sofisticadas tecnologias de membranas que filtram o sal da água do mar podem ser aplicadas ao tratamento de esgotos, controle de poluição, e inúmeros outros usos de alta tecnologia. Ultrapassada de longe pelos produtores de membranas estrangeiros, que comandam pelo menos 85% do mercado, a China agora está decidida a desenvolver suas próprias tecnologias avançadas. Alguns especialistas dizem que é aí que reside o maior interesse por parte do governo. “Mais que para uso local, a ideia é desenvolver uma indústria de membranas chinesa”, disse Jensen, a analista de Singapura. “Essa é fundamentalmente uma indústria de exportação, e não uma indústria criada para desenvolver uma China mais ecológica”. Quaisquer que sejam suas motivações, a China já está correndo em direção a seus alvos.

Da mesma maneira que as indústrias estrangeiras correram para a China para garantirem um lugar no florescente mercado da energia eólica do país, a lista de empresas estrangeiras que mergulharam na indústria de dessalinização chinesa é longa: Hyflux de Singapura, Toray do Japão, Befesa da Espanha, Brack de Israel e ERI dos Estados Unidos, entre outras.

E, assim como os estrangeiros mudaram suas pesquisas em energia solar e produção para a China, as companhias de dessalinização estão deixando a sede para trás. A companhia norueguesa Aqualyng é parceira do governo da cidade de Pequim na construção de uma usina de dessalinização em Tangshan, cidade costeira a aproximadamente 217 quilômetros a leste de Pequim, e está estudando a mudança de suas fábricas da Europa para a China.

A ERI, que é sediada em São Francisco e afirma possuir a mais avançada tecnologia da indústria da dessalinização, está mudando suas instalações de pesquisa para a China. A empresa considera também a mudança de suas fábricas para daqui a alguns anos.

A maioria das companhias estrangeiras que atuam em território chinês formou parcerias com empresas estatais, para receber ajuda na captação de negócios e por proteção política – é preciso lembrar que o estado de direito e a proteção à propriedade intelectual são instáveis no país.

O presidente do conselho de administração da Aqualyng, Bernt Osthus, disse que o governo de Pequim tem sido “o mais próximo possível do parceiro ideal”, com os noruegueses controlando a tecnologia e os chineses fornecendo o dinheiro e o know-how local. Ele acrescentou, no entanto, que a empresa estava considerando uma joint venture de pesquisa com um parceiro chinês. “Ao reduzirmos nossa participação nos equipamentos, formos uma parceria com uma estatal chinesa, e realocarmos nossa produção da Europa para a China, a tecnologia efetivamente se torna chinesa”, disse ele. “Eu ainda sou o dono. Eu ainda sou o dono do meu pedaço do bolo. Estou apenas aumentando o tamanho desse bolo”. E é um bolo muito grande.

“Há projetos de dessalinização em larga escala por toda a costa leste da China”, disse o CEO da ERI, Thomas S. Rooney Jr. “Nossa empresa possui a mais avançada tecnologia de toda a indústria de dessalinização. E uma das ótimas características chinesas é que eles gostam de adotar as tecnologias mais avançadas”.

“Você pode lutar contra eles ou juntar-se a eles, e nossa filosofia é de que a China provavelmente será o próximo grande mercado para a dessalinização”, ele acrescentou. “Prefiro desenvolver tecnologia para a China na China, seguindo uma abordagem mais aberta, do que ficar com jogos de segredinhos”.


Fonte:Ambiental Sustentável

China pretende reciclar 70% dos resíduos até 2015.

Em movimento para impedir os impactos ambientais, a China vai colocar em prática um sistema completo e avançado para reciclar 70% dos resíduos produzidos no país.

O sistema deve caracterizar uma rede completa de coleta de resíduos, com tecnologias avançadas, bom funcionamento, classificação e padrão de gestão. Os resíduos de produtos importantes incluem: metal, papel, plástico, vidro, pneus, carros e aparelhos eletrônicos.

"É extremamente urgente que se estabeleça um sistema. A ausência disto não só impede a reciclagem dos recursos, mas também representa uma ameaça iminente para o meio ambiente", divulgou a agência de notícias oficial do governo - Xinhua.

Para acelerar a construção do sistema, as diretrizes incentivam um amplo conjunto de investimentos em prol da iniciativa. Segundo a agência, as pequenas e médias empresas, bem como os trabalhadores de saneamento individuais, devem ser empregados para realizar o trabalho de coleta, acrescentando que as políticas favoráveis ​​em termos de financiamento e uso da terra também estarão disponíveis.

Além disso, a proposta inclui o "direito estendido" de produtores e vendedores para facilitar a reciclagem, sob o qual, conveniência e reciclagem eficientes devem ser levadas em consideração durante a concepção e fabricação de produtos.

No 12º Plano Quinquenal (2011-2015), a China prometeu construir uma economia circular através de um padrão de desenvolvimento sustentável, além de promover energia e conservação dos recursos e redução de emissões.

Em 2009, a China reciclou 140 milhões de toneladas de resíduos, resultando em 500 bilhões de yuans, aproximadamente R$ 137 bilhões, de acordo com um comunicado do Ministério do Comércio chinês.


Fonte: Exame.com

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Níveis de CO2 estão mais altos que cenário mais pessimista de cientistas

por Jéssica Lipinski, do CarbonoBrasil


Departamento de Energia dos Estados Unidos calcula que a emissão de CO2 chegou à maior quantidade já registrada e aponta que países do Protocolo de Quioto conseguiram cumprir suas metas, mas Estados Unidos, China e Índia somaram mais da metade do aumento.

Em 2010, após a crise financeira ocorrida em 2008 e 2009, o mundo começou a retomar seu desenvolvimento econômico, mas não foi só a economia que cresceu. Segundo o Departamento de Energia dos Estados Unidos, as emissões globais de dióxido de carbono subiram 6% no último ano, atingindo o mais alto nível já registrado.

De acordo com o Departamento, a liberação mundial de gases do efeito estufa (GEEs) aumentou em 564 milhões de toneladas (512 milhões de toneladas métricas) em relação à taxa de emissão de 2009.

“É um grande salto. Do ponto de vista das emissões, a crise financeira global parece ter acabado”, declarou Tom Boden, diretor do Departamento de Energia do Centro de Análise da Informação do Laboratório Nacional Oak Ridge dos Estados Unidos, à Associeted Press (AP).

“Quanto mais falamos sobre a necessidade de controlar as emissões, mais elas estão crescendo”, alertou John Reilly, co-diretor do Programa Conjunto de Ciência e Política de Mudança Global do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

Esse aumento nas emissões foi causado em grande parte pelos Estados Unidos, pela China e pela Índia, já que os países que assinaram o Protocolo de Quioto conseguiram reduzir sua liberação de carbono em 8% em relação aos níveis de 1990, diminuindo sua contribuição nas emissões mundiais de 60% em 1990 para menos de 50% atualmente.

Com esses dados, é possível perceber o quão alarmante é a situação, já que mesmo com a redução das emissões nos países do Protocolo, elas continuam a crescer. Para Granger Morgan, diretor de engenharia e do departamento de políticas públicas da Universidade de Carnegie Mellon, é “realmente desalentador. Estamos gerando um legado horrível para nossos filhos e netos”.

Esse nível de aumento já ultrapassou o pior cenário projetado por cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) em 2007, que previram que as temperaturas globais aumentariam entre 2,4 e 6,4 graus Celsius até o final do século, sendo a estimativa mais provável a de quatro graus Celsius. E com o crescimento desenfreado de países como a China e a Índia, esta condição só tende a piorar.

No entanto, segundo Reilly, esse crescimento tem seu lado positivo, pois vem permitindo que muitas pessoas melhorem suas condições de vida, porém é importante buscar alternativas menos impactantes ambientalmente para que essa melhora ocorra integralmente.

“A boa notícia é que essas economias estão crescendo rapidamente. Melhorias econômicas mais amplas em países pobres têm trazido melhorias de vida às pessoas. Mas fazer isso com dependência crescente no carvão está pondo o mundo em perigo”, alertou o codiretor.

Mas há indícios de que estes países estão tomando algumas atitudes, ainda que poucas, para contribuir para um desenvolvimento de baixo carbono. Nesta semana, por exemplo, a China decidiu banir as importações de lâmpadas incandescentes de 100 MW ou mais a partir de outubro de 2012, as de 60 MW a partir de 2014, e as de 15 MW a partir de 2016.

Essa eliminação ajudaria o país a economizar 48 milhões de kWh e a reduzir 48 milhões de toneladas anuais de carbono assim que todas as lâmpadas incandescentes fossem abolidas. Além de contribuir com a mitigação das emissões chinesas, o plano também auxiliaria na diminuição de emissões em outros países, já que das 3,85 bilhões de lâmpadas incandescentes que a China produziu em 2010, apenas 1,07 bilhões foram consumidas domesticamente.

Nos Estados Unidos, um plano semelhante será adotado a partir de 2012; na Europa, a abolição gradual das lâmpadas incandescentes vem acontecendo desde 2008. “Precisamos realmente incluir o mundo em desenvolvimento (na mitigação das emissões) porque se não o fizermos, o problema vai escapar de nosso controle. E o problema está muito perto de escapar de nosso controle”, refletiu Andrew Weaver, cientista climático da Universidade de Victoria.


Fonte:Envolverde/Carbono Brasil