segunda-feira, 26 de maio de 2008

Cenário Brasil - Saneamento

Fonte: Instituto Trata Brasil


Na última década, cerca de 700 mil internações hospitalares ao ano foram causadas por doenças relacionadas à falta ou inadequação de saneamento.

• Somente em 2005 foram mais de 900 mil pessoas internadas.

Fonte: Sistema de Informações Hospitalares (SIH) e Sistema Único de Saúde (SUS)

• Para cada um ponto percentual de aumento da cobertura de esgoto sanitário, a expectativa de vida aumenta 0,18 ano.

• Se o esgotamento sanitário atingisse os 80% da população em 2010, a expectativa de vida do brasileiro passaria de 68,6 anos em 2002, para 69,8 anos em 2010.

Fonte: A Construção do Desenvolvimento Sustentado FGV – SP para a União Nacional da Construção – agosto 2006

• 2.500 crianças menores de cinco anos morrem a cada ano por diarréia, doença que se prolifera em áreas sem saneamento básico. São 210 crianças por mês, sete por dia.

Fonte: Fundação Nacional da Saúde (Funasa)

• Cerca de 46 mil pessoas morreram de doenças infecciosas e parasitárias em 2004, o equivalente a 3.833 pessoas por mês, 126 por dia.

Fonte: Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde

• A esquistossomose atinge de 4 a 6 milhões de pessoas no Brasil.

Fonte: Carlos Graeff Teixeira, presidente da Sociedade Brasileira de Parasitologia.

• 65% das internações em hospitais de crianças com menos de 10 anos são provocadas por males originados da deficiência ou da inexistência de esgoto e água limpa.

Fonte: Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES)

• No Brasil, em 2004, o acesso à rede de esgoto era de 4% da população rural e 53% da população urbana.

Fonte: UNICEF

• Entre 1995 e 1997, 342 mil crianças brasileiras com menos de cinco anos morreram vítimas de doenças relacionadas à falta de higiene.

• Os gastos anuais do Sistema Único de Saúde (SUS) com o tratamento de doenças ligadas à falta de higiene chegam a 300 milhões de reais.

Fonte: Sistema Único de Saúde (SUS)

• Cerca de 80% do esgoto produzido no país não recebe nenhum tipo de tratamento e é despejado em lagos, rios, mares e mananciais.

Fonte: Associação Brasileira de Entidades do Meio Ambiente (Abema)

• Apenas 48% da população brasileira têm acesso à rede de coleta de esgoto, ou 89 milhões de pessoas atendidas – e há ainda 97 milhões sem acesso a esse serviço, levando em consideração a população em 2004, de 186 milhões de habitantes no Brasil.

• Cerca de 40 milhões de brasileiros (21,4% dos domicílios) ainda utilizam as obsoletas fossas sépticas.

• 34% da ausência de crianças de zero a seis anos em creches e salas de aula devem-se a doenças relacionas com a falta de saneamento.

Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2005.

• O tratamento do esgoto só é realizado em 31,5% dos lares em que há coleta.

Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), 2005.

• O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo Governo Federal no início de 2007, prevê gastos na ordem de R$ 40 bilhões na área de saneamento até 2010, o que viabilizaria os investimentos exigidos pela universalização do saneamento durante o período de sua implementação.

Fonte: Ronaldo Seroa da Motta; Saneamento, Renda, Saúde e Subsídios no Brasil;

• Para universalizar o saneamento no Brasil é necessário aplicar cerca de R$ 11 bilhões por ano até atingirmos um total de R$ 220 bilhões.

Fonte: FGV

• R$ 1 milhão investido em obras de esgoto sanitário gera 30 empregos diretos e 20 indiretos, além de empregos permanentes quando o sistema entre em operação.

• Com investimentos de 11 bilhões por ano, serão gerados 550 mil novos empregos.

• Os investimentos brasileiros em saneamento básico representam hoje apenas 0,22% do Produto Interno Bruto (PIB).

• Seria necessário aplicar 0,63% do PIB ao ano para que todos tivessem acesso ao tratamento e à coleta de esgoto no país.

Fonte: Ministério das Cidades

terça-feira, 20 de maio de 2008

Proposta quer simplificar construção de aterros

Por Redação MMA


Uma proposta aprovada na 25ª da Câmara Técnica de Saúde, Saneamento Ambiental e Gestão de Resíduos, ocorrida nos dias 15 3 16 de maio, deve alcançar cerca de 80% dos municípios brasileiros que atualmente têm população de até 30 mil habitantes. Trata-se da alteração da Resolução Conama 308/02 que tem por objetivo simplificar os procedimentos para o licenciamento ambiental de aterros sanitários de pequeno porte. A proposta aprovada definiu os critérios e as diretrizes necessárias para viabilizar a correta destinação de resíduos urbanos em aterros sanitários com capacidade de até 20 ton/dia, com a possibilidade de dispensa do EIA/RIMA.

A alteração da Resolução foi demandada pelos 26 órgãos estaduais de meio ambiente presentes nas discussões do Seminário sobre Licenciamento Ambiental de Destinação Final de Resíduos Sólidos, realizado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em dezembro de 2005 e vem sendo debatida nas discussões de diversas Comissões Tripartites Estaduais. É também do interesse das entidades municipais de meio ambiente e dos ministérios das Cidades e da Saúde (Funasa) e Integração Nacional (Codevasf) e entidades como Anamma (municipais) e Abema (estaduais).

De acordo com Marcos Bandini, gerente de Programas Ambientais Urbanos do MMA, o objetivo da proposta é o de atenuar a burocracia do licenciamento sem abrir mão da boa qualidade do projeto. Ele explicou que a construção de um aterro por um município de 30 mil habitantes, por exemplo, pode ser licenciado como empreendimento de pequeno porte, sem a necessidade do EIA/RIMA. O MMA vê a proposta com a expectativa de que a simplificação de procedimentos possa trazer mais agilidade e controle dos órgãos licenciadores, desta forma contribuindo para a implementação de alternativas técnicas viáveis para a destinação adequada de resíduos e a recuperação de lixões.

Após sua aprovação na Câmara de Saúde, Saneamento Ambiental e Gestão de Resíduos, a proposta vai ser encaminhada para a Câmara Técnica de Assuntos Jurídicos e em seguida vai a plenário.

Falta de saneamento está relacionada a política de exclusão social, diz pesquisador

Por Da Agência Brasil

Brasília - A falta de acesso a serviços de saneamento básico atinge principalmente a população mais pobre, de acordo com os dados da pesquisa Saúde e Saneamento, divulgada neste sábado (17), pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Para o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) José Ferris o fato está relacionado a uma política de exclusão social.“Isso é um reflexo de toda essa política de exclusão social, quer dizer, a população de baixa renda tem muito menos acesso a esses serviços e é muito mais penalizada por estar exposta a doenças originárias dessa falta de saneamento”, ressaltou o pesquisador.Os dados da pesquisa mostram que o acesso à rede de esgoto varia de um índice de 25,57% para as pessoas sem nenhum ano de instrução para 70,83% entre a população com 12 ou mais anos de estudo.Outro indicativo dessa desigualdade é que apenas 17,55% da população sem acesso a saneamento pleno possui plano de saúde privado, contra 35,48% do restante da população.José Ferris destacou que a falta de saneamento traz dois tipos de prejuízos: a perda financeira para o tratamento no sistema de saúde e a queda da produtividade devido ao afastamento de pessoas do trabalho em virtude de doenças adquiridas.A probabilidade de hospitalização, por exemplo, foi de 7,37% na população sem saneamento, enquanto a população com acesso à rede de esgoto teve uma chance de 6,62% de necessitar do mesmo tipo de tratamento, indicou o estudo da FGV.A falta de políticas públicas de saneamento básico é a principal razão para os problemas indicados pela pesquisa, na opinião de José Ferris. “Desde o final dos anos 80, quando o Planasa (Plano Nacional de Saneamento) foi extinto, o Brasil teve uma taxa de investimento muito pequena em saneamento e essa taxa só começou a se recuperar nos últimos anos, a partir de 2002”, explicou o pesquisador.Para ele, é importante a criação de mecanismos fiscais para estimular os investimentos das companhias de saneamento estaduais e também das concessionárias privadas e a definição de regras claras para o reajuste de preços dos serviços de saneamento.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Iceberg à vista

Mortalidade infantil, doenças e epidemias são os prejuízos visíveis da falta de saneamento.

Absenteísmo, atraso escolar, degradação ambiental, perda de atividade econômica, dentre outros, são os malefícios da precariedade do saneamento básico disseminados por toda a sociedade. Novo estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil em parceria com o Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas, nas áreas de Educação, Trabalho e Turismo, revela outras vertentes dos impactos da falta desse serviço público na qualidade de vida e no desenvolvimento da população brasileira. A pesquisa foi até os bairros e distritos de mais de vinte localidades dos Estados do Norte, Nordeste, Sudeste e Sul.Apesar de ter avançado no combate à desigualdade e à pobreza, passando a figurar no grupo de países com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) alto, ainda é preciso maior conscientização sobre os impactos sociais e econômicos da falta de saneamento, alerta Luis Fernando Felli, presidente do Trata Brasil, ONG criada no ano passado com o objetivo de mobilizar os diversos segmentos da sociedade para garantir a universalização do saneamento no país.De acordo com o estudo, o mesmo impacto que a expansão do saneamento básico pode provocar sobre a saúde das pessoas, e das crianças em particular, pode ser identificado no caso da educação quando se analisam os dados da permanência dos alunos nas escolas.O impacto sobre a educação População 0-17 anosSuplemento da Pnad de 2006, divulgado em 2008, apresenta informações complementares de educação que demonstram que o principal motivo de falta às aulas entre os estudantes de 0 a 17 anos é a doença (59%). Destes, 44,9% faltaram pelo menos um dia e 18,2% faltaram seis dias ou mais. Os índices de matrícula, também de 0 a 17 anos, atingem 75,8%. Essa baixa permanência na escola é ainda mais reduzida por motivos de saúde. A pesquisa utiliza o Índice de Permanência na Escola (IPE) proposto pelo Centro de Políticas Sociais da FGV para analisar como a falta de saneamento básico afeta o desempenho escolar. No cruzamento dos dados, os pesquisadores descobriram, logo de início, que o índice de matrícula para a população sem saneamento (0,7446) era, na amostra, menor que a da população servida de água e esgotamento sanitário (0,7955). O cálculo final, incorporadas as dimensões Índice de Presença e Desvio de Jornada, indica que a população até 17 anos sem saneamento apresenta um Índice de Permanência na Escola (IPE) significativamente menor (0,7169) que o das crianças e jovens que dispõem de saneamento (0,8404).A pesquisa detalha os resultados para diversas faixas etárias e níveis educacionais. A diferença de permanência global na escola favorável às crianças e jovens com saneamento é de 25,2% no total de pessoas de 0 a 17 anos de idade, 19,5% entre 7 e 14 anos, 22,3% para aqueles entre 15 a 17 anos, e 44,9% para aqueles entre 0 e 6 anos de idade. Os pesquisadores destacam que a faixa da primeira infância, mais atingida no índice de permanência na escola, é também a que abriga o maior número de vítimas das doenças provocadas pela falta de saneamento.O trabalho divulgado pelo Instituto Trata Brasil demonstra também que a adoção de uma estratégia de investimentos maciços em saneamento básico poderia ser vista como uma política de emprego de alto impacto.Investimentos maciços nessa área podem se tornar fonte geradora de emprego de alto impacto“É uma empreitada vantajosa”, observa o professor Marcelo Néri, coordenador da pesquisa. O estudo indica que esse tipo de estratégia tem baixo impacto negativo sobre a balança comercial e é importante na formação bruta de capital fixo, principalmente na atual conjuntura brasileira. Além disso, como são obras que podem ser exercidas em qualquer região do país e priorizam as áreas mais pobres, “atingem justamente regiões abundantes em mão-de-obra não qualificada, com altos níveis de desocupação e baixa oferta de saneamento”.A pesquisa trabalha com dados de emprego formal, em nível nacional, do Ministério do Trabalho e do Emprego, da Pnad e, nas seis principais regiões metropolitanas, da Pesquisa Mensal do Emprego. Na análise para os setores de saneamento e relacionados, verificou-se que o impacto total das atividades sobre a economia está entre os cinco primeiros, ficando abaixo apenas da agropecuária, agroindústria, administração pública e serviços privados. “Cada R$ 1 milhão investido em obras de esgoto sanitário gera 30 empregos diretos e 20 indiretos, além dos permanentes, quando o sistema entra em operação. Com o investimento de R$11 bilhões por ano, reivindicado pelo setor de saneamento, calcula-se que sejam gerados 550 mil novos empregos no mesmo período”, diz Felli, presidente do Instituto.Mas o trabalho ressalva que essa avaliação, baseada nos indicadores específicos do setor, não leva em consideração o contexto econômico mais amplo em que a atividade está inserida. Considerado o peso da cadeia produtiva da atividade, que envolve todo o macro-setor da construção, o impacto dos investimentos em saneameto básico se amplia. “O grande impacto de uma estratégia pró-saneamento não se dá na geração direta ou indireta do emprego, mas nos investimentos associados à atividade de abrir e tapar buracos das obras de infra-estrutura”, diz Néri. A participação dessa cadeia de produção é de 19% de todo o valor adicionado à economia, ao passo que a construção civil isolada participa com 6%.Outro setor beneficiado pelos investimentos em saneamento é o do turismo, revela o estudo da FGV. As condições ambientais são ativos fundamentais para o sucesso dessa atividade econômica. O investimento no turismo se reflete positivamente em várias vertentes, tais como o meio ambiente, a educação, o trabalho, a renda, a economia e a saúde das pessoas.Um turista – registra o estudo –, quando toma a decisão a respeito de um destino turístico, avalia a presença de diferentes capitais na localidade: humano, cultural, social, econômico, infra-estrutura e, no caso brasileiro, principalmente o natural (praias, paisagens, flora, fauna). “Alcança até o imaginário das pessoas,” ratifica Néri. “Qualquer um de nós se sente lesado ao ver uma praia poluída.”Mas, de acordo com o panorama construído a partir da Pnad, o acesso à rede geral de esgoto no país ainda se restringe às regiões metropolitanas litorâneas, ainda extremamente baixa em muitas regiões. O Estado de São Paulo é o que apresenta melhor infra-estrutura de saneamento em municípios e bairros turísticos.Os grandes centros urbanos que possuem as maiores taxas de saneamento estão localizados principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Entre as capitais nordestinas, cujo peso das atividades turísticas é significativo, Salvador é a única que apresenta razoável taxa de acesso (74,38%), três vezes maior que Natal (25,46%). Os demais destinos analisados apresentam baixas taxas. “O quadro é de precariedade”, alerta Marcelo Néri, coordenador da pesquisa, “e sinaliza a morte da natureza, que representa um dos principais ativos geradores de renda dos sítios turísticos”. Dos 20 municípios turísticos analisados pelo estudo, 17 declararam sofrer algum tipo de alteração das condições de vida por meio ambiente.Assim como acontece no Brasil como um todo, a presença de esgoto a céu aberto é a situação ambiental que mais afeta a população (em 13 municípios). Outras alterações apontadas são: ocupação desordenada do território (12 municípios), contaminação de rio, baía etc. (10 municípios), presença de doenças (9 municípios) e doenças endêmicas (8 municípios).

Mercado com liquidez

O Brasil está dando passos importantes em direção à universalização do fornecimento de água potável...

O Brasil está dando passos importantes em direção à universalização do fornecimento de água potável. Na área de coleta e tratamento de esgotos os desafios são maiores e as empresas estão se preparando para enfrentá-los. Antigas estatais, que tinham estruturas pesadas e de difícil manejo, hoje se tornam empresas ágeis e capazes de atuar dentro dos melhores princípios de governança e atendimento aos clientes. O mercado mudou. Hoje empresas privadas, municipais e estaduais estão trabalhando dentro de metas exigidas pela Agência Nacional de Águas e através de compromissos assumidos no âmbito das Nações Unidas e a metas exigidas pela lei 11.445, que regulamentou o setor. A regulação da atividade deu segurança para os investimentos e as empresas já trabalham com horizontes de médio e longo prazos.Este cenário em ebulição vai exigir cada vez mais das empresas e dos profissionais do setor. Fala-se em uma nova onda de aberturas de capital, em que empresas estrangeiras podem retornar ao Brasil, mas desta vez como sócias de empresas brasileiras. O setor movimenta volumes importantes de recursos, que atraem a atenção de muitos investidores.O setor também está tornando-se atrativo para profissionais. A expansão das atividades em todo o Brasil aumenta a demanda por engenheiros e técnicos em saneamento, atividades que são carentes em cursos e qualificação técnica. Ou seja, este é um mercado em expansão em todos os sentidos, na prestação de serviços, na estruturação empresarial e como mercado de trabalho.O saneamento básico é uma das atividades mais vigorosas na área de infra-estrutura no Brasil, e deverá continuar a crescer por muitos anos.

A sustentabilidade do pequeno

O avanço das tecnologias de tratamento de água e esgoto abre espaço para soluções autônomas.

A implantação de sistemas de tratamento de água e esgoto próprios é hoje uma alternativa viável para condomínios – inclusive de pequeno porte –, empresas e instituições que dependem de grande consumo desse recurso natural. As novas tecnologias permitem a construção de estações menores, com diversas vantagens, entre elas a economia e a segurança.O consumo de água está entre os maiores custos de um condomínio, perdendo apenas para os gastos com pessoal, de acordo com Livio Salles, diretor da Biossistemas, empresa especializada em tecnologia para tratamento de águas e efluentes líquidos industriais e urbanos.Através do leasing o cliente financia a implantação da ETA ou ETE por um prazo de 60 mesesUma estação própria de tratamento de água e esgoto pode reduzir esses custos em até 30%. “Para um condomínio de mil habitantes, por exemplo, o sistema de saneamento tem um custo estimado de R$ 150 mil, o que significa um investimento de aproximadamente R$ 75,00 por condômino, para a geração de uma economia por tempo indeterminado”, afirma Livio Salles.As novas ETEs e ETAs são compactas e ocupam uma área reduzida ou até subterrânea. Isso, segundo Salles, viabiliza sua instalação mesmo em condomínios que não disponham de grandes áreas. Além disso, “a obra valoriza visualmente o entorno, não produz odores ou ruídos e, com relação à operação e manutenção, é extremamente simples, segura e econômica”, garante Salles.As instalações valorizam visualmente o entorno e não produzem odores ou ruídos durante o funcionamentoA Biossistemas firmou uma parceria com o Bradesco para a abertura de linha de crédito para o financiamento desses projetos, na modalidade de leasing. De acordo com Livio Salles, diretor da Biossistemas, a empresa, que até agora não oferecia esse produto, espera abocanhar boa parte desse mercado nascente nos próximos anos.Ele explica que a rápida elevação das tarifas de saneamento e a crescente preocupação com a sustentabilidade dos re­­cursos naturais, ocor­rida nos últimos anos, fazem das estações de tratamento de água compactas um ótimo negócio. Elas são uma alternativa econômica e sustentável, capaz de suprir a falta ou a baixa potabilidade de água, em diversos locais, além de oferecerem uma solução importante para a proteção eficaz dos recursos hídricos.“Resolve uma ques­­­tão econômica e ambiental importante para as indústrias. Elas passam a ter uma estação própria para o tratamento, começam a reutilizar a água, e reduzem o consumo desse insumo em até 70%”, exemplifica Salles. O mesmo acontece no caso de condomínios residenciais e comerciais, que demandam um grande volume de água.Pela modalidade de leasing, a empresa ou condomínio pode financiar a implantação da ETA ou ETE por um prazo de 60 meses, com carência de até 12 meses e juros reduzidos. Ao término do contrato, a empresa ou condomínio torna-se proprietário da estação.Para Sérgio Pontremolez, vice-presidente da General Water, primeira concessionária particular de água do Brasil, as pequenas ETAs e ETEs vêm ganhando um papel cada vez mais importante no gerenciamento de recursos hídricos, especialmente em grandes metrópoles, como São Paulo, que sofrem com a disponibilidade de água. Ele destaca que não se trata de uma concorrência com as concessionárias públicas, que têm como prioridade o abastecimento público.A empresa atua com recursos próprios, desenvolvendo e implantando soluções completas de abastecimento de água para grandes consumidores – representados por empresas e empreendimentos de renome no cenário nacional e mundial.O sistema ajuda a elevar a disponibilidade hídrica nas grandes cidades com economia e segurança De acordo com Pontremolez, “no caso dos grandes consumidores privados, é possível usufruir de sistemas de abastecimento e gerenciamento seguros e econômicos, liberando as concessionárias públicas para o atendimento dos serviços essenciais e da população”, explica. Na avaliação de Pontremolez, “é preciso promover a reutilização da água, assim como o uso racional de fontes renováveis.Isso constitui uma importante ação contra o iminente cenário de escassez desenhado para o planeta”, completa.O setor privado também deve enfrentar esse desafio, observa o vice-presidente da General Water. “O objetivo da nossa empresa, ao implantar e gerenciar sistemas de abastecimento e tratamento de água baseados em padrões de excelência, é oferecer vantagens reais e expressivas para clientes exigentes, mas também preocupados com o meio ambiente”, explica ele.A General Water já implantou mais de 70 sistemas, com contratos de 10 a 15 anos, somente na Grande São Paulo. Mas há clientes que com oito anos já nos procuram para renovar o contrato. “No Shopping ABC, em Santo André, utilizamos um sistema canadense, com a instalação de uma estação ultracompacta na qual o esgoto é tratado e volta como água de reúso. Essa água tem uma coloração azul, para as pessoas não beberem.” Nesse caso, o shopping era freqüentado diariamente por 30 mil pessoas e descartava o esgoto no Rio Tamanduateí. Com o sistema implantado, diminuiu em 50% o lançamento além da economia de água potável. “Como no caso das concessionárias, nosso cliente consome e paga por metro cúbico, tanto no consumo quanto no reúso da água. A economia é grande, não apenas porque os preços são menores que os da operadora pública, mas também porque o cliente deixará de pagar a taxa de descarte de seu esgoto, que é tratado, produzindo água que volta para o sistema, para atividades específicas”, afirma ele.Os novos sistemas de tratamento de água e esgoto têm um forte apelo ambiental, são extremamente compactos e podem ser facilmente implantados em áreas reduzidas. Além disso, são eficientes na redução de DBO e não emanam odores. “Acreditamos que podemos fazer um trabalho em conjunto com as operadoras públicas, porque temos certeza de que esse novo mercado vai auxiliar a melhorar o quadro de estresse hídrico que estamos vivenciando”, conclui Sérgio Pontremolez. Estudo aperfeiçoa tratamento de esgotoSistema associa processo de ultrafiltração por membrana com o de lodo ativado
A tese de doutorado do professor Ricardo Nagamine Costanzi, defendida na Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP), ajudou o pesquisador a desenvolver um sistema piloto para tratamento de efluentes que associa o tratamento por lodos ativados a membranas de ultrafiltração, possibilitando maior segurança na produção de água para o reúso.A pesquisa foi realizada no Centro Internacional de Referência em Reúso de Água (Cirra) da USP e a idéia foi buscar alternativas para atender à demanda industrial paulistana por água limpa, e também amenizar o impacto ambiental do despejo de esgoto não-tratado nos rios.Atualmente, o tratamento do esgoto com lodos ativados (contém bactérias que consomem carbono, nitrogênio e fósforo, diminuindo as impurezas e o seu potencial de impacto nos recursos hídricos) é utilizado principalmente para lançar a água com um menor grau de poluição nos rios e córregos.A esse processo de tratamento utilizado pelas companhias de saneamento locais, o pesquisador adicionou mais uma etapa, que é a passagem da água por um sistema de membranas de ultrafiltração. “O sistema foi utilizado para tratar o esgoto bruto originado do conjunto residencial e do esgoto do restaurante universitário da USP. Esse esgoto possui características físico-químicas e biológicas similares ao esgoto doméstico”, explica ele.A seletividade das membranas permite a retenção dos sólidos suspensos (moléculas maiores que 0,45 µm), bem como bactérias. Permanecem na água apenas substâncias solúveis (moléculas menores) e vírus, tornando-a adequada a diversos processos industriais que não exigem a remoção dessas substâncias. Como o vírus pode ser eliminado por desinfecção simples, ela pode ser utilizada também na lavagem de ruas, irrigação e vasos sanitários. Ou seja, seria potencialmente utilizável em condomínios residenciais verticais e horizontais.

Esquenta a crise da água

Os problemas da água se multiplicam, de Darfur até a Europa oriental, alertam especialistas
A carência de água potável para mais de um bilhão de pessoas e de saneamento para mais de 2,5 bilhões constitui “uma devastadora crise humanitária”, de acordo com Anders Berntell, diretor-executivo do Instituto Internacional da Água, com sede em Estocolmo.“É uma crise de manejo, não da água propriamente dita, porque se deve à ausência crônica de fundos e à incompreensão de que é preciso saneamento e higiene em nível local”, disse Berntell. “Isto pode ser resolvido com a melhoria do gerenciamento, aumento dos recursos e sustentação dos esforços para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, como erradicar a pobreza extrema e a fome, e adequar a provisão de água e esgoto”, afirmou.Mas um estudo divulgado pela ONU às vésperas do Dia Mundial da Água, celebrado no dia 22 de março, afirma que a escassez não está confinada às nações pobres, e que também ameaça mais de cem milhões de europeus. Quase 40 meninos e meninas, a maioria da Europa oriental, morrem por dia vítimas de uma doença ligada à água: a diarréia. No leste europeu, quase 16% da população não tem água potável em casa, e nas zonas rurais mais da metade dos habitantes vive sem ela e sem saneamento.Berntell alertou que isso acontece “em um mundo que tem os meios financeiros e técnicos para pôr fim a esses dois escândalos. Temos de encontrar a forma de administrar os recursos hídricos, no que se refere à contaminação, e atender à demanda por alimentos de uma população que aumentará em mais de três bilhões de pessoas até 2050”, afirmou. “Também devemos dar resposta ao problema da água e do clima. Tudo pode ser muito mais desesperador e grave se não dermos os passos corretos”, acrescentou.O especialista considera importante distinguir entre dois fenômenos: a crise dos recursos hídricos – causada pela superexploração agrícola e industrial e pela contaminação – e os problemas de fornecimento de água e saneamento. Em uma declaração publicada no dia 19, a conservacionista União Mundial para a Natureza (UICN) advertiu que muitos rios de países em desenvolvimento e de potências emergentes sofrem uma contaminação próxima do colapso. “O rio Yangtzé, o mais longo da China, está envenenado por resíduos agrícolas e industriais”, disse a UICN.* O autor é correspondente da Inter Press Service (IPS) e escreve para o Jornal TerraAmérica, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e para o Desenvolvimento (Pnud)

A segurança começa na fonte

Novos métodos de gerenciamento, como o Plano de Segurança da Água, priorizam a prevenção
A urbanização acelerada, os altos índices de poluição dos mananciais, a crescente diversidade dos poluentes, entre outros fatores, colocam o tema da segurança da água servida à população no centro das preocupações dos especialistas, atualmente. A água é considerada um dos mais importantes fatores de transmissão de doenças. Especialistas em saúde alertam que as novas condições ambientais podem influir diretamente no comportamento de agentes causadores de doenças, fazendo emergir algumas já extintas, ou surgir novas.Além disso, há a ameaça dos produtos químicos emergentes, como os resíduos farmacêuticos, oriundos de xampus e sabonetes, pesticidas, toxinas algais e outros, que podem estar presentes na água que consumimos. O agravante, nesse caso, é que não existem ainda informações sobre os efeitos desses novos poluentes no organismo do homem ou na natureza, nem como eles se comportam no processo de tratamento da água.Não existem informações sobre os efeitos dos novos poluentes no organismo humanoFalando recentemente no Brasil em mesa-redonda organizada pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), o professor da Universidade do Minho, Portugal, José Manuel Vieira, explicou que os métodos tradicionais de gerenciamento da qualidade são limitados para garantir a segurança da água. Eles são focados nos testes sobre o produto final, onde existem problemas, também, pelo vasto espectro de parâmetros a serem observados e outras deficiências técnicas.A preocupação faz parte das recomendações da Organização Mundial da Saúde e levou os especialistas a desenvolverem uma nova abordagem para o problema da segurança da água. Um processo de gerenciamento, batizado de Plano de Segurança da Água (PSA), que identifica e prioriza os riscos plausíveis de um sistema de abastecimento, desde a origem da água bruta até a torneira do consumidor. “O principal objetivo do PSA é garantir a qualidade da água para consumo humano por meio da aplicação e utilização de um sistema operacional de boas práticas de gestão no sistema de abastecimento, minimização da contaminação na origem das águas e controle das fontes de abastecimento”, explica Maria Aparecida Faustino Pires, gerente do Centro de Química e Meio Ambiente, do Ipen.A legislação brasileira em termos de segurança, está mais alinhada às mais modernas do mundoÉ uma abordagem de segurança preventiva, em detrimento da metodologia de monitorização de ‘fim-de-linha’, por meio de uma efetiva gestão e operação dos processos envolvidos no tratamento da água. Roseane Maria Garcia Lopes de Souza, coordenadora da Câmara Técnica de Resíduos Sólidos, da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), ressalta que “o enfoque na avaliação de riscos é uma forma de estruturar os processos produtivos. É o ponto de partida para se estabelecer procedimentos preventivos que garantam a segurança”.Pelo processo atual, a garantia da qualidade da água para abastecimento público tem sido baseada na análise de conformidade dos resultados com os valores paramétricos estipulados nas normas vigentes São detectados nessa análise constituintes indesejáveis, sejam físicos, químicos, microbiológicos ou radioativos.“Isso tem garantido um padrão de qualidade adequado e com elevado nível de confiança dos consumidores”, destaca Maria Aparecida. Mas, segundo a gerente, a metodologia de controle de qualidade baseada no programa de amostragem do produto final consumido é lenta, complexa e dispendiosa. E, no final das contas, apresenta uma série de limitações de conformidade que não garante a confiança necessária para a água fornecida.“O controle de qualidade em muitos casos se confunde erroneamente com a avaliação do risco de exposição à saúde de uma certa comunidade consumidora de um sistema de abastecimento. Verifica-se que tanto o produtor como o fiscalizador tomam as providências de forma corretiva, criando um modelo incompatível com uma avaliação de risco com enfoque preventivo”, reforça Roseane.A coordenadora da Abes destaca ainda as limitações do modelo existente. “As análises microbiológicas buscam a detecção dos organismos obrigatórios na legislação, ou seja, os coliformes termotolerantes (encontrados nas fezes humanas). Os indicadores microbiológicos não fazem correlação com vírus e protozoários patogênicos, ficando extremamente complexa a associação de surtos de doenças de transmissão hídrica com possível água contaminada com esses agentes.”Roseane contesta também as amostras: “O volume amostrado, a freqüência, horários e pontos de coleta não são suficientemente representativos e dificilmente garantem a certificação da água distribuída. Assim, a informação da qualidade da água ao consumidor, considerando apenas as análises, não garante de forma categórica a sua potabilidade”.“É importante melhorar ainda mais o controle, inferindo processos de gerenciamento da qualidade e gerenciamento de risco. Não se trata de mudar o plano. O plano de segurança da qualidade da água é um processo focalizado na prevenção da contaminação microbiológica e química da água destinada ao abastecimento publico, é uma evolução, uma mudança de orientação, sugerida pela OMS sob o ponto de vista de saúde publica”, finaliza Maria Aparecida.O volume, a frequência, horários e pontos de coleta da amostra não garantem a certificação da águaA legislação brasileira referente à qualidade da água distribuída para consumo humano (a portaria 518, de 2004, do Ministério da Saúde, estabelece procedimentos e responsabilidades ao controle e vigilância da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade) está alinhada às mais modernas legislações internacionais, segundo Maria Aparecida.A legislação mostra uma preocupação quanto à qualidade do manancial, estabelece um plano mínimo de freqüência de amostragem em função da população atendida, define deveres e responsabilidades do nível federal, estadual e municipal da qualidade da água para consumo humano. Aborda, também, uma grande quantidade de parâmetros e substâncias químicas que representam riscos à saúde.Na opinião de Roseane de Souza, essa portaria traz uma perspectiva mais ampla de controle e vigilância da água, avançando para além do simples controle laboratorial, ao incorporar a permanente avaliação de riscos aplicada aos componentes dos sistemas de abastecimento de água para consumo humano. “E o mais importante é que responsabiliza, pela primeira vez, os operadores dos serviços de saneamento pela qualidade da água captada nas fontes de abastecimento”, destaca ela.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

INSERÇÃO DAS ÁGUAS NÃO CONVENCIONAIS

Por Ângela Lima


RESUMO
No Brasil, ainda não existem políticas públicas definidas para inserção das águas não convencionais no sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos. Elas complementariam a questão da solução dos problemas de escassez de água e mudaria a idéia de que somente obras como construção de barragem no rio é a única solução do problema de escassez d´água.

1 - INTRODUÇÃO

A escassez da água no mundo é um dos problemas de grande relevância, principalmente para os países em desenvolvimento, que necessitam desse elemento para garantir o desenvolvimento econômico e melhor qualidade de vida para os cidadãos. Atualmente existe a necessidade de se dar um uso cada vez mais eficiente da gota d´ água disponível.
Entretanto, a idéia histórica de que a solução da escassez será solucionada somente com obras caras como barragens no rio para captação da água deverão ter outro foco como as águas não convencionais.

2- ÁGUAS NÃO CONVENCIONAIS

Águas não convencionais são: água do solo, águas subterrâneas, água de chuvas captadas pelas cisternas e reúso das águas. O sistema de aproveitamento de água da chuva para o consumo não potável é uma medida não convencional, atualmente já praticado em países como EUA, Alemanha, Japão entre outros. No Brasil, a captação da água é utilizada em algumas cidades do nordeste como fonte de suprimento de água, devido à diminuição na demanda de água fornecida pelas companhias de saneamento (MAY, Simone).
Em 1976, os Estados Unidos, iniciou o método de Aquifer Storage Recovery – ASR, que constitui reservas de água subterrânea dos aqüíferos como alternativa de abastecimento humano (RABELO, 2004). Em 1995, as vazões médias de três instalações do tipo ASR indicam que a capacidade de estocagem dos aqüíferos da área era de cerca de 4 milhões m3, permitindo fazer face a demandas de água nos Estados Unidos de 30.000 até 380.000 m3 por dia. Em todos os casos, os custos de estocagem subterrânea pelo sistema ASR foram infinitamente menores, em relação àqueles de uma barragem convencional (Pyne,1995 In: RABELO, p.84, 2004).
Para o melhor entendimento do reúso da água a Organização Mundial de Saúde em 1973, estabeleceu alguns conceitos básicos como: Reúso indireto ou não planejado, reúso direto ou planejado e a reciclagem.
a) Reúso indireto ou não planejado é a reutilização da água usada e descartada na forma de esgoto nos rios e outros corpos d´água pela jusante. Essa forma de reúso é a mais freqüente no Brasil, pois cerca de 64% das empresa públicas de água não coletam os esgotos domésticos.
b) Reuso direto ou planejado é o reúso de esgoto doméstico ou industrial tratado em atividades específicas como irrigação, alimentação de torres de resfriamento de indústrias, lavagens de pátios entre outras.
c) Reciclagem quando o reuso é verificado na mesma empresa, com o objetivo de economizar água e reduzir os custos do controle da poluição de rios e do ambiente em geral.
É importante salientar que tanto o reúso direto ou planejado e a reciclagem estão se tornando cada vez mais freqüente nas empresas devido o fator operacional que é o principal, pois com o reúso da água acaba-se dispondo de maiores quantidades para produção e a segunda razão diz respeito ao efeito imagem no mercado, que caracteriza preocupação muito valorizada no mercado nacional e internacional, que e de se poluir menos o ambiente, os rios.
Outra classificação do reúso da água é adotada pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental que são: Reúso potável direto e potável indireto.
· Reúso potável direto, quando o esgoto recuperado por meio de tratamento avançado, é diretamente reutilizado no sistema de água potável.
· Reúso potável indireto, quando após tratamento , a água é disposta no manancial superficial ou subterrâneo para diluição, depuração natural e subseqüente captação, tratamento e finalmente utilização como água potável

2.1 – BENEFÍCOS DO REÚSO DE ÁGUA

A exploração de fontes de água não convencionais para irrigação é uma alternativa para enfrentar a falta de água (Hamouri et al., 1995; Mara et al., 1995; Saidam et al., 1995 In: SOARES, José, 2004-2005). Por esta razão, investigações estão sendo feitas no nordeste do Brasil no reuso de água, particularmente quanto à produção de água adequada para uso irrestrito, partindo de esgotos tratados. O reúso de esgotos tratados na irrigação oferece muitos benefícios, incluindo (Reeves, 1972; Montiel, 1991; Ferrier et al., 1995 In: SOARES, José, 2004-2005): redução da poluição de fontes de água; aumento do suprimento de água para uso em agricultura e adição de fertilizantes e nutrientes para manter a fertilidade do solo.

3 - CONCLUSÃO

Contudo, é de grande valia para o mundo e principalmente para o Brasil que as águas não convencionais sejam utilizadas principalmente nas indústrias e agricultura, já que são os maiores utilizadores dos recursos hídricos. Dessa forma, estaremos utilizando o recurso de forma eficiente e assim estaremos lutando contra a pobreza, pela vida, pela saúde e pela comida para todos, ou seja, por uma qualidade de vida melhor preservando o meio ambiente.


Angela Patrícia Silva de Lima é estudante do Curso de Graduação Tecnológica em Saneamento Ambiental do CEFET/SE




4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


REBOUÇAS, Aldo. Uso inteligente da água. São Paulo: Escrituras Editora, 2004.

SOARES, José. Nordeste do Brasil:Necessidade de uma fonte Alternativa de água.http://www.adufpb.org.br/publica/conceitos/11/art12.pdf;%20Acesso%20em:%2027 de Abril 2008.

MAY, Simone. Estudo da Viabilidade do aproveitamento de água de chuva para consumo não potável em edificações. http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3146/tde-02082004- 122332/. Acesso em 27 de Abril de 2008.