Por Ângela Lima
RESUMO
No Brasil, ainda não existem políticas públicas definidas para inserção das águas não convencionais no sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos. Elas complementariam a questão da solução dos problemas de escassez de água e mudaria a idéia de que somente obras como construção de barragem no rio é a única solução do problema de escassez d´água.
1 - INTRODUÇÃO
A escassez da água no mundo é um dos problemas de grande relevância, principalmente para os países em desenvolvimento, que necessitam desse elemento para garantir o desenvolvimento econômico e melhor qualidade de vida para os cidadãos. Atualmente existe a necessidade de se dar um uso cada vez mais eficiente da gota d´ água disponível.
Entretanto, a idéia histórica de que a solução da escassez será solucionada somente com obras caras como barragens no rio para captação da água deverão ter outro foco como as águas não convencionais.
2- ÁGUAS NÃO CONVENCIONAIS
Águas não convencionais são: água do solo, águas subterrâneas, água de chuvas captadas pelas cisternas e reúso das águas. O sistema de aproveitamento de água da chuva para o consumo não potável é uma medida não convencional, atualmente já praticado em países como EUA, Alemanha, Japão entre outros. No Brasil, a captação da água é utilizada em algumas cidades do nordeste como fonte de suprimento de água, devido à diminuição na demanda de água fornecida pelas companhias de saneamento (MAY, Simone).
Em 1976, os Estados Unidos, iniciou o método de Aquifer Storage Recovery – ASR, que constitui reservas de água subterrânea dos aqüíferos como alternativa de abastecimento humano (RABELO, 2004). Em 1995, as vazões médias de três instalações do tipo ASR indicam que a capacidade de estocagem dos aqüíferos da área era de cerca de 4 milhões m3, permitindo fazer face a demandas de água nos Estados Unidos de 30.000 até 380.000 m3 por dia. Em todos os casos, os custos de estocagem subterrânea pelo sistema ASR foram infinitamente menores, em relação àqueles de uma barragem convencional (Pyne,1995 In: RABELO, p.84, 2004).
Para o melhor entendimento do reúso da água a Organização Mundial de Saúde em 1973, estabeleceu alguns conceitos básicos como: Reúso indireto ou não planejado, reúso direto ou planejado e a reciclagem.
a) Reúso indireto ou não planejado é a reutilização da água usada e descartada na forma de esgoto nos rios e outros corpos d´água pela jusante. Essa forma de reúso é a mais freqüente no Brasil, pois cerca de 64% das empresa públicas de água não coletam os esgotos domésticos.
b) Reuso direto ou planejado é o reúso de esgoto doméstico ou industrial tratado em atividades específicas como irrigação, alimentação de torres de resfriamento de indústrias, lavagens de pátios entre outras.
c) Reciclagem quando o reuso é verificado na mesma empresa, com o objetivo de economizar água e reduzir os custos do controle da poluição de rios e do ambiente em geral.
É importante salientar que tanto o reúso direto ou planejado e a reciclagem estão se tornando cada vez mais freqüente nas empresas devido o fator operacional que é o principal, pois com o reúso da água acaba-se dispondo de maiores quantidades para produção e a segunda razão diz respeito ao efeito imagem no mercado, que caracteriza preocupação muito valorizada no mercado nacional e internacional, que e de se poluir menos o ambiente, os rios.
Outra classificação do reúso da água é adotada pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental que são: Reúso potável direto e potável indireto.
· Reúso potável direto, quando o esgoto recuperado por meio de tratamento avançado, é diretamente reutilizado no sistema de água potável.
· Reúso potável indireto, quando após tratamento , a água é disposta no manancial superficial ou subterrâneo para diluição, depuração natural e subseqüente captação, tratamento e finalmente utilização como água potável
2.1 – BENEFÍCOS DO REÚSO DE ÁGUA
A exploração de fontes de água não convencionais para irrigação é uma alternativa para enfrentar a falta de água (Hamouri et al., 1995; Mara et al., 1995; Saidam et al., 1995 In: SOARES, José, 2004-2005). Por esta razão, investigações estão sendo feitas no nordeste do Brasil no reuso de água, particularmente quanto à produção de água adequada para uso irrestrito, partindo de esgotos tratados. O reúso de esgotos tratados na irrigação oferece muitos benefícios, incluindo (Reeves, 1972; Montiel, 1991; Ferrier et al., 1995 In: SOARES, José, 2004-2005): redução da poluição de fontes de água; aumento do suprimento de água para uso em agricultura e adição de fertilizantes e nutrientes para manter a fertilidade do solo.
3 - CONCLUSÃO
Contudo, é de grande valia para o mundo e principalmente para o Brasil que as águas não convencionais sejam utilizadas principalmente nas indústrias e agricultura, já que são os maiores utilizadores dos recursos hídricos. Dessa forma, estaremos utilizando o recurso de forma eficiente e assim estaremos lutando contra a pobreza, pela vida, pela saúde e pela comida para todos, ou seja, por uma qualidade de vida melhor preservando o meio ambiente.
Angela Patrícia Silva de Lima é estudante do Curso de Graduação Tecnológica em Saneamento Ambiental do CEFET/SE
4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REBOUÇAS, Aldo. Uso inteligente da água. São Paulo: Escrituras Editora, 2004.
SOARES, José. Nordeste do Brasil:Necessidade de uma fonte Alternativa de água.http://www.adufpb.org.br/publica/conceitos/11/art12.pdf;%20Acesso%20em:%2027 de Abril 2008.
MAY, Simone. Estudo da Viabilidade do aproveitamento de água de chuva para consumo não potável em edificações. http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3146/tde-02082004- 122332/. Acesso em 27 de Abril de 2008.
Nenhum comentário:
Postar um comentário