sábado, 1 de novembro de 2008

Brasil consolida posição entre os líderes mundiais na reciclagem de PET

Crescimento da destinação adequada de embalagens foi de 19% em 2007 .
Os resultados do 4.º Censo da Reciclagem de PET no Brasil, divulgados no dia 23 de outubro de 2008 (quinta-feira), pela Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), mostram que a destinação adequada das embalagens de PET no País teve um crescimento de 19,1% em 2007, na comparação com o ano anterior. O levantamento feito pela empresa Noûs Consulting, para a Abipet, registra que 231 mil toneladas do produto foram recicladas, acima das 194 mil toneladas de 2006.

A quantidade de PET que teve a destinação correta em 2007 corresponde a 53,5% das 432 mil toneladas de novas embalagens consumidas. Os números reforçam a posição de liderança do Brasil no setor, entre as nações que não dispõem de sistemas eficazes de coleta seletiva. No ano passado, por exemplo, os índices de reciclagem do México e da Europa foram, respectivamente, de 15% e 40%.

Recicladores continuarão investindo - Os números da pesquisa feita pela Abipet também demonstram que a indústria da reciclagem de PET constitui um setor consolidado e em expansão. A grande maioria das recicladoras ouvidas está concentrada em empresas com mais de cinco anos de atuação, capazes de processar entre 100 e 500 toneladas por mês.

Dessas empresas, 74% disseram que o mercado de reciclagem de PET melhorou ou permaneceu estável em 2007. Esse fato levou 64% das entrevistadas a afirmar que continuarão investindo na ampliação de suas unidades, apesar do Brasil já contar com capacidade instalada total de 269 mil toneladas anuais, acima das 231 mil toneladas recicladas no ano passado.

“Os números indicam que o caminho natural do PET é a reciclagem. Mas ainda faltam políticas públicas consistentes que promovam a coleta seletiva do lixo nas cidades”, afirma o presidente da Abipet, Alfredo Sette. O executivo lembra que, apesar do crescimento da reciclagem nos últimos 14 anos, o setor é capaz de reciclar um volume 30% superior ao atual, sem a necessidade de qualquer investimento.

“Isso mostra que a indústria está pronta para absorver eventuais aumentos superiores aos que foram verificados até o momento. Ao contrário do que pode parecer, existe falta de PET para ser reciclado no mercado”, conclui o executivo.

Debates continuarão ao longo do dia - A divulgação dos novos números da reciclagem de PET foi feita durante o Seminário 4.º Censo da Reciclagem de PET no Brasil, promovido pela Abipet, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O evento, que continuará durante toda esta quinta-feira (23/10), conta com a presença de empresários, especialistas e autoridades ligados à s áreas de embalagens, meio ambiente e gestão de resíduos sólidos urbanos.

O objetivo do seminário é analisar a situação atual da destinação final dos resíduos sólidos como um todo – e especialmente das embalagens de PET – , contribuindo para a criação de uma política efetiva de coleta seletiva do lixo urbano e de uma logística de fluxo reverso para as embalagens pós-consumo.

Pela manhã, o evento também contou com a palestra do gerente de Embalagens Sustentáveis da Coca-Cola Company, Karel Wendl, que apresentou as conclusões de um estudo de análise do ciclo de vida de embalagens para refrigerantes, realizado nos Estados Unidos. Além dele, José Valverde, assessor do deputado federal, Arnaldo Jardim, falou da elaboração da Política Nacional de Resíduos Sólidos, cujo projeto está em análise no Congresso Nacional. As palestras foram concluídas com a participação do gerente da Coca-Cola, Karel Wendl.

Coleta seletiva será abordada à tarde - No período da tarde, a Abipet promoverá um debate entre o público presente e especialistas, para discutir o tema “Coleta e Reciclagem de Materiais: Caminhos para o Fluxo Reverso”. Simultaneamente, um painel exclusivo para especialistas convidados discutirá a viabilização, no Brasil, de estudos para Análises do Ciclo de Vida de produto.

“Queremos oferecer informações ao público e ouvir sugestões para que possamos aperfeiçoar o debate sobre a destinação correta dos resíduos sólidos urbanos. Com a participação de técnicos e autoridades diretamente envolvidos com o assunto, teremos condições de quebrar alguns tabus e corrigir entendimentos que julgamos equivocados”, afirma Alfredo Sette, presidente da Abipet.

A intenção dos organizadores é que o evento gere um documento com informações e sugestões sobre coleta e destinação do lixo urbano. Posteriormente, o material será encaminhado pela Abipet aos responsáveis pela elaboração da Política Nacional de Resíduos Sólidos e pela definição de programas estaduais e municipais nas áreas de limpeza urbana e meio ambiente.

O seminário 4.º Censo da Reciclagem de PET no Brasil tem o patrocínio da Alya, Amcor PET Packaging, Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes (Abir), Brasken, , Engepack e Gruppo Mossi & Ghisolfi.

Reciclagem - O PET reciclado é utilizado principalmente pela indústria têxtil, que consome aproximadamente 40% do material para a fabricação de fios e fibras de poliéster. Com a matéria-prima resultante da reciclagem de duas garrafas de dois litros, por exemplo, é possível fazer uma camiseta. Mas o produto também é utilizado na fabricação de outros materiais, tais como cordas, vassouras, tubos e até novas embalagens, entre vários outros.

Atuação histórica pela reciclagem - Por meio das ações de conscientização que realiza junto aos consumidores, catadores e recicladores, a Abipet contribuiu para que a reciclagem do material crescesse 14 vezes no período de 1994 a 2007. O índice é muito superior ao aumento do uso de embalagens novas, para todos os fins, que no mesmo período cresceu quatro vezes.

Além de eliminar o descarte indiscriminado, a reciclagem da embalagem de PET, em comparação com a garrafa de material virgem , implica na economia de 97% de energia e 86% de água.

Mercado: consumo de pet cresceu quatro vezes desde 1994 - A resina PET é consumida em mais de 80 países com diferentes níveis sócio-econômicos. Sua produção ocorre em nações como Estados Unidos, Índia, China, Argentina, México, membros da União Européia, dentre outros, inclusive no Brasil, onde está instalada uma das maiores e mais modernas unidades, com capacidade anual de 450 mil toneladas.

No ano passado, o Brasil consumiu 432 mil toneladas de novas embalagens, que representam um crescimento de 14,3% sobre as 378 mil toneladas de 2006. Este é o principal mercado da matéria-prima no País, principalmente garrafas de refrigerantes, que atualmente respondem por 63,3% da demanda pelo produto.

Embora a utilização da resina tenha registrado um crescimento de quatro vezes no período de 1994 a 2007, o País ocupa apenas a 48.ª colocação no ranking mundial, com o consumo per capita de 1,6 quilos por habitante. Como exemplo para comparação, o Uruguai consome 9,4 kg/hab do produto e os Estados Unidos, 7,7 kg/hab.

No comércio com os outros países, o Brasil exportou, em 2007, 60,1 mil toneladas de resina e pré-forma de PET. Em contrapartida, importou 187 mil toneladas desses produtos.

O faturamento total da indústria no ano passado, no Brasil, englobando toda a cadeia produtiva (resina, pré-forma, garrafas e frascos) foi de R$ 2,19 bilhões, o que representa um crescimento de 5,6% sobre os R$ R$ 2,07 bilhões de 2006. Além disso, o mercado de resina reciclada teve um faturamento de R$ 1,08 bilhão, 10,1% acima dos R$ 980 milhões de 2006.

Atualmente, o mercado de PET, considerando a reciclagem, gera 6,1 mil empregos diretos. O número é ainda maior quando são incluídos os empregos indiretos: 24,6 mil vagas.

Na área de embalagem de alimentos, além das garrafas de refrigerante, onde o PET tem participação de 80%, a resina também tem forte presença nos segmentos de isotônicos (100%), água (90%, fora garrafões), vinagre (95%) e óleo de cozinha (80%).

O que é PET: Resina 100% reciclável tem inúmeras aplicações: A resina PET – Poli (Tereftalato de Etileno) – é um poliéster e foi desenvolvida por químicos ingleses no final da Segunda Guerra Mundial, para a produção de fibras têxteis. Em função de suas características, a partir da década de 1970 passou ser utilizada também para a fabricação de embalagens.

Nesse segmento, além de ser 100% reciclável, a resina confere uma série de propriedades à s embalagens, que as diferenciam das demais alternativas existentes no mercado: . Barreira a gases e produtos químicos: perfeitamente adequada ao envase dos mais diferentes produtos, de líquidos carbonatados, como refrigerantes, a cosméticos | . Total transparência e brilho: permite ao consumidor ter clara visão do produto que vai consumir | . Inquebrável e segura: principalmente para crianças, por não gerar cacos cortantes

. Acondicionamento de maiores volumes de produto: barateia o custo final do produto (o valor pago pelo consumidor por uma lata de alumínio contendo 350 ml de refrigerante é, proporcionalmente, seis vezes maior do que o custo de uma garrafa de PET de 2 litros) | . Tampa rosqueada: favorece a manutenção da qualidade do produto envasado para consumo posterior | . Descartabilidade: evita os problemas para a saúde pública que seriam decorrentes da sua re-utilização.

No Brasil, o PET chegou apenas em 1990. A leveza da embalagem, a facilidade de manuseio e as vantagens em relação à logística de distribuição – em função do baixo peso e do fato de não precisar de retorno – proporcionaram uma forte redução nos custos de produção, o que facilitou a disseminação de pequenas empresas na área de refrigerantes, águas e sucos. Esse fenômeno levou a uma democratização do consumo desses itens, permitindo que mais pessoas tivessem acesso aos produtos.

A maior utilização do PET, depois da produção de garrafas, é na indústria têxtil. O PET é usado ainda como plástico de engenharia, na produção de peças de precisão. Produz-se filmes de PET para embalagens e chapas para box de banheiros, back-lights, prateleiras de geladeiras e outros.

Perfil: atuação em defesa do setor - Fundada em 1995, a Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet) é uma entidade sem fins lucrativos que reúne a cadeia produtiva do setor de PET do Brasil. A Associação é a maior representante do segmento em toda a América Latina e congrega fabricantes da resina, transformadores, sopradores e recicladores de todo o mercado brasileiro.

Com o histórico de dedicação para a implantação e desenvolvimento da reciclagem de PET no Brasil, a Abipet contribui de maneira efetiva para que o País ocupe a liderança da reciclagem do material, entre os países que não dispõem de sistemas eficazes de coleta seletiva.

A atuação da Associação está voltada para ações que incentivem e destaquem a importância da preservação do meio ambiente por meio da reciclagem do PET. Nesse sentido, lidera campanhas educativas e ações que estimulem e divulguem a importância da coleta seletiva e da reciclagem das embalagens, atividade que está em expansão no Brasil.

A Abipet acredita que ações integradas entre a população, empresas e órgãos públicos são positivas para que o Resíduo Sólido Urbano tenha destinação correta.

A entidade defende a difusão de informações sobre os produtos reciclados, com a ajuda de políticas públicas efetivas. Essa ação estimula a coleta e alimenta o excelente trabalho já realizado pelas cooperativas de catadores e recicladores. A reciclagem também constitui uma atividade economicamente viável que gera empregos e renda para milhares de brasileiros.

Fonte: ASSEMAE

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