domingo, 4 de setembro de 2011

Palha de árvores nativas vira fonte de renda para mulheres sergipanas.


A artesã Maria José Santos, mais conhecida como Zezinha, decidiu, certa feita, colocar em prática uma tradição herdada da mãe: a produção de cestas a partir da palha de ouricuri, árvore típica da região onde mora - Neópolis (SE), município situado a 121 km de Aracaju.

Juntamente com um grupo de artesãs do Povoado Passagem, ela deixou de se dedicar apenas aos afazeres domésticos para obter uma fonte de renda, por meio da utilização das palhas das árvores nativas. Boa parte dessas trabalhadoras são esposas de operários da indústria têxtil.

A trajetória delas teve início em 2003, quando cansadas da rotina, que incluía muitas vezes a produção e comercialização de pequenos bordados na feira livre do município, decidiram que era chegada a hora de dar novo rumo às suas vidas. A partir de então, as peças construídas de maneira rústica passaram a ser vendidas nas feiras e despertaram a atenção dos consumidores.

Sem ter como atender aos inúmeros pedidos que chegavam, Maria José convidou algumas de suas vizinhas para aderir à nova atividade. “No início, muita gente ficou desconfiada, achando que não daria certo. Aos poucos, fomos convencendo as mulheres e conseguimos aumentar a produção. Porém, surgiu um problema, já que não tínhamos local para armazenar as peças”, explicou Zezinha à Agência Sebrae.

Capacitação e desenvolvimento

Com a ajuda de uma indústria, as artesãs conseguiram espaço para fabricar e guardar os produtos. A inclusão de novas pessoas à atividade, entre elas os maridos de algumas das mulheres, ajudou o grupo a diversificar a produção, incluindo bolsas, jogos americanos, tapetes e cestas com formatos diferentes.

Decididas a melhorar ainda mais a qualidade das peças, as artesãs decidiram procurar ajuda. Por meio de um apicultor de Santana do São Francisco, município vizinho, buscaram auxílio junto ao Sebrae em Sergipe. A instituição promoveu um levantamento das condições e do planejamento do grupo e decidiu ajudar. Começaram a ser realizadas capacitações para melhorar o sistema de produção.

Incentivadas em 2005, as artesãs decidiram criar informalmente uma associação e já no ano seguinte passaram a fazer parte do Projeto de Trançado da Palha da entidade, que já era desenvolvido nas cidades de Pacatuba, Pirambu e Japoatã.

Com as sugestões dos instrutores do Sebrae, elas passaram a incorporar novos elementos às peças e a utilizar a palha de outras árvores, como a taboa e a bananeira. O resultado veio logo em seguida. Os produtos começaram a ser vendidos para Brasília, São Paulo, Curitiba e Salvador. Atualmente, os produtos das artesãs são comercializados com apoio da Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social (Seides), no Centro de Cultura e Arte J. Inácio, na Orla de Atalaia.

Fonte:Ecodesenvolvimento.org.



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