quinta-feira, 12 de abril de 2012

Nariz eletrônico monitora odores em ETEs

O Grupo de Pesquisa em Sistemas Sensoriais da Universidade de Extremadura - UEx - (Espanha) desenvolveu um sistema de análises de águas que permite, de forma singela e no mesmo lugar da experiência, monitorar o funcionamento de estações depuradoras de esgoto. Este dispositivo permite detectar e identificar casos de contaminação através do odor. Também possibilita a supervisão e eliminação de maneira remota das emissões de maus odores.

Na atualidade existem diferentes técnicas para o controle da qualidade da água utilizada tanto para o abastecimento das populações como para a indústria. Estes métodos tem se caracterizado tradicionalmente por seu caráter sofisticado e exaustivo e têm o inconveniente de depender de complexas instalações. Além disso, há outros problemas como seu elevado custo, os erros derivados da amostragem e a demoras na obtenção de resultados.

Para evitar estas complicações, vários trabalhos de pesquisa da UEx focaram seus esforços em ampliar conhecimentos neste âmbito e conceberam diversos métodos que permitem efetuar as medições diretamente nas águas naturais.

Entre as vantagens deste sistema comumente conhecido como "nariz eletrônico", já que trata de imitar o olfato humano, está à redução de custos e de tempo empregado na realização da experiência. Conforme o pesquisador Jesús Lozano, o novo "nariz" não só obtém resultados quantitativos em um minuto, como o custo é 10 vezes inferior ao do resto dos métodos existentes. "O maior inconveniente que possui este dispositivo portátil de análises de odores e contaminantes é que como ocorre com o sentido do olfato dos mamíferos, o nariz eletrônico deve ser treinado com amostras conhecidas, e quanto mais vezes se realizem estes ensaios mais precisas serão suas respostas", explica o especialista.

Este sistema é de grande utilidade também nos processos de controle de qualidade da indústria alimentícia, na avaliação das propriedades organolépticas dos vinhos ou em aplicações de segurança para a detecção de explosivos. Também em medicina para a detecção de doenças e no desenvolvimento de fragrâncias e cosméticos.

Outras inovações

Junto com a aprovação deste sistema inteligente, o Grupo de Pesquisa de Análises Químicas do Meio Ambiente, coordenado pelo professor Eduardo Pinilla, está implementando inovadoras metodologias eletroquímicas que controlam a presença de metais pesados especialmente tóxicos, tanto na água dos rios como na procedente da precipitação atmosférica.

Estas técnicas químicas avaliam de forma automática a presença de substâncias tão perigosas para a saúde humana e para o meio ambiente como são o mercúrio, o chumbo e o cádmio.

Neste caso, o que se pretendeu com o desenvolvimento das novas metodologias foi "tender para equipamentos portáteis que consigam os dados rapidamente de uma maneira simples", explica Pinilla. Ao mesmo tempo se trata de buscar uma nova fórmula científica para melhorar a informação analítica obtida e a um baixo custo.

Além disso, esta melhora nas metodologias permite automatizar os processos de forma que os dados obtidos sejam remetidos remotamente ao laboratório.

Fonte:Água Online


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