terça-feira, 10 de julho de 2012

CSN pode ter contaminado 750 pessoas com lixo tóxico




O Ministério Público Federal (MPF) de Volta Redonda, está apurando um estudo que constatou considerável incidência de abortos e leucopenia (redução no número de leucócitos no sangue) na população de 750 pessoas residentes do bairro de Volta Grande IV, construído pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e doado ao Sindicato dos Metalúrgicos. Segundo o MPF, foi confirmada a contaminação do solo e das águas subterrâneas, que escoam para o rio Paraíba do Sul, por substâncias tóxicas e cancerígenas, como bifenilas policloradas (PCBs), cromo, naftaleno, chumbo, benzeno, dioxinas, furanos e xilenos, em áreas ocupadas por residências e centros de lazer.

Diante do estudo, o MPF moveu ação civil pública com pedido de liminar contra a CSN por danos ao meio ambiente e à saúde da população local. A ação pede que a CSN seja condenada a pagar R$ 87,1 milhões pelos danos causados.

Segundo o MPF, a contaminação passou a ser observada depois que a CSN instalou no local um depósito de resíduos industriais perigosos, “sem adotar as cautelas necessárias e sem regular o processo de licenciamento ambiental”. Na ação, o MPF pede liminar para que haja conclusão da investigação da área contaminada e sua remediação, assim como a remoção das células de resíduos perigosos e a realocação dos cerca de 750 moradores mediante a construção de um loteamento no Bairro Aeroclube.

Em entrevista do jornal O Globo, o procurador da República Rodrigo da Costa Lines, autor da ação, disse que a CSN, além de ter sido responsável pela contaminação, ignorou os riscos à saúde da população e não tomou nenhuma ação concreta para remediar a situação nem sequer cumpriu as recomendações das empresas de auditoria ambiental por ela contratadas.

CSN é possível compradora da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA)

A CSN, investigada pelo grave desastre ambiental em Volta Redonda, manifestou recentemente interesse pela compra do controle da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA). Já foi noticiado que o governo brasileiro tem preferência por um sócio nacional para a siderúrgica, que tem como acionista minoritário da ThyssenKrupp a Vale, com quase 30%.

A influência do governo na escolha de um comprador pode ser acentuada pela necessidade de aprovação da compra pelo BNDES: Uma cláusula presente no contrato de empréstimo para construção da usina de aço em Santa Cruz determina que o banco deve analisar o novo sócio e pode realizar alterações no contrato.

É importante lembrar que as instalações da CSA em Santa Cruz foram identificadas como responsáveis por emissão de poluentes na região e principal causa de enfermidades na população local.


Fonte: Observatório do pré-sal



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