Por Andreia Verdélio
A Agência Nacional de Águas (ANA) lançou hoje (20) a Rede Nacional de
Monitoramento de Qualidade das Águas (RNQA), que vai monitorar,
avaliar, padronizar e disponibilizar informações sobre a qualidade das
águas superficiais e gerar conhecimento para subsidiar a gestão dos
recursos hídricos do Brasil. O lançamento faz parte das comemorações
pelo Dia Mundial da Água, no dia 22 de março.
A ANA investiu mais de R$ 9,5 milhões nos equipamentos para
monitoramento de qualidade das águas, em 15 estados e no Distrito
Federal, aqueles que já operam o sistema. Os demais estados serão
contemplados nas próximas etapas de implantação da rede. “Estamos
fazendo um esforço junto aos estados, fornecendo capacitação e recursos
materiais, como barcos, automóveis e sistemas de operação, de tal
maneira que os estados possam também avançar na gestão da qualidade das
águas, para que possamos oferecer segurança hídrica para todos os
brasileiros”, disse o diretor presidente da ANA, Vicente Andreu Guillo.
Ele explica que a adesão à rede depende de dois critérios, a
criticidade e a vontade e capacidade dos estados. “Vamos abrir esta
oportunidade para todos os estados. Porém, se identificarmos que uma
região crítica está fora dessa primeira etapa, ali vamos fazer uma
atuação praticamente direta”.
Segundo Guillo,70% da água do Brasil é boa, considerando a
particularidade das bacias hidrográficas: “Isso, porém, não nos
tranquiliza, porque o Brasil é um dos países mais urbanizados do mundo.
Mais de 85% da população brasileira mora em cidades, e obviamente esse
desenvolvimento sem tratamento de esgoto, sem ampliação da oferta, acaba
criando problemas. Então, a rede estará focada naquelas regiões em que
este problema está presente, principalmente nas grandes cidades.”
O diretor presidente da ANA diz que, em termos gerais, de 70% a 80%
do consumo de água, em área urbana, se transforma em esgoto - uma conta
feita a partir de informações das empresas de saneamento. “Do esgoto
produzido, algo em torno de 60% são coletados, e 30% desses são
tratados. Então, temos apenas 18% do esgoto produzido no Brasil com
alguma forma de tratamento, e isso mostra a importância da rede”, disse,
usando como exemplo a cidade de São Paulo. “Se os rios Tietê,
Tamanduateí e Pinheiros não estivessem poluídos da maneira como estão, e
isso foi um processo histórico de mais de 200 anos, sem dúvida nenhuma,
o problema de disponibilidade de captação de água para São Paulo
estaria muito minimizado”.
Para o presidente do Conselho Mundial da Água, o brasileiro Benedito
Braga, a agência acerta em comemorar o Dia Mundial da Água lançando esse
programa. “Hoje em dia, fala-se muito sobre governança, sobre a
participação pública. Esse tema do monitoramento é um que, desde que eu
entrei no curso primário, todo mundo reclama que não tem dados. A
maioria dos conflitos que ocorrem são cognitivos, porque não sabemos
direito com o que estamos lidando, e esses dados são fundamentais.
Então, essa iniciativa de promover o bom monitoramento é extremamente
louvável”.
Hoje, a ANA tem acordos de cooperação técnica com os 26 estados e o
Distrito Federal para a implementação do Programa Nacional de Avaliação
da Qualidade das Águas, cujo eixo principal é a rede de monitoramento. A
meta da RNQA é que até dezembro de 2020 todos os estados e o DF contem
com um total de 4.452 pontos de monitoramento.
Fonte: Agência Brasil
Um comentário:
Ótima notícia!
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