sábado, 2 de agosto de 2008

Amazônia contribui para o avanço da reciclagem

Por Montezuma Cruz, da Agência Amazônia


Rondônia, Mato Grosso, Tocantins e Maranhão se destacam no envio de embalagens de defensivos para São Paulo.

BRASÍLIA – No primeiro semestre deste ano as unidades de recebimento de embalagens de defensivos agrícolas de todo o Brasil encaminharam para reciclagem ou incineração 12 mil toneladas de recipientes. Esse volume representa um crescimento de 9,8% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram destinadas 10,9 mil toneladas. Apenas em junho o volume foi de 2,4 mil t.

Os números foram divulgados esta semana pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV). Com o material resultante da reciclagem das embalagens são fabricados conduítes, barricas de papelão, caixas de passagem de fios elétricos, embalagem para óleo lubrificante, sacos plásticos para descarte de lixo hospitalar, entre outros.

Evolução

Para o diretor-presidente do inpEV, João Cesar Rando, esses índices mostram a evolução do sistema de destinação final de embalagens de defensivos, que deu um importante passo em junho, com a inauguração da Campo Limpo Reciclagem e Transformação, em Taubaté. “Esta nova recicladora segue os conceitos de ecoeficiência, um dos maiores atributos do sistema, e atuará como um centro de desenvolvimento de novas tecnologias voltadas à reciclagem. A unidade possui uma moderna estação de tratamento de efluentes, reaproveitamento da água da chuva e uso racional da luz solar”, comenta.

A Campo Limpo tem 31 acionistas – fabricantes de defensivos agrícolas – e objetiva fechar o ciclo da gestão das embalagens pós-consumo dentro da indústria fabricante. A conscientização dos produtores rurais vem crescendo na Amazônia Ocidental. Segundo a Agência Safras, produtores rurais da região de Nova Brasilândia do Oeste, em Rondônia, ganharam na primeira quinzena de julho um posto de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas.

Ela atenderá os agricultores às segundas e sextas-feiras, sob a gerência da Associação do Comércio de Produtos Agroquímicos de Nova Brasilândia e Migrantinópolis. Contará com o apoio do inpEV, do Instituto de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia e da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental). O posto tem 140 metros quadrados e receberá embalagens de toda a região.
reciclagem160708_1.jpg
Instituto congrega 70 empresas e entidades de classe do setor agrícola /DIVULGAÇÃO





Brasil lidera



O Brasil figura atualmente na liderança entre os países que possuem sistemas de destinação final de embalagens vazias de defensivos agrícolas. Do volume comercializado, foram destinados cerca de 80% do total de embalagens vazias colocadas no mercado e 96% do total de embalagens primárias (aquelas que entram em contato direto com o produto). A Alemanha destina atualmente 60%; a Austrália, 50%; a França, 45%; e os Estados Unidos, menos de 20%.

O inpEV é uma entidade sem fins lucrativos que representa a indústria fabricante de defensivos agrícolas em sua responsabilidade de destinar as embalagens vazias de seus produtos de acordo com a Lei Federal nº 9.974/2000 e o Decreto Federal nº 4.074/2002. A lei atribui a cada elo da cadeia produtiva agrícola (agricultores, fabricantes, canais de distribuição e poder público) responsabilidades que possibilitam o funcionamento do Sistema de Destinação de Embalagens Vazias.

Atualmente, possui 70 empresas e sete entidades de classe do setor agrícola como associadas.

Os Estados que mais encaminharam embalagens para reciclagem ou incineração no primeiro semestre deste ano foram Mato Grosso (2,6 mil t), Paraná (2 mil t) e São Paulo (1,6 mil t). Já os que apresentaram maior crescimento nos primeiros cinco meses de 2008 em comparação ao primeiro semestre do ano passado, foram Alagoas (465,9%) Tocantins (278,3%) e Maranhão (95,6%).

Atualmente existem 375 unidades de recebimento de embalagens em todo o país, entre postos e centrais. Os resultados positivos da destinação final de embalagens vazias no país são fruto de ações conjuntas de agricultores, indústria fabricante – representada pelo inpEV –, canais de distribuição, cooperativas e o poder público e mostram a evolução de um sistema que se tornou referência mundial no assunto.

Nenhum comentário: