terça-feira, 27 de julho de 2010

57% da população ainda vive em moradias sem rede de esgoto

Governo Lula aumentou os investimentos em redes de abastecimento de água e também em redes de tratamento de esgotos. De 2003 a 2008, o valor médio investido a cada ano em sistemas de abastecimento de água aumentou 12% e passou de R$ 1,3 bilhão para R$ 2,2 bilhões naquele período. Na expansão das redes de esgotos os investimentos anuais cresceram 7,5%, em média, subindo de R$ 1,8 bilhão, em 2003, para R$ 2,6 bilhões, em 2008. Contudo, 57% da população ainda não têm acesso a redes de tratamento de esgoto e 19% não contam com abastecimento de água, informa estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas para o Instituto Trata Brasil.

SALÁRIO

Com o título de Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento Brasileiro, a pesquisa mostra que 60% dos trabalhadores vivem em moradias ligadas à rede de esgoto. Mas assinala que os trabalhadores em cidades onde toda a população conta com coleta eficiente de esgotos ganham, em média, salários 13,3% superiores aos daqueles que vivem em municípios atendidos precariamente pelos serviços. Em municípios onde apenas 20% da população conta com serviços de tratamento de esgotos, o salário médio é de R$ 885, enquanto nas cidades com acesso universal o valor sobe para R$ 984.

Os técnicos responsáveis pelo estudo sustentam que, se os serviços fossem estendidos a todos, os trabalhadores teriam ganho de R$ 50 na renda mensal.


SAÚDE

Os trabalhadores com renda menor correm mais risco de sofrer problemas de saúde. A cada ano, diz a pesquisa, aproximadamente 217 mil trabalhadores afastam-se de suas atividades por distúrbios gastrointestinais associados à carência nos serviços de saneamento. Estima-se que a cada caso de problema de saúde são perdidas 17 horas de trabalho. Essas ausências geram custos anuais de R$ 238 milhões por ano em pagamento de horas não trabalhadas.

Já a probabilidade de faltas do trabalhador por diarreia é 19,2% mais baixa entre as pessoas com acesso à rede coletora.


INTERNAÇÕES E MORTALIDADE

A Fundação Getúlio Vargas constatou também que o setor público poderia economizar nas internações por infecções gastrointestinais. No ano passado, 462 mil pessoas foram hospitalizadas e 2,1 mil morreram. O custo de internação é de R$ 350, em média.

Os técnicos calculam que a universalização dos serviços de saneamento permitiria reduzir em 25% o número de internações e em 65% os índices de mortalidade.


VALORIZAÇÃO DOS IMÓVEIS

A pesquisa mostra ainda que nos locais atendidos pela rede de esgoto os imóveis podem ser, em média, até 18% mais valorizados e que os investimentos em obras de saneamento retornam, parcialmente, ao Estado mediante o pagamento de impostos como o Predial e Territorial Urbano (IPTU) e sobre Transferência de Bens Imóveis (ITBI).

RANKING

Das 81 cidades analisadas para o estudo, a paulista Jundiaí conquistou a melhor posição. Jundiaí era a 50ª colocada, em 2003, mas aumentou em 63% os investimentos em coleta de esgoto e em 57% os investimentos no abastecimento de água.

Já a capital de Rondônia, Porto Velho, tem apenas 2,1% da população servida por rede de tratamento de esgoto e pouco mais de 60% com acesso à rede de água potável.

Fonte: Brasilia Confidencial

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