SÃO PAULO, 16 de outubro de 2008 - A Klabin, maior produtora, exportadora e recicladora de papéis do Brasil, anunciou que o seu novo sistema de ultrafiltração que integra a Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) da Unidade Monte Alegre, localizada em Telêmaco Borba (PR), está em plena operação. O complexo, que faz parte do programa de expansão da empresa MA-1100, foi implementado em março e passou por uma fase de ajustes.
Como resultado, a água que passa pelo sistema de ultrafiltração está sendo devolvida ao rio Tibagi com qualidade superior à da água originalmente retirada.
Segundo Júlio Nogueira, gerente corporativo de Meio Ambiente da Klabin, a tecnologia do sistema é proveniente da companhia holandesa Norit, líder em purificação de água, e a planta foi desenvolvida pela empresa Centroprojekt sob medida para a Klabin, que definiu as especificações para o sistema.
Nogueira ressaltou que o sistema de ultrafiltração, que está dentro da política de sustentabilidade da Klabin, é a maior planta do gênero no mundo no setor industrial e o único no segmento de produção integrada de papel e celulose.
De acordo com as análises bioquímicas de oxigênio já realizadas pela Klabin, a água devolvida pela fábrica ao rio Tibagi apresenta 1 miligrama por litro de concentração de matéria orgânica (DBO5). "O teor médio de concentração de matéria orgânica do rio é de 3 miligramas por litro", explica o gerente corporativo.
A água usada pela Klabin também retorna mais límpida ao rio. A cor média da água do Tibagi é definida em 400 ppm PT (partículas por milhão, medida padrão de coloração). Já a usada pela Klabin fica em 200 ppm PT, ou seja, mais transparente.
Nogueira afirma que o próximo passo a ser dado com o sistema de ultrafiltração é fazer o reuso da água utilizada. Com isso, a companhia reduzirá os volumes de efluentes que retornam ao rio Tibagi e obterá importante economia de água
"A empresa pretende fazer o reuso da água, mas sem impactar na qualidade dos seus produtos. Primeiramente, temos que conhecer a qualidade do efluente para saber que pontos da companhia podem receber essa água reutilizada. É uma meta interna da Klabin fazer o reuso da água, esperamos que em 2009 já esteja em prática", diz Nogueira.
Atualmente, passam pelo sistema de ultrafiltração 40% da água usada pela Klabin na produção da Unidade Monte Alegre. Segundo Nogueira, os volumes totais de água que retornam ao rio Tibagi apresentam níveis de qualidade muito superiores aos estabelecidos pela legislação ambiental do Paraná.
O projeto faz parte da iniciativa de expansão MA-1100 da Klabin, que aumentou a produção de papel para 3 mil toneladas por dia. "Mesmo com o acréscimo de produção, a empresa quis manter o nível de efluente produzido", diz Nogueira.
A Klabin está investindo um total de R$ 70 milhões na ampliação da ETE. Os investimentos totais da empresa na área do meio ambiente para o projeto MA-1100 chegam a R$ 300 milhões.
Uma das metas atingidas pela Klabin com o projeto de expansão é a diminuição do consumo de água de 36 m³ para 30 m³ por tonelada produzida de papel, o que caracteriza a empresa como uma das companhias com melhores práticas do mercado mundial.
"O objetivo é fazer novos projetos para reduzir mais a utilização de água e trabalhar abaixo dos 30 m³ por tonelada", afirma Nogueira. Além disso, o gerente corporativo diz que há expectativa de expandir o sistema de ultrafiltração para outras unidades, principalmente no segmento de papel que é o que consome mais água.
(Micheli Rueda - InvestNews)
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