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quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Micro-eólicas ganham espaço no Brasil
Autor: Paula Scheidt - Fonte: CarbonoBrasil
Modelos norte-americanos já são importados para o país e a chegada de um novo produto japonês são alguns exemplos de tecnologias disponíveis no mercado para quem deseja ter uma complementação energética vinda de fonte limpa em residências ou edifícios.
Ao falar em energia dos ventos, logo vem à cabeça a imagem de cataventos gigantes, com pás de mais de 20 metros e com uma altura de pelo menos 50 metros. Apesar de gerarem energia limpa e renovável, além do tamanho, o barulho as torna vizinhas indesejáveis. Isto, sem contar que precisam ser instaladas em campos abertos, onde é maior a potência do vento, porém longe de centros urbanos, o que gera custos e impactos ambientais na instalação de linhas transmissoras de eletricidade.
Um novo conceito de geração eólica de pequeno porte começa a ganhar mais espaço no Brasil e pode ser a solução para quem deseja ter uma complementação energética vinda de fonte limpa em sua residência ou edifício comercial.
As micro-eólicas da empresa norte-americana Southwest WindPower, por exemplo, já são importadas para o Brasil há dez anos, porém recentemente que tem havido um maior interesse pelo seu uso, em especial no Nordeste. “O Brasil tem um grande potencial eólico e sem dúvida este é um mercado que deve crescer muito”, afirma Eduardo Konze, proprietário da empresa Go Nature, representante da Southwest no Brasil há um ano.
Com modelos com potência de 200 a 3000 watts, as micro-usinas licenciadas por Konze podem ser instaladas desde barcos até topo de edifícios e jardins de residências. “O modelo de 1,9 kw gera energia suficiente para abastecer uma residência com cinco pessoas, com um consumo médio de 500 kwh por mês”, explica.
Com uma média de ventos anuais de até 11m/s (40km/h) em alguns pontos do território, o Brasil naturalmente já tem um grande potencial para a captura desta energia.
Inovação
Outra opção que está chegando ao mercado brasileiro tem como diferencial a posição das pás. As micro-eólicas produzidas pela empresa japonesa Shinko Electric possuem pás na vertical e utilizam a força do vento de forma similar a asa de um avião.
Quem está trazendo a tecnologia é o banco Sumitomo Mitsui Brasileiro, que busca empresas brasileiras interessadas em licenciar a produção dos três modelos da “Gentle Breeze”, como é chamada.
Com pás de 2 metros e rotor com 1,8 a 3,2 metros e gerando até 2260 watts, dependendo do modelo, estas micro-eólicas entram em funcionamento com ventos de apenas 2m/s (7,2 Km/h) e podem ser instaladas no topo de edifícios, em jardins residenciais, em estádios, hospitais, shopping centers e outras construções.
“Queremos abrir os olhos dos brasileiros para uma nova maneira de gerar energia, agregando valores aos edifícios dentro do conceito da sustentabilidade na construção”, afirma o gerente de meio ambiente do banco Sumitomo Mitsui Brasileiro, Hajime Uchida.
Segundo Uchida, empresas de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul já mostraram interesse em produzi-la, geralmente em um trabalho de parcerias na qual cada uma fabrica um componente da tecnologia. “Estamos começando o licenciamento e a expectativa é que em seis meses a um ano já tenhamos um produto 100% nacional”, comenta.
A “Gentle Breeze” já está no mercado japonês há dois anos e é produzida na Europa e nos Estados Unidos. Entre as vantagens citadas em relação aos modelos com pás horizontais, Uchida cita o menor barulho e maior eficiência na geração de energia. Os aerogeradores possuem um sistema de segurança na qual param de funcionar com ventos de 12,5 m/s (45km/h) a 14m/s (50km/h), dependendo do modelo.
Uchida diz que o custo de produção no Japão é de US$ 14 mil a US$ 20 mil. Porém, ele afirma que o Sumitomo Mitsui está negociando com bancos brasileiros parceiros para que eles ofereçam linhas de financiamento às empresas interessadas em produzir a tecnologia.
As micro-eólicas podem ainda ser combinadas com o uso de painéis fotovoltaicos, o que geraria uma complementação energética para dias sem vento.
“Há muito espaço para esta tecnologia no país e em toda a América Latina”, conclui Uchida.
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