Utilizados principalmente em processos industriais, como o tratamento de água para sistemas de resfriamento, os fungicidas dependem do desenvolvimento desse segmento econômico para crescer.
Cynthia Luz
Além de empregado em processos industriais que exigem pureza na água, como produção de papel e celulose, sistemas de óleo e gás, torres de resfriamento e trocadores de calor, os fungicidas também são usados em uma aplicação doméstica: as piscinas. E, ao longo do tempo, novas tecnologias são desenvolvidas e opções de desinfecção entram nesse mercado, propiciando soluções mais adequadas ao consumo humano.
No caso das piscinas, uma dessas alternativas é o uso de ozônio, que elimina não só os fungos, como as bactérias, algas e eventuais vírus que possam estar presentes na água. No ramo industrial, as opções são outras. Para Heitor Zuntini, gerente de produtos Cone Sul da Nalco, por exemplo, a aplicação de biocidas em sistemas de água está relacionada aos sistemas de resfriamento de indústrias ou mesmo de instalações institucionais. “Eles são fundamentais para garantir que a água de resfriamento não desenvolva crescimento microbiológico descontrolado, impedindo que a formação da chamada lama orgânica venha a prejudicar o condicionamento anticorrosivo e antiincrustante, ao mesmo tempo impedindo que haja perda da eficiência da troca térmica nos equipamentos ou mesmo seu completo entupimento”, avalia.
Para ele, a aplicação de biocidas deve atender às demandas particulares de cada sistema: “De maneira geral, verificamos a excelente aceitação da tecnologia Stabrex, bromo estabilizado, dada sua excelente relação performance/custo, comparada a outros biocidas existentes no mercado.”
“Dentre os inúmeros compostos manufaturados e/ou processados pela Nalco, a tecnologia Stabrex é a que mais tem se destacado. O Stabrex ST40, por exemplo, é um biocida líquido à base de bromo, de fácil dosagem e controle. Ao contrário do hipoclorito de sódio, ele não perde sua atividade rapidamente. Ele otimiza o tempo do operador e proporciona uma dosagem adequada e de fácil controle. Elimina bactérias e auxilia na prevenção de problemas de lama. Combinado com os serviços, ele auxilia a manter limpos os trocadores de calor e o enchimento da torre, propiciando operação eficiente. Esse biocida não é desativado pela amônia ou outros contaminantes e, por ser um biocida à base de bromo, mata bactérias em sistema de pH elevado e com contaminantes”, explica Zuntini.
Consumo humano
Por outro lado, José Eduardo Gobbi, gerente da Divisão Purate da Eka Chemicals, aponta uma solução da empresa que pode ser usada não apenas em processos industriais como também em aplicações para consumo humano.”O Purate é uma solução que inclui clorato de sódio e peróxido de hidrogênio patenteada e produzida na Eka Chemicals do Brasil, em Jundiaí, na região metropolitana de São Paulo, e está registrado na EPA (Environmental Protection Agency), na NSF (National Sanitation Foundation International) ANSI/NSF e na FDA (Food and Drug Administration), entre outras organizações mundiais, o que comprova a sua utilização principalmente para consumo humano. O gerador SVP-Pure é um sistema patenteado e projetado para produção de dióxido de cloro até 50kg/h (100 lb/h) por unidade, sendo possível o desenvolvimento de equipamentos com capacidades maiores.”
O executivo lembra que a Eka Chemicals atua há 40 anos desenvolvendo tecnologias para uso e geração de dióxido de cloro. Fundamentada na experiência do SVP, que está em operação desde 1969 em várias partes do mundo, cuja maior aplicação é na indústria de celulose/papel, foi desenvolvido e patenteado o sistema de geração de dióxido de cloro SVP-Pure/Purate, um sistema de pequena escala empregado principalmente no tratamento de água e de efluentes.
“O Sistema Purate + SVP-Pure é uma moderna tecnologia para geração de dióxido de cloro por meio de processo seguro, com alto rendimento e gerado no local de utilização, sem o uso de gás cloro ou de clorito. O sistema da Eka proporciona custos operacionais significativamente menores que outros processos existentes e que operam com outros químicos”, garante, esclarecendo: “O dióxido de cloro gerado pela tecnologia SVP-Pure Purate é utilizado em sistemas de tratamento de água para consumo humano, em sistemas de tratamento de esgotos, em sistemas de tratamento de água em torres de resfriamento, caldeiras etc., em sistemas de controle de odor; em desinfecção; oxidação de matéria orgânica – redução de carbono orgânico total; oxidação de metais pesados; evitar formação de THM – trialogenados; evitar formação de organoclorados; eliminação de fenol, de sulfeto, de ferro e de manganês; redução de cor; sabor e odor; controle de odores gerados nas unidades de tratamento; inibição de corrosão nos sistemas de condução da água; desinfecção após tratamento biológico em unidades de tratamento e outros.”
Para Gobbi, na maioria dos sistemas em operação e até mesmo em novos projetos, se observa uma grande tendência para sistemas anaeróbios em nível secundário para tratamento de esgotos domésticos em função de custos de investimentos e de operação e sem se preocupar com etapas importantes, como a desinfecção dos efluentes tratados antes de lançá-los ao ambiente. “Nos sistemas de tratamento de água para consumo humano ainda observa-se os tradicionais processos físicos e químicos de tratamento de água sem considerar as novas e seguras tecnologias disponíveis no mercado brasileiro, como por exemplo o dióxido de cloro aplicado na água bruta para pré-oxidação, evitando a formação dos trialometanos e dos ácidos haloacéticos, que são qualificados internacionalmente como cancerígenos quando encontrados na água tratada e distribuída para a população”, complementa.
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