Estudo do Instituto Trata Brasil avaliou os serviços nas 81 maiores cidades do País. A conclusão é que os maiores avanços no período de observação ocorreram nas cidades que procuraram desenvolver alternativas para antecipar as metas de universalização através de parceria com empresas privadas.
Recentemente, o Instituto Trata Brasil divulgou um ranking do saneamento básico no País, em que se revelou um avanço de 11,7% no atendimento de esgoto nas cidades observadas e de 4,6% no tratamento, entre os anos de 2003 e 2008. Ainda assim, o estudo mostrou que são despejados no meio ambiente todos os dias 5,9 bilhões de litros de esgoto sem tratamento algum, gerado nessas localidades, contaminando solo, rios, mananciais e praias do País, com impactos diretos à saúde da população.
A pesquisa mapeou as 81 maiores cidades do Brasil e constatou que, entre as cidades que hoje se encontram nas melhores posições, houve investimentos do município em conjunto com o setor privado. Este é o caso, por exemplo, da cidade de Jundiaí, em São Paulo. O município com população de 348 mil habitantes passou de quinto para primeiro lugar no ranking por ter reduzido suas perdas de 32% para 27% e aumentado seus investimentos em 86% em relação ao ano anterior. A operação municipal contou com a parceria do setor privado. A terceira colocada, Niterói, no Rio de Janeiro, com população de 478 mil habitantes, conta com uma concessionária privada que é responsável pelos serviços de água e esgoto.
A pesquisa destacou também a situação de Ribeirão Preto, que passou da 19ª para a 6ª posição devido ao aumento da cobertura de tratamento de esgoto de 38% para 70%. A cidade com população de 558 mil pessoas, também fez parceria com o setor privado.
Em cidades como Paranaguá, Limeira, Guaratinguetá, Cachoeira de Itapemirim, embora não estejam entre os municípios com mais de 300 mil habitantes, tem ótimos índices de coleta e tratamento de esgoto por conta de parcerias com o setor privado.
A conclusão, segundo Raul Pinho, Conselheiro do Instituto Trata Brasil, é que os maiores avanços no período de observação ocorreram nas cidades que procuraram desenvolver alternativas para antecipar as metas de universalização através de parceria com empresas privadas. Ele reforça a tese, constatando que em 2008 todas as integrantes do grupo das dez piores são operadas apenas por empresas estaduais. “Os avanços no setor de saneamento desde 2003 são evidentes, mas ainda em ritmo lento, pois os investimentos estão muito aquém das necessidades para alcançarmos a universalização dos serviços”, avalia. Para o Trata Brasil é necessário perseguir-se o cumprimento da Lei de Saneamento (11.445/07) que exige, dentre outras, a elaboração de Planos Municipais de Saneamento, investimentos na melhoria da gestão, pois os níveis de ineficiência dos nossos operadores são enormes, e assegurar recursos financeiros para investimentos anuais de no mínimo R$ 10 bilhões para alcançarmos a meta de universalização até 2027.
Esgoto no Brasil: 81 cidades brasileiras observadas no estudo | . 72 milhões de habitantes | . 129 litros de água por dia é o consumo médio desta população | . 150 litros de água por dia é o consumo médio do brasileiro | . 80% em média da água consumida se transforma em esgoto | . 9,3 bilhões de litros de esgoto é o total gerado todos os dias por essa | . População: 5,9 bilhões de litros de esgoto é o total de esgoto gerado por ess população que não recebe nenhum tratamento. Em média, apenas 36% do esgoto gerado nessas cidades recebem algum tipo de tratamento.
O Instituto Trata Brasil é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), iniciativa de responsabilidade socioambiental que visa a mobilização dos diversos segmentos da sociedade para garantir a universalização do saneamento no País.
Fonte: Portal Fator Brasil.
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